Céu escureceu, vento ganhou força e o Sul se prepara para uma virada que pode mexer com a rotina.
A formação de um ciclone nesta sexta-feira promete chuva volumosa e rajadas intensas. Projeções indicam deslocamento rápido até sábado, com impactos no trânsito, nos serviços e em eventos ao ar livre.
Mudança brusca no tempo
O sistema começou a ganhar organização sobre o Sul do Brasil no início da manhã. As imagens de radar mostraram núcleos de tempestade no oeste e no noroeste do Rio Grande do Sul. As células avançaram com descargas elétricas, trovoadas e cortinas de chuva. O cenário favorece alagamentos pontuais, queda de galhos e interrupções de energia.
Segundo o Meteored, a soma de calor, instabilidade e um canal de umidade vindo do Norte cria combustível para rajadas de vento e aguaceiros concentrados. Em áreas do Rio Grande do Sul, os acumulados podem ultrapassar 100 mm em menos de 24 horas. As simulações também indicam risco de granizo e de tempestades severas.
Rajadas acima de 100 km/h e volumes superiores a 100 mm em um dia colocam cidades em atenção máxima.
Onde o impacto será maior
O núcleo do mau tempo se estabelece no Rio Grande do Sul e, ao longo do dia, avança para Santa Catarina e Paraná. Entre a noite de sexta e a manhã de sábado, as instabilidades alcançam São Paulo e Mato Grosso do Sul. O vento tende a soprar forte antes e durante as pancadas, com potencial para danos em estruturas frágeis.
| Estado | Rajadas previstas | Chuva em 24h | Efeitos possíveis |
|---|---|---|---|
| Rio Grande do Sul | 80 a 100 km/h | 100 mm ou mais | Queda de árvores, alagamentos, falta de luz |
| Santa Catarina | 70 a 90 km/h | 50 a 100 mm | Deslizamentos em encostas, transtornos viários |
| Paraná | 60 a 80 km/h | 40 a 80 mm | Acúmulo de água e descargas elétricas frequentes |
| São Paulo | 50 a 70 km/h | 30 a 60 mm | Alagamentos localizados e queda de galhos |
| Mato Grosso do Sul | 50 a 70 km/h | 30 a 60 mm | Raios, enxurradas rápidas e interrupções de energia |
Vento forte muda a agenda nas cidades
Com a previsão de tempo adverso, a Prefeitura de Garibaldi, na Serra Gaúcha, adiou o Garibaldi Vintage. O encontro de rua estava marcado para esta sexta-feira, na Buarque de Macedo. A nova data ficou para 14 de novembro. O objetivo é proteger o público, expositores e artistas. Se o tempo não colaborar na nova janela, a edição será cancelada.
Garibaldi Vintage passa para 14 de novembro para garantir segurança de público, expositores e artistas.
Por que a decisão foi tomada
Eventos de rua ficam expostos a rajadas que deslocam tendas, derrubam estruturas e levantam detritos. O risco aumenta perto de fachadas antigas e de árvores. A soma de vento, granizo e raios amplia a chance de acidentes com cabos e equipamentos. A escolha por adiar evita correria e reduz custos de reparo para organizadores e comerciantes.
Como se preparar para a virada
Moradores das áreas sob influência do ciclone ganham tempo quando planejam ações simples. O objetivo é reduzir danos e manter a rotina possível durante as horas críticas.
- Retire vasos, lonas e objetos soltos de varandas e quintais.
- Reforce telhas soltas e feche bem portas e janelas.
- Afaste o carro de árvores, muros instáveis e fiações.
- Mantenha lanternas, carregadores portáteis e água potável à mão.
- Evite se abrigar sob árvores durante raios e vento forte.
- Ao volante, reduza a velocidade e não cruze áreas alagadas.
- Em caso de granizo, procure abrigo coberto sem bloquear vias.
Previsão por período
Manhã de sexta: temporais mais presentes no oeste e noroeste gaúcho. Ventos ganham intensidade em rajadas curtas, com cortinas de chuva e eletricidade atmosférica frequente.
Tarde e noite: instabilidade se espalha por Santa Catarina e Paraná. As linhas de tempestade se organizam e podem provocar queda de árvores. O vento antecede as áreas de chuva.
Madrugada de sábado: avanço do sistema para São Paulo e Mato Grosso do Sul. Chuva vem com raios e rajadas moderadas a fortes, com alagamentos rápidos em áreas urbanas.
O canal de umidade do Norte fortalece a instabilidade e aumenta a chance de granizo em faixas do Sul.
Chuva, raios e energia
Descargas elétricas tendem a se multiplicar com a chegada do núcleo mais ativo. A rede de energia pode enfrentar ocorrências por queda de galhos e objetos projetados pelo vento. Equipes de manutenção costumam atuar por prioridade, o que prolonga o restabelecimento em bairros periféricos.
Entenda o fenômeno
Ciclone é uma área de baixa pressão que organiza ventos em grande escala e concentra nuvens de tempestade. No Sul do Brasil, esse tipo de sistema costuma ser extratropical. Ele não tem a mesma estrutura de um furacão, mas pode trazer vento muito forte e chuva volumosa em pouco tempo. A combinação com um corredor de umidade aumenta a eficiência das nuvens em produzir aguaceiros.
Quando um ciclone adia eventos
Organizadores costumam observar três sinais: rajadas projetadas acima de 60 a 70 km/h, risco de granizo e chuva com acumulados que inviabilizam montagens. Em cenários como o atual, a decisão de transferir datas reduz filas, evita aglomerações sob estruturas provisórias e dá previsibilidade a fornecedores.
Informações úteis para os próximos dias
Para dimensionar o que significam os números: 100 mm de chuva equivalem a 100 litros por metro quadrado. Em ruas com drenagem precária, esse volume cria lâminas de água em minutos. Rajadas de 100 km/h correspondem a cerca de 27,7 m/s. Objetos leves se deslocam com facilidade nessa velocidade. Telhas mal fixadas cedem com efeito alavanca.
Uma prática simples ajuda a estimar risco em casa: verifique árvores próximas, telhados e pontos de goteira antes do pico da instabilidade. Se a moradia fica em área sujeita a alagamentos, combine com vizinhos um ponto de encontro em local alto. Para quem depende de aparelhos médicos elétricos, mantenha baterias extras carregadas e informe familiares sobre a rota de apoio. Essas ações criam margem de segurança enquanto o ciclone perde força e o tempo volta a estabilizar.


