Provocações, ritmo alto e arquibancada inquieta ditaram o tom no Ibirapuera, onde estrelas da TV e veteranos do ringue dividiram holofotes.
O co-main event do Fight Music Show 7 colocou frente a frente o ator Sacha Bali e Davi Brito, campeão do BBB 24. Em seis rounds movimentados, Sacha impôs volume, ocupou o centro do ringue e saiu com a vitória por decisão unânime. O placar triplo de 59-55 espelhou o domínio do ator diante de um rival que tentou reagir em momentos pontuais, mas não sustentou a virada.
Provocações antes da luta e clima de arquibancada
A noite em São Paulo começou quente. Na encarada oficial, Davi passou do limite. Ele provocou, empurrou e acertou um tapa no rosto de Sacha. O gesto inflamou a discussão nas redes e acendeu o público no Ginásio do Ibirapuera.
O duelo trouxe rivalidade real desde a véspera, com empurrão e tapa na encarada oficial, elevando a tensão do evento.
Com o ambiente carregado, a primeira campainha tocou para uma luta de celebridades que teve cara de disputa séria. Sacha respondeu às provocações como o boxe pede: volume, precisão e muita ocupação de espaço.
Como a luta se desenrolou round a round
Primeiro e segundo rounds: ritmo e iniciativa
Sacha começou acelerado. Ele soltou combinações rápidas e conectou golpes limpos, travando Davi no contra-jogo. A iniciativa rendeu os dois primeiros assaltos. Davi tentou encurtar e derrubou Sacha no fim do round inicial, mas o movimento veio do peso do corpo no clinch, sem contagem.
Terceiro round: queda de intensidade e vaia
O terceiro assalto esfriou. A troca de golpes diminuiu, e a torcida não perdoou. As vaias apareceram quando os dois diminuíram a cadência e aumentaram o clinch.
Quarto round: pressão de Davi, resposta de Sacha
Davi tentou virar a maré no início do quarto. Ele avançou, achou alguns jabs e cruzados. Sacha não recuou. O ator colou sequências, levou o rival às cordas e retomou o controle da ação.
Quinto e sexto rounds: cansaço e definição nos detalhes
O gás cobrou. O quinto round trouxe golpes mais espaçados e leitura tática. No sexto, Davi conectou melhor na abertura, mas Sacha acelerou na metade final e fechou a luta com mais vigor.
Decisão unânime e placar triplo de 59-55: os três juízes viram vantagem clara de Sacha Bali em cinco dos seis assaltos.
O que decidiu a luta
- Posicionamento: Sacha controlou o centro, cortou o ringue e obrigou Davi a reagir.
- Volume: sequências curtas e constantes minaram a leitura do rival.
- Defesa: Davi mostrou esquivas no segundo round, mas não transformou isso em contra-ataque consistente.
- Fôlego: no fim, Sacha manteve mais vigor e empurrou o ritmo quando precisou.
O evento e os resultados que mexeram com o público
O FMS 7 levou uma mistura de nomes da TV, influencers e ex-lutadores ao Ibirapuera. O card combinou entretenimento e técnica.
| Luta | Resultado | Método/placar |
|---|---|---|
| Esquiva Falcão x Binho de Jesus | Esquiva Falcão | Decisão unânime (99-91, 99-91, 100-90) |
| Sacha Bali x Davi Brito | Sacha Bali | Decisão unânime (triplo 59-55) |
| Rogério Minotouro x Rey Physique | Rogério Minotouro | Nocaute técnico, 1min23s do R6 |
Outros destaques do card
- Xamuel venceu Jhony MC por decisão unânime (triplo 60-54).
- Inaê Barros bateu Fernanda Lacerda por decisão dividida (49-46, 48-49, 49-46).
- Nego do Borel superou Rômulo Deu Cria por decisão unânime (triplo 60-54).
- Pobre Loco & Cláudio Andrade empataram com He-Man & Cabo Pereira por decisão majoritária (47-47, 48-47, 47-47).
- Kew venceu Thomaz Costa por decisão unânime (triplo 58-56).
- Diego Grossi empatou com Victor Ruiz por decisão majoritária (58-56, 57-57, 57-57).
- Lucas Mineiro bateu Bruno Nascimento por decisão (58-55, 57-56, 57-56).
- Gabriel Souza Galindo venceu Leonardo Moraes por decisão (triplo 49-46).
Repercussão e próximos passos para Sacha e Davi
Sacha volta para casa com um triunfo convincente em evento grande e com TV ligada nele. Ele mostrou preparo, repertório básico bem aplicado e leitura de distância. Uma nova atuação nesse nível pode elevar seu nome em cards de celebridades, quem sabe em lutas de 6 a 8 rounds contra rivais com maior lastro de sparring.
Davi viveu a primeira experiência de alto impacto no ringue. Ele suportou pressão, encontrou momentos de esquiva e resistiu bem. Para um segundo compromisso, o caminho passa por ajustar o contra-ataque, usar mais o jab para abrir caminho e treinar saídas laterais sob pressão. O talento para vender a luta já existe; falta transformar presença de palco em pontos no placar.
Entenda o 59-55 na prática
O boxe usa o sistema 10-point must. Quem vence o round recebe 10, quem perde leva 9, salvo quedas ou domínio amplo. Em seis assaltos, um 59-55 indica que o vencedor somou cinco rounds a 10-9 e perdeu um por 9-10. Não houve 10-8, o que sugere rounds competitivos, sem knockdown e sem penalidades. O público sente esse tipo de pontuação porque ela traduz constância e disciplina tática.
FMS 7, formato, riscos e oportunidades
O Fight Music Show mistura celebridades, atletas e criadores de conteúdo. O formato amplia a audiência e coloca curiosidade em jogo. Para o fã, o card entrega entretenimento, nostalgia e histórias de ascensão. Para quem sobe os degraus do ringue, o desafio vai além da coragem: exige periodização de treinos, controle de peso e ajustes finos de técnica sob pressão.
Quem pensa em treinar boxe motivado por esse tipo de evento pode começar com metas simples. Três sessões semanais de 45 a 60 minutos constroem base sem sobrecarregar. O foco inicial deve mirar guarda alta, passo e reposicionamento, jab consistente e respiração. O risco mais comum nas primeiras semanas está no excesso de intensidade sem tempo de adaptação. O ganho vem do contrário: repetição consciente, proteção adequada e progressão de carga.
Constância vence o improviso: Sacha Bali aplicou fundamentos simples, em ritmo alto, e fez cada minuto contar no Ibirapuera.
