Brasilienses, você usa a 115 Sul? MP aciona Ernesto Cafés: 2 áreas viram alvo e TAC pode mudar tudo

Brasilienses, você usa a 115 Sul? MP aciona Ernesto Cafés: 2 áreas viram alvo e TAC pode mudar tudo

Na Asa Sul, vagas, toldos e mesas se multiplicam; moradores e clientes notam mudanças no cotidiano e cobram regras claras.

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios abriu inquérito para apurar o uso de área pública por dois endereços tradicionais na Asa Sul. O caso mais recente envolve o Ernesto Cafés Especiais, na 115 Sul, apontado por erguer uma cobertura metálica e transformar um espaço de uso comum em estacionamento privado.

O que motivou a apuração

O procedimento foi formalizado por portaria publicada no Diário Oficial em 5/11. A promotoria descreveu a instalação de uma estrutura metálica próxima ao Edifício Unicaflex. O documento indica que a estrutura teria servido para reservar vagas a clientes, em área classificada como uso geral.

A investigação também mira possível avanço do restaurante sobre a faixa vizinha ao lote, na CLS 115 Sul, bloco C. O MPDFT informou que o inquérito será anexado a um Termo de Ajustamento de Conduta. O instrumento busca corrigir condutas e definir prazos.

Inquérito civil e TAC no horizonte: o MPDFT quer desocupar área pública e exigir adequações mensuráveis e datadas.

Cobertura metálica e estacionamento exclusivo

O ponto central é a transformação de espaço aberto em área de estacionamento privado. A prática interfere na circulação de pedestres, no acesso universal e na paisagem urbana. A possível invasão de faixa contígua ao lote amplia o alcance da apuração.

Com a investigação, o Ministério Público pretende delimitar responsabilidades. A equipe técnica vai verificar a extensão ocupada, a compatibilidade com normas urbanísticas e a eventual presença de licenças.

O que pode estar no TAC

O Termo de Ajustamento de Conduta funciona como um roteiro de regularização. Ele costuma prever medidas concretas para devolver a área à finalidade pública e ajustar o funcionamento do negócio.

  • Retirada da cobertura metálica e de qualquer fechamento que gere exclusividade de uso.
  • Liberação imediata da área ocupada e recomposição do passeio para circulação segura.
  • Apresentação de projeto técnico com planta, medidas e materiais para adequação.
  • Sinalização visível indicando que a área é pública e de livre acesso.
  • Comprovação de licenças e autorizações necessárias, incluindo prazos de validade.
  • Multas diárias por descumprimento e cronograma de execução.

A posição do Ernesto Cafés

Em nota, o Ernesto Cafés confirmou ter recebido a notificação. A empresa disse acompanhar o caso com as equipes jurídica e administrativa. O estabelecimento assegurou compromisso de agir com correção e boa-fé durante o processo.

O café sinaliza colaboração e diz reconhecer a responsabilidade do serviço prestado à comunidade da Asa Sul.

Outro endereço na mira: Libanus na 206 Sul

O Libanus, tradicional casa de comida árabe que funciona desde 1989, também recebeu notificação. A 4ª Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística instaurou inquérito civil e pediu a desocupação de área pública nos lotes 33 e 34.

Nesse caso, um TAC já foi firmado. O restaurante assumiu compromisso de executar as adequações. A Promotoria acompanha prazos e a efetividade das medidas.

Quem fiscaliza e o que acontece depois

As ações de campo pertencem ao Governo do Distrito Federal e às administrações regionais. O MPDFT atua para garantir a legalidade e pode requisitar providências ao GDF quando encontra irregularidades. A etapa seguinte costuma reunir vistorias, notificações e contagem de prazos.

Fiscalização é atribuição do GDF; o MPDFT monitora a legalidade e cobra o cumprimento das regras urbanísticas.

O que muda para quem circula e consome na região

Intervenções sobre calçadas e áreas de uso comum têm impacto direto no dia a dia. Elas alteram trajetos, reduzem a acessibilidade e criam disputa por vagas. Para o cliente, o cenário varia conforme os ajustes que cada estabelecimento terá de cumprir.

  • Mais espaço para pedestres, cadeirantes e carrinhos em frente aos comércios.
  • Redução ou fim de vagas “exclusivas” não autorizadas.
  • Mesas e mobiliário restritos à área licenciada e demarcada.
  • Possível mudança temporária no fluxo de atendimento durante obras de adequação.

O que diz a legislação e como os negócios se regularizam

Em Brasília, o uso de área pública por bares e restaurantes exige autorização específica. A regra define dimensões, materiais e horários. Também delimita recuos e faixas de circulação mínima. O objetivo é compatibilizar atividade econômica e interesse coletivo.

Quando a ocupação extrapola, o poder público notifica e concede prazo para ajuste. A reincidência costuma elevar multas e levar à remoção de estruturas. Em casos persistentes, pode ocorrer interdição parcial do uso externo.

Etapas típicas para regularizar

  • Vistoria técnica para medir e fotografar a área.
  • Protocolo de pedido de autorização na administração regional.
  • Apresentação de planta, memorial descritivo e Anotação de Responsabilidade Técnica.
  • Emissão de licença com validade e condições específicas.
  • Fiscalização periódica para verificar o cumprimento.

Riscos, custos e alternativas

Estruturas irregulares podem gerar multas diárias e o custo de remoção. Também criam passivos com vizinhos e com o poder público. Por outro lado, a regularização abre espaço para soluções amigáveis, como mobiliário desmontável e delimitação por balizadores.

Comércio que depende de fluxo de rua tende a ganhar com previsibilidade. Autorização clara evita perda de mesas em blitz e protege o investimento. Para a vizinhança, calçadas desobstruídas reduzem conflitos e acidentes.

Linha do tempo do caso

Data Fato
5/11 Publicação da portaria no Diário Oficial com a abertura do inquérito civil.
Após a publicação Notificação ao Ernesto Cafés e início do acompanhamento jurídico e administrativo.
Próximas etapas Anexação do inquérito a um TAC, definição de prazos e fiscalização do cumprimento.

Para o leitor: como agir diante de ocupações irregulares

Quem encontra obstáculos em calçadas pode registrar fotos com data e local. O relato, enviado à administração regional ou ao canal de ouvidoria do GDF, acelera a vistoria. Comerciantes interessados em regularizar devem consultar a administração da Asa Sul para confirmar medidas e materiais aceitos no setor.

O TAC, nesse contexto, funciona como um contrato com força de lei. Ele ajusta prazos, multas e metas verificáveis. Um exemplo prático: se o termo exigir a retirada de cobertura em 20 dias e a demarcação de faixa livre de 1,20 metro, o negócio precisa comprovar a execução com laudos e imagens. O descumprimento reativa multas e pode levar a novas sanções.

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