Praias de São Paulo interditadas: você vai cancelar o banho? veja 46 pontos com bandeira vermelha

Praias de São Paulo interditadas: você vai cancelar o banho? veja 46 pontos com bandeira vermelha

Famílias que planejam o fim de semana no litoral já encaram um cenário de incerteza. Bandeiras vermelhas se multiplicam, e a maré de dúvidas cresce com o calor.

O último boletim da Cetesb, divulgado nesta quinta-feira (30), apontou contaminação acima do seguro em dezenas de trechos do litoral paulista. A recomendação é evitar o banho onde houver sinalização e redobrar cuidados de higiene enquanto as coletas semanais seguem em análise.

O que aconteceu

O litoral de São Paulo registrou 46 praias impróprias para banho por causa da alta concentração de bactérias na água do mar. As coletas laboratoriais, feitas pela Cetesb, detectaram níveis acima do aceitável e acionaram o protocolo de bandeira vermelha. O alerta atinge principalmente o litoral sul, mas aponta avanços no norte, pressionado pelas chuvas recentes e pelo aumento do escoamento urbano.

46 praias estão com bandeira vermelha. No sul, 32 pontos foram interditados; no norte, 14 trechos receberam restrição.

Santos concentra a maior preocupação: todas as praias avaliadas ficaram impróprias. Em Praia Grande, nove trechos foram interditados. Mongaguá tem seis locais contaminados. No norte, a lista inclui praias de Ubatuba, Ilhabela, Caraguatatuba e São Sebastião. A próxima atualização de balneabilidade sai em 6 de novembro, o que deve orientar viajantes para o feriado e a pré-temporada.

Por que há contaminação

Após períodos de chuva, o escoamento pluvial carrega resíduos do meio urbano e sobrecarrega redes de drenagem e esgoto, aumentando a presença de bactérias de origem fecal no mar. Essas bactérias indicam risco para doenças gastrointestinais, infecções de ouvido, pele e olhos, principalmente em crianças, idosos e pessoas com imunidade baixa.

A orientação é clara: evite o mar onde houver bandeira vermelha e aguarde ao menos 24 horas após chuvas fortes.

Como a Cetesb mede

Técnicos coletam amostras em pontos fixos das praias ao longo da semana. Quando a contagem de bactérias por 100 mililitros supera o limite de segurança, a praia recebe classificação imprópria. Os resultados ficam disponíveis no site e no aplicativo da Cetesb e são atualizados semanalmente.

Onde a situação é mais crítica

O mapa de interdições se espalha por cidades-chave do turismo paulista. Veja o panorama por região e locais com maior impacto:

Região Praias impróprias Municípios mais afetados
Litoral Sul 32 Santos, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Guarujá
Litoral Norte 14 Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião, Ilhabela

Trechos que exigem atenção imediata

  • Santos: Ponta da Praia, Aparecida, Embaré, Boqueirão, Gonzaga, José Menino e trecho da Av. Frederico Ozanan.
  • Praia Grande: Canto do Forte, Boqueirão, Aviação, Vila Tupi, Ocian, Vila Caiçara, Real, Balneário Flórida e Jardim Solemar.
  • Mongaguá: Vila São Paulo, Central, Vera Cruz, Santa Eugênia, Itaóca e Agenor de Campos.
  • Guarujá: Pitangueiras e pontos da Enseada próximos à Rua Chile e à Av. Santa Maria.
  • Ubatuba: Itaguá e Perequê-Mirim.
  • Caraguatatuba: Centro, Indaiá, Pan Brasil, Palmeiras e Porto Novo.
  • São Sebastião: Prainha, São Francisco e Preta do Norte.
  • Ilhabela: Viana, Itaquanduba e Itaguaçu.
  • Itanhaém: Centro e Praia dos Pescadores.
  • Peruíbe: Icaraíba.

O que muda para o turista

Com a alta temporada no horizonte, a rede de hotéis e quiosques já ajusta serviços e sinalização. A recomendação do Governo de São Paulo e da Secretaria de Estado da Saúde é reforçar a vigilância sanitária nos municípios, orientar banhistas e ampliar a limpeza urbana para reduzir a carga de poluição difusa após as pancadas de chuva.

Quem pretende viajar deve checar a situação da praia escolhida no aplicativo da Cetesb antes de sair de casa e, ao chegar ao destino, observar a bandeira do posto de salvamento. Em caso de bandeira vermelha, a orientação é permanecer na faixa de areia, hidratar-se e buscar alternativas seguras de lazer.

Riscos à saúde e sinais de alerta

Contato com água contaminada pode causar diarreia, vômitos, febre, irritação nos olhos e otite. Crianças ingerem mais água durante o banho de mar e tendem a ter quadros mais intensos. Pessoas com cortes na pele e usuários de lentes de contato precisam redobrar o cuidado.

Teve contato com água imprópria e apresentou sintomas? Procure atendimento médico e informe o local do banho.

Cuidados práticos para agora

  • Respeite bandeiras e avisos fixados na orla.
  • Evite mar após tempestades; aguarde pelo menos 24 horas.
  • Lave bem as mãos e os alimentos; priorize água potável.
  • Não leve pets para o mar em áreas sinalizadas.
  • Leve álcool em gel e garrafas de água própria para consumo.
  • Prefira praias com posto de guarda-vidas e sinalização visível.

O papel das prefeituras e o que esperar nos próximos dias

As prefeituras devem intensificar a varrição, desobstruir bocas de lobo, monitorar ligações clandestinas de esgoto e reforçar a comunicação com banhistas. A coordenação com a Cetesb e a Secretaria da Saúde ajuda a orientar ações de curto prazo, enquanto projetos de saneamento e drenagem urbana atacam a raiz do problema.

Com a previsão de calor e pancadas de chuva à tarde, o cenário pode oscilar. A atualização de 6 de novembro tende a indicar se a contaminação recua com períodos mais secos ou se persistem pontos críticos. O histórico mostra que o comportamento do mar e dos ventos também influencia a dispersão de poluentes.

Balneabilidade: o que significa na prática

Balneabilidade é a classificação de segurança para banho, baseada em parâmetros bacteriológicos. Em linguagem simples, quando a bandeira está verde, o risco sanitário é baixo; quando está vermelha, o risco aumenta, e o banho deve ser evitado. A oscilação entre semanas pode acontecer, sobretudo após chuvas intensas ou grandes fluxos de visitantes.

Alternativas de lazer enquanto o mar não libera

Quem já está no litoral pode apostar em trilhas autorizadas, ciclovias, feiras de artesanato, mirantes e visitas a equipamentos culturais municipais. Atividades sem contato com água do mar reduzem riscos e mantêm a viagem viável para famílias. Em praias parcialmente liberadas, permaneça em trechos com bandeira verde e respeite a sinalização dos guarda-vidas.

Para ir além: como reduzir o problema

Condomínios e comércios podem revisar caixas de gordura e ligações de esgoto, contratando empresas regularizadas. Moradores ajudam ao não descartar lixo em vias e ao separar resíduos, evitando que materiais sólidos cheguem às galerias de águas pluviais. Campanhas educativas em escolas e quiosques produzem efeito rápido, principalmente nos meses de maior fluxo.

Para quem depende do turismo, planejamento faz diferença: acompanhe os boletins semanais, diversifique atrativos e prepare roteiros alternativos em dias de bandeira vermelha. Guias locais relatam que a combinação de passeios gastronômicos, atividades esportivas em terra e horários de praia em janelas de maré mais limpa ajuda a salvar a temporada sem colocar a saúde em risco.

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