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Segundo pesquisa, 4 em cada 10 mulheres sofreram assédio em 2016

by Redação taofeminino ,
Segundo pesquisa, 4 em cada 10 mulheres sofreram assédio em 2016© iStock

Levantamento do Fórum de Segurança Pública, com 1 051 mulheres, chegou a outros dados preocupantes sobre agressão. Por Mirela Mazzola

Summary
  1. · Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil; veja dados da pesquisa
  2. · Assédio: na rua, no ônibus, no trabalho...
  3. · Denuncie!
  4. · Fica mais um pouco?
  5. · Mais em Sociedade
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Frases grosseiras, assédio com contato físico, brigas infundadas por ciúmes... Não são poucas as situações desse tipo que nós, mulheres, enfrentamos ao longo da vida. Seja dentro de casa ou na rua, com pessoas conhecidas ou não, o fato é que não existe idade, classe social ou grau de escolaridade que impeça a violência contra a mulher.

Inédita, a pesquisa "Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil", realizada pelo Datafolha a pedido da ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública, chegou a números concretos e preocupantes. Foram ouvidas 2 073 pessoas em todo o país entre 9 e 11 de fevereiro. Elas deveriam responder questões referentes ao que presenciaram nos últimos 12 meses.

Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil; veja dados da pesquisa

Duas a cada três pessoas ouvidas disseram ter presenciado uma mulher sendo agredida física ou verbalmente nesse período. Entre as entrevistadas, com 16 anos ou mais, 28,6% afirmam ter sofrido algum tipo de violência. A margem de erro é de três pontos percentuais.

Mulheres pardas e negras relataram maior incidência de agressão, com 32% e 31%, contra 25% entre as brancas. "Se somarmos a porcentagem em pretas e pardas, 63%, o índice é muito maior que em mulheres brancas. Isso prova que o racismo também atinge a questão de gênero e é algo que precisamos enfrentar" diz Olaya Hanashiro, coordenadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Incluindo os três grupos, entre 12 e 15 milhões de mulheres brasileiras sofreram ofensa verbal, de 5 a 7 milhões foram ameaçadas com violência física, e mais entre 1,5 e 3 milhões chegaram a ser espancadas ou estranguladas. "Em 43% dos casos, a agressão aconteceu em casa. Isso leva a crer que o lar pode ser um lugar perigoso para a mulher", afirma a coordenadora.

Projeta-se ainda que cerca de 260 mil mulheres tenham sido atingidas por arma de fogo em 2016. Desse total, 44% declararam que os autores do disparo eram os seus cônjuges ou companheiros. "É um número alarmante, principalmente se considerarmos o debate sobre a revogação do estatuto do desarmamento", acredita Olaya.

Por dia, segundo a pesquisa, 12 mil mulheres sofreram agressão física em 2016 no Brasil (4,4 milhões por ano). Desse total, quase 40% foram vítimas de companheiros e ex-companheiros. Entre as entrevistadas que reconheceram esses episódios, apenas 11% afirmaram ter procurado uma delegacia da mulher e 25% buscaram ajuda com família e amigos. Mais da metade, 52%, disse não ter feito nada após o ocorrido. Para Olaya, medo, desconhecimento e desconfiança em relação às instituições são os principais motivos do silêncio.

Assédio: na rua, no ônibus, no trabalho...

A pesquisa concluiu ainda que 40% das mulheres (e, por projeção, 20 milhões de brasileiras com mais de 16 anos), receberam cantadas ou comentários desrespeitosos na rua, e mais 7 milhões foram assediadas verbalmente no ambiente de trabalho. No transporte público, 10,4% das mulheres passaram por assédio físico e, em baladas, 5% já foram agarradas ou beijadas à força no último ano.

Outro dado interessante: de acordo com o levantamento, quanto mais escolarizada é a mulher, mais ela relata ter sido vítima de violência. Segundo conclusão do Fórum, mulheres menos escolarizadas tendem a interpretar determinados tipos de violência como parte do cotidiano e, por isso, não relatam ou denunciam. Olaya lembra ainda que alguns tipos de violência, como a patrimonial, são difíceis de reconhecer. "Estamos em meio a mudança cultural, muito impulsionada pelas leis Maria da Penha e de feminicídio, mas ainda há o que avançar. Para isso acontecer, além de estratégias, é preciso abordar a questão de gênero na educação, desde a infância", conclui.

Denuncie!

​Não custa lembrar: quando detectar condutas de violência e assédio, entre em contato com uma Delegacia da Mulher. Ainda que não envolvam você, casos de agressão também podem ser relatados ao Disque-denúncia, no número 181, com a condição do anonimato.

Fica mais um pouco?

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