Transporte de cana em risco: você está pronto para as 7 regras e 3 tecnologias que salvam vidas?

Transporte de cana em risco: você está pronto para as 7 regras e 3 tecnologias que salvam vidas?

A safra avança, as estradas lotam e o relógio corre. Entre canaviais e bairros, cada km traz dilemas e escolhas.

Usinas e fornecedores se mexem para reduzir acidentes, blindar a operação e cumprir exigências que ficaram mais rígidas. O foco sai do improviso e migra para dados, rastreabilidade e disciplina de rota. Quem incorpora tecnologia e se antecipa às regras colhe menos custo, menos paradas e mais previsibilidade.

Pressão regulatória muda o jogo

Minas Gerais elevou a régua: o DER-MG exige AET para composições fora do padrão e a ARTEMIG fiscaliza com base técnica. A Lei 25.235/2025 consolidou a infraestrutura de transportes e empurrou o setor para rastreabilidade, telemetria e rotas seguras. Em São Paulo e Goiás, a fiscalização aumentou, com atenção a excesso de peso, sinalização de comboios e convivência com comunidades rurais.

Sem AET, rotograma de risco e telemetria, cada viagem vira passivo jurídico e risco de imagem.

Manuais do DNIT/IPR recomendam rotogramas com pontos críticos, cruzamentos, lombadas, escolas, curvas fechadas e áreas urbanas. Na prática, a usina precisa transformar mapa em procedimento: definir velocidade por trecho, pontos de parada e condutas de emergência.

Local Regra-chave Impacto direto
Minas Gerais AET para dimensões/peso; ARTEMIG como órgão regulador Rotas planejadas, multas evitadas, segurança em rotas mistas
São Paulo Fiscalização intensificada em rodovias e zonas rurais Controle de velocidade e peso, menor exposição a ocorrências
Goiás Operações conjuntas em épocas de safra Exigência de documentação, sinalização e conduta padronizada

Tecnologia vira co-piloto do canavieiro

AxiWays e o rotograma inteligente

O AxiWays, da AxiAgro, ganhou terreno ao transformar o rotograma em instrumento vivo. O sistema funciona como um “Waze do campo”: orienta a melhor rota, marca trechos perigosos, fala com o motorista e dispara alertas visuais e sonoros quando detecta risco. A telemetria embarcada lê frenagens, acelerações, velocidade por ponto e desvio de rota. O gestor enxerga tudo em tempo real e atua na hora certa.

Alertas contextuais no km exato cortam excedentes de velocidade, reduzem frenagens bruscas e encurtam o tempo de resposta.

Conectividade que não falha na roça

Operações em áreas sem sinal de celular avançam com armazenamento local de dados georreferenciados. Em frentes de colheita, conectividade via satélite (como o uso de Starlink por colhedora) liga máquinas ao COA e garante dados contínuos para decisão. Isso viabiliza gerar certificados de campo por coordenadas e sincronizar ordens de transporte sem depender da rede móvel.

  • Telemetria embarcada: leitura de eventos, padrões de condução e cumprimento de rotas.
  • Rotograma inteligente: mapa dinâmico com risco por trecho, voz de comando e georreferenciamento.
  • Conectividade satelital e COA: dados fluindo 24/7 mesmo sem cobertura celular.

Casos reais: menos risco, mais previsibilidade

Bambuí (MG) acelera a conformidade

Uma usina de Bambuí integrou o rotograma inteligente ao CTT e trocou planilhas por decisão em tempo real. A mudança saiu do reativo para o preventivo. O sistema monitora cada caminhão, sinaliza desvios e orienta o motorista no exato ponto de risco.

  • Acidentes por falha de trajeto: de 4/ano para 0.
  • Eventos de excesso de velocidade: de 76 para 9.
  • Trechos críticos identificados e corrigidos: 87.
  • Desvios de rota: queda de 90%.
  • Tempo médio de resposta: 3 minutos.
  • Satisfação com segurança das rotas: de 58% para 94%.
  • Cumprimento de velocidades seguras: de 68% para 96%.

De 4 acidentes/ano para 0: quando a rota fala com o motorista, o risco despenca.

Alagoas enfrenta estradas sem sinalização

Unidades do Grupo Santo Antônio, em São Luiz do Quitunde e Camaragibe, priorizaram a execução fiel das rotas em estradas rurais. A operação roda com o pacote completo da AxiAgro: apontamento, telemetria e inteligência integrados à balança e ao GATEC. O resultado aparece na redução de desvios, ganho de tempo e construção de histórico por frente, útil para planejamento e auditoria.

Paraná aposta em inteligência de colheita

Em Bandeirantes (PR), a Usiban conectou colhedoras via satélite ao COA e automatizou o fluxo de colheita com CBI. O certificado de campo nasce pela coordenada geográfica da área, o que elimina ruído de comunicação e acelera o despacho. As rotas ganharam segurança ao otimizar a sinalização das frentes e reduzir decisões fora do padrão. A colheita terceirizada manteve controle graças à visibilidade minuto a minuto.

O que muda para você na safra 2025

Para não travar na fiscalização nem perder eficiência, vale implantar um pacote mínimo de governança de rota. Ele cabe na rotina do motorista e do COA e reduz custo de pneus, freios e combustível.

  • Solicite AET sempre que a composição exceder dimensão ou peso legal.
  • Defina velocidade por trecho do rotograma e habilite alerta no veículo.
  • Padronize pontos de parada e conduta em travessias urbanas e escolares.
  • Cheque sinalização, amarração e iluminação a cada troca de frente.
  • Atualize o rotograma com risco por km, incluindo trechos de poeira e lama.
  • Implemente gestão de fadiga com janelas de descanso e rodízio de turno.
  • Planeje manutenção preventiva focada em freio, pneus e sistema elétrico.

Cumprir regra custa menos do que parar moenda por um sinistro evitável.

Quanto custa ficar para trás

Use uma conta rápida para decidir. Some horas improdutivas por desvios, multas por excesso de peso ou velocidade, danos por frenagem brusca e desgaste de pneus. Compare com o investimento por caminhão em telemetria e rotograma. Em operações que reduziram eventos de velocidade de 76 para 9 e desvios em 90%, a tendência é cortar combustível, pneu e paradas não programadas, além de reduzir o risco de processos e embargos.

Monte uma matriz de risco por frente: probabilidade x impacto por trecho crítico. Classifique de vermelho a verde e associe cada cor a uma regra de condução, velocidade e alerta. Atualize semanalmente com dados reais. Essa rotina coloca a segurança no centro da logística e ajuda na defesa documental diante de fiscalizações e auditorias.

Ganhos que vão além da estrada

Conectar colheita, transporte e balança gera rastreabilidade do talhão à usina. Os relatórios alimentam planejamento de frota, escapam do achismo e sustentam metas por equipe. O histórico facilita negociações com terceiros e reforça programas de saúde e segurança do trabalho, critério considerado em premiações do setor.

Para quem inicia agora, comece pequeno: uma frente piloto, um rotograma bem detalhado e telemetria calibrada. Valide alertas, treine motoristas e ajuste as velocidades por trecho. Em seguida, escale para toda a frota e adote conectividade redundante nas áreas de sombra. A operação passa a prever gargalos, e o transporte deixa de ser custo inevitável para virar ativo estratégico.

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