Quem dirige rumo a Guarulhos ganhará uma nova alternativa de fluxo, mas precisará repensar rotas e custos do deslocamento em breve.
O acesso ao Aeroporto Internacional de São Paulo passará por mudanças: a CCR RioSP prepara a ativação de um pedágio eletrônico na pista expressa da Dutra, entre São Paulo e Arujá. As pistas marginais continuam liberadas. As tarifas ainda dependem da deliberação da ANTT, que também definirá o cronograma de implantação.
Como será a cobrança
A cobrança ocorrerá apenas para quem optar pela pista expressa no trecho que conecta a capital ao aeroporto de Guarulhos. O sistema será do tipo Free Flow, um modelo sem cancelas que identifica a placa do veículo com câmeras e sensores e faz a cobrança de forma automatizada.
A tarifa será aplicada exclusivamente na pista expressa entre São Paulo e Arujá; as pistas marginais seguem isentas.
A ANTT definirá os valores e as regras de cálculo, que, segundo a concessionária, considerarão a distância percorrida e as condições do contrato de concessão válido por 30 anos, assinado em 2021. Até lá, não há tarifa em vigor nem aplicação de multas.
O cálculo da tarifa levará em conta a distância percorrida e dependerá de autorização da ANTT.
Sinalizações já instaladas indicam os pontos de acesso à Via Dutra que entrarão na zona de cobrança quando o sistema for ativado:
- Entradas pela Vila Maria (zona norte da capital);
- Entradas pelo Tatuapé (zona leste);
- Entradas pela Marginal do Tietê.
Quando começa
A implantação do Free Flow ocorrerá em etapas. A primeira fase, no trecho a partir de Arujá, já está em execução. A segunda fase, que seguirá de Arujá até a Marginal do Tietê, ainda não tem data definida para operação. A CCR afirma que o sistema ainda não está ativo.
Após a aprovação da ANTT, haverá um período de adaptação de seis meses sem aplicação de multas.
Enquanto aguarda a deliberação da agência reguladora, a concessionária realiza campanhas de orientação em rádios, redes sociais e pontos de grande circulação em Guarulhos para explicar o novo formato e reforçar que a cobrança ainda não começou.
Por que a mudança acontece
O trecho que dá acesso ao aeroporto faz parte da concessão arrematada pela CCR S.A. em leilão de 2021, quando a empresa ofereceu R$ 1,77 bilhão de outorga. Naquele período, Tarcísio de Freitas ocupava o cargo de ministro da Infraestrutura e o leilão integrou o programa de concessões do governo federal.
Para viabilizar a mudança, a concessionária executou obras de ampliação no corredor, como duplicação de pistas e construção de viadutos, que entraram na fase final. O pedágio eletrônico integra esse pacote, voltado a organizar o fluxo na via expressa e separar perfis de tráfego entre pistas expressas e marginais.
Quem paga e quem não paga
Regras de isenção
Quem seguir pelas pistas marginais em Guarulhos e no entorno continuará sem pagar pedágio. A cobrança será opcional, restrita a quem usar a pista expressa da Dutra no eixo São Paulo–Arujá.
Rotas afetadas
O motorista que costuma acessar a Dutra pela Vila Maria, pelo Tatuapé ou pela Marginal do Tietê deve avaliar se vale a pena entrar na faixa expressa ao longo do trajeto ao aeroporto. A decisão influenciará o custo da viagem e o tempo de deslocamento.
| Faixa | Cobrança | Status de implantação |
|---|---|---|
| Pista expressa (São Paulo – Arujá) | Eletrônica, via Free Flow | Fase 1 em implantação, sem cobrança ativa |
| Pista expressa (Arujá – Marginal do Tietê) | Eletrônica, via Free Flow | Fase 2 prevista, sem data |
| Pistas marginais (Guarulhos e entorno) | Isenta | Tráfego normal, sem pedágio |
Como o motorista pode se preparar
O novo formato de cobrança muda a lógica do trajeto ao aeroporto. Vale revisar rotas, checar horários e definir se o ganho de tempo na expressa compensa assumir a tarifa quando ela passar a valer.
- Mapeie o seu trajeto padrão e identifique onde você entra na Dutra;
- Planeje o uso da pista marginal quando quiser evitar a cobrança;
- Acompanhe os avisos da ANTT e da CCR sobre início da operação e valores;
- Monitore a sinalização de pista expressa ao longo do caminho para não entrar por engano;
- Considere ajustar o horário de saída para reduzir a necessidade de usar a expressa nos picos;
- Durante o período de adaptação, use a experiência para medir ganho de tempo e decidir sua estratégia futura.
A CCR informa que ainda não há cobrança de tarifa em vigor nem aplicação de multas.
Como funciona o sistema free flow
No Free Flow, o veículo passa por pórticos equipados com sensores e câmeras que identificam a placa e registram o trecho utilizado. Não há cabines nem cancelas. A tecnologia promete reduzir pontos de retenção, já que dispensa paradas e barreiras físicas no asfalto. Para o motorista, a prática se traduz em fluidez, com a contrapartida de um pagamento proporcional à distância percorrida na faixa tarifada.
O que considerar na sua decisão
Tempo x custo
Quem prioriza previsibilidade pode ver na expressa uma forma de reduzir atrasos rumo ao aeroporto, especialmente em dias de movimento intenso. Já quem tem flexibilidade de horários pode manter a marginal como rota padrão, sem cobrança.
Trechos parciais
Como a tarifa levará em conta a distância, utilizar a expressa apenas em segmentos específicos pode equilibrar custo e benefício. O motorista que só precisa de um trecho curto de fluidez para escapar de um gargalo, por exemplo, tende a pagar menos do que quem percorre todo o corredor expresso.
Perguntas que você deve fazer antes de sair
- Minha entrada na Dutra me leva diretamente à pista expressa ou à marginal?
- O trânsito no meu horário exige a expressa para chegar ao aeroporto no prazo?
- Posso ajustar a rota para permanecer nas marginais e manter a isenção?
- Qual é o ponto exato onde as placas indicam a zona de cobrança?
A deliberação da ANTT será o próximo marco. O termo aditivo do contrato deverá fixar valores e procedimentos, seguido de um período de adaptação de seis meses, sem multas, para que os condutores se acostumem às novas regras. Até lá, a recomendação é acompanhar as campanhas informativas e observar a sinalização já instalada, especialmente nos acessos da Vila Maria, do Tatuapé e da Marginal do Tietê.
Para quem faz o trajeto com frequência, vale registrar suas medições de tempo em diferentes horários e rotas. Esses dados ajudam a decidir quando usar a pista expressa e quando seguir pela marginal, equilibrando custos e prazos na ida e na volta do aeroporto.


