Você confia no seu hospital-escola? 41 de 42 elegem Fernando Fonseca na FMABC: o que muda

Você confia no seu hospital-escola? 41 de 42 elegem Fernando Fonseca na FMABC: o que muda

No ABC paulista, uma eleição interna movimenta alunos, docentes e pacientes e antecipa decisões que podem redesenhar a gestão.

O Centro Universitário FMABC realizou a primeira rodada do processo para definir reitor e vice pelos próximos quatro anos. A votação, interna e com representantes de toda a comunidade acadêmica, deu vantagem massiva à Chapa Integra, liderada por Fernando Fonseca e acompanhada por David Feder.

Quem venceu a primeira etapa

Atual vice-reitor e responsável técnico do Laboratório de Análises Clínicas, o professor doutor Fernando Luiz Affonso Fonseca recebeu 41 dos 42 votos do Conselho Universitário. A chapa concorrente, liderada pelo cardiologista Antonio Carlos Palandri Chagas, somou 1 voto. Houve uma abstenção.

O placar de 41 a 1 sinaliza consenso raro em disputas acadêmicas e dá força política à Chapa Integra na etapa final.

Como vice, a chapa apresenta o médico David Feder, egresso da FMABC, com doutorado em Pneumologia e atuação na casa desde os anos 1980. Feder coordenou o curso de Medicina entre 2013 e 2016, período em que acompanhou reformulações curriculares e expansão de campos de prática.

Como funciona a eleição na FMABC

O rito eleitoral ocorre em duas fases. A primeira, já concluída, é interna e conduzida pelo Conselho Universitário, com representantes de diferentes segmentos acadêmicos. A segunda passa para a Fundação do ABC (FUABC), mantenedora da instituição e responsável por homologar o resultado por meio de seu Conselho Curador.

Na primeira etapa, cada voto tem o mesmo peso, sem diferenciação entre categorias.

Quem vota na fase interna

  • Reitoria em exercício.
  • Docentes de diferentes departamentos e cursos.
  • Funcionários técnico-administrativos.
  • Egressos da instituição.
  • Representantes dos cursos de Medicina e das demais graduações.
  • Estudantes.
  • Médicos da Residência Médica e da Residência Multiprofissional.
  • Um representante da comunidade.

Encerrada a contagem, a FUABC analisa as chapas e remete o nome mais votado ao Conselho Curador, colegiado com 21 integrantes. A sessão que fecha o processo ainda não tem data.

Quem integra o Conselho Curador

O colegiado reúne representantes das três prefeituras do Grande ABC (Santo André, São Bernardo e São Caetano), membros da Câmara Municipal, entidades de docentes e de apoio ao desenvolvimento institucional e comissões ligadas à residência.

São 21 conselheiros com origem pública e acadêmica, responsáveis por chancelar ou não o comando da FMABC.

O que isso impacta para você

Decisões de reitoria mexem com a vida de quem estuda, trabalha e é atendido nas estruturas vinculadas à FMABC. Mudanças de gestão influenciam orçamento, expansão de vagas, prioridade de pesquisa, contratação de preceptores, convênios com serviços municipais e a organização da residência médica e multiprofissional.

  • Alunos sentem efeitos em currículo, carga horária prática e infraestrutura de laboratórios e bibliotecas.
  • Residentes percebem impacto em preceptoria, rede de campos de prática e cronogramas de rodízios.
  • Pacientes da região podem ver ajustes em fluxo de atendimento e projetos de integração ensino-serviço.

Com ampla votação, a Chapa Integra chega mais fortalecida para negociar prioridades. Debates sobre inovação pedagógica, uso de dados em gestão assistencial, avaliação docente e incentivo a pesquisa aplicada tendem a ganhar tração.

Posicionamentos públicos após a votação

Logo após a divulgação do resultado interno, o prefeito de Santo André, Gilvan Ferreira (PSDB), defendeu que o Conselho Curador preserve a vontade manifestada pela comunidade acadêmica. Ele ressaltou a trajetória da FUABC e a importância de continuidade na melhoria de ensino, pesquisa e saúde pública regional.

A fala do prefeito pressiona por respeito ao veredito interno e adiciona peso político ao desfecho da segunda etapa.

Cenários para a etapa final

O Conselho Curador pode homologar a escolha, pedir esclarecimentos ou reabrir discussões. A votação expressiva na primeira fase costuma reduzir incertezas, mas a decisão final pertence ao colegiado.

  • Homologação direta: confirma Fonseca e Feder para mandato de quatro anos.
  • Pedido de informações: adia a decisão e exige documentos ou planos detalhados.
  • Reavaliação: cenário menos provável diante do placar, mas previsto no regimento.

Linha do tempo provável

  • Conselho Universitário: etapa concluída com 41 votos para a Chapa Integra.
  • Encaminhamento à FUABC: formalização das atas e envio ao Conselho Curador.
  • Deliberação final: sessão do colegiado com 21 membros, ainda sem data definida.
  • Posse: início do mandato por quatro anos após publicação da decisão.

Resultado da primeira etapa, por chapa

Chapa Cabeça de chapa Votos
Integra Fernando Luiz Affonso Fonseca 41
Axuxê Antonio Carlos Palandri Chagas 1
Abstenções 1

Quem são os protagonistas

Fernando Fonseca

  • Vice-reitor em exercício.
  • Médico e professor, com atuação no Laboratório de Análises Clínicas.
  • Defende valorização acadêmica e inovação como eixos de gestão.

David Feder

  • Médico formado pela FMABC, com doutorado em Pneumologia.
  • Coordenou o curso de Medicina entre 2013 e 2016.
  • Ligação histórica com a instituição desde a década de 1980.

Antonio Carlos Palandri Chagas

  • Professor titular de Cardiologia e ex-aluno da FMABC.
  • Liderou a Chapa Axuxê na disputa.

O que pode vir no plano de gestão

Tema que costuma entrar no primeiro ano de mandato é a revisão de metas acadêmicas e assistenciais. Expectativas frequentes incluem avaliação dos indicadores de permanência estudantil, metas de produção científica, ampliação de bolsas, digitalização de processos e reforço de compliance. Na assistência, ganha espaço a integração de dados clínicos, melhoria de protocolos e formação continuada de preceptores.

Um caminho prático para estudantes e residentes é acompanhar o calendário de reuniões abertas, enviar contribuições aos colegiados e participar das comissões de curso. Esse diálogo ajuda a priorizar demandas como mais leitos de prática, atualização de bibliografias e investimentos em simulação clínica.

Entenda os papéis institucionais

Reitor: conduz o planejamento acadêmico, executa o orçamento, coordena políticas de ensino, pesquisa e extensão e representa a instituição. Vice-reitor: substitui e complementa a gestão, sobretudo em projetos estratégicos e governança.

FUABC: mantenedora que administra contratos e convênios e, no caso da eleição, chancela o resultado por meio do Conselho Curador. Esse arranjo, comum em instituições comunitárias, busca equilíbrio entre autonomia acadêmica e compromisso regional com serviços de saúde.

Para alunos, servidores e pacientes, a mensagem central é clara: a segunda etapa definirá prioridades e ritmo de mudanças.

Para reduzir ruídos, vale acompanhar as comunicações oficiais da FMABC e as pautas do Conselho Curador. Uma boa prática é mapear riscos e vantagens de cada proposta: por exemplo, avaliar impacto orçamentário de novas residências, riscos de subfinanciamento de projetos e ganhos de custo-efetividade com incorporação de tecnologias de simulação. Essa análise ajuda a comunidade a cobrar metas realistas e mensuráveis, com prazos e responsáveis definidos.

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