Você que é aposentado do INSS vai receber r$ 3,31 bi para devolver descontos ilegais em dezembro?

Você que é aposentado do INSS vai receber r$ 3,31 bi para devolver descontos ilegais em dezembro?

Milhares de beneficiários aguardam um acerto prometido há anos. A proposta avança em Brasília e promete aliviar o bolso.

A expectativa de reaver valores perdidos cresce entre aposentados e pensionistas do INSS. A liberação de verbas entrou na fase decisiva e o governo sinaliza um pagamento ainda neste fim de ano.

O que está em jogo

A Comissão Mista de Orçamento aprovou a Medida Provisória nº 1.306/2025, que abre um crédito extraordinário de R$ 3,31 bilhões para ressarcir aposentados e pensionistas do INSS afetados por descontos não autorizados. O texto segue para votação no plenário da Câmara dos Deputados e, em seguida, para o Senado Federal.

R$ 3,31 bilhões foram reservados para devolver cobranças irregulares feitas em benefícios de aposentados e pensionistas.

O governo trabalha com a meta de iniciar os pagamentos em dezembro, transformando a medida em um alívio esperado por quem foi lesado por mensalidades aplicadas sem autorização.

Quem pode receber

Terão direito ao ressarcimento os beneficiários que sofreram descontos indevidos vinculados a associações e entidades que, segundo apurações da Controladoria-Geral da União e da Polícia Federal, operaram cobranças irregulares em massa. As investigações apontam movimentação de aproximadamente R$ 6,4 bilhões em seis anos, o que revela a dimensão do problema.

De onde veio o problema

O escândalo dos descontos irregulares levou o Congresso a instalar uma CPMI. O esquema consistia em mensalidades impostas sem autorização de aposentados, com lançamentos no extrato do benefício do INSS. Parlamentares lembraram que a prática teve início em 2019 e só veio à tona após ações de órgãos de controle e de investigação.

Quando o dinheiro cai

O cronograma depende da aprovação final no Congresso e da sanção presidencial. O Ministério da Previdência Social, chefiado por Wolney Queiroz, já prepara o sistema do INSS para processar os reembolsos assim que a MP virar lei. O objetivo declarado é começar em dezembro, com crédito diretamente na conta em que o benefício é pago.

Pagamentos podem começar ainda em dezembro, condicionados ao aval da Câmara e do Senado.

  • Acompanhe a tramitação: a MP precisa ser votada pelos plenários da Câmara e do Senado.
  • Verifique seus extratos: mantenha um histórico dos descontos para conferência do valor devolvido.
  • Atualize seus dados bancários no Meu INSS ou pelo 135 para evitar devoluções não creditadas.
  • Guarde comprovantes de descontos para eventual conferência ou contestação.

Como identificar descontos indevidos

Você pode checar se houve cobrança irregular seguindo um procedimento simples nos canais do INSS:

  • Acesse o Meu INSS e consulte “Extrato de Pagamento de Benefício”. Procure linhas com descrições de associações, entidades ou mensalidades não reconhecidas.
  • Verifique também o “Extrato de Empréstimos Consignados” para descartar lançamentos vinculados a crédito regular.
  • Compare os meses com valores fora do padrão e anote cada desconto suspeito.
  • Guarde fotos ou PDFs dos extratos. Eles ajudam a calcular o ressarcimento e a resolver divergências.

Como deve ocorrer o reembolso

A sinalização do governo é creditar os valores de volta na mesma conta do benefício, sem necessidade de pedido individual. Ainda assim, a regulamentação pode detalhar conferências automáticas, períodos cobertos e eventuais etapas de validação para casos específicos.

Cenário O que pode acontecer
MP aprovada e sancionada em tempo Crédito começa em dezembro, com processamento escalonado por lotes
Atraso na votação Pagamentos passam para janeiro, com calendário a definir
Casos com divergência de valor Conferência adicional e pagamento em etapa seguinte

O que muda nas contas públicas

O relator, senador Esperidião Amin, elogiou a rapidez na resposta, mas cobrou o fato de a despesa não ter sido prevista no Orçamento de 2024, apesar do conhecimento sobre as fraudes. O parecer veda que a União registre os valores recuperados como receita primária. Essa trava direciona integralmente os recursos à quitação com os prejudicados, reforçando o foco da medida.

Recuperações não entrarão como receita primária, garantindo que o dinheiro volte aos aposentados e pensionistas.

Atenção a tentativas de golpe

O anúncio de devoluções costuma atrair golpistas. Evite cair em armadilhas seguindo boas práticas de segurança digital e bancária.

  • Ninguém do INSS pede senha, código de autenticação ou transferência para liberar valores.
  • Desconfie de contatos por telefone ou mensageria que prometam “adiantar” o ressarcimento.
  • Use apenas os canais oficiais: Meu INSS e Central 135. Evite passar dados por aplicativos não verificados.
  • Revise mensagens com links e ofertas. Erros de português, urgência exagerada e pedidos de pagamento indicam fraude.

Guia prático para estimar quanto você pode recuperar

Uma forma prudente de estimar o montante é somar as linhas de cobranças não autorizadas identificadas nos extratos desde o início dos lançamentos irregulares. O direito administrativo costuma aplicar prescrição de cinco anos, o que pode limitar o período ressarcível. Aguarde a regulamentação para confirmar datas de corte e critérios de cálculo.

Exemplo simples

  • Mensalidade indevida média: R$ 29,90
  • Tempo com desconto: 24 meses
  • Estimativa de ressarcimento: R$ 29,90 x 24 = R$ 717,60

Se houver meses com valores diferentes, faça a soma mês a mês. Caso você identifique descontos muito antigos, registre tudo, mas considere que a regra final pode limitar a restituição a um período específico.

Passo a passo para o dia do pagamento

  • Na data anunciada, consulte o extrato de pagamento do benefício e procure uma linha de crédito identificada como devolução.
  • Compare o valor creditado com sua planilha de descontos. Se houver diferença, guarde o extrato e prepare o contato com o 135.
  • Se o banco recusar o crédito por dados desatualizados, atualize cadastro e peça reprocessamento pelo Meu INSS.

Perguntas que afetam o seu bolso

O ressarcimento interfere no 13º do INSS?

Não. A devolução tem natureza de acerto financeiro e não substitui abonos, reajustes ou o 13º. Trata-se de recomposição de valores descontados sem autorização.

Posso acumular com outros pagamentos do mês?

Sim. O crédito deve aparecer como uma linha adicional no extrato do benefício. Se houver atrasos ou compensações, a regulamentação trará orientações específicas sobre prioridades de processamento.

O que acompanhar nas próximas semanas

  • Agenda de votação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
  • Publicação da lei e de eventuais portarias com regras de cálculo, período coberto e calendário de pagamento.
  • Comunicados do Ministério da Previdência Social e do INSS sobre as rotinas no Meu INSS e na Central 135.

Com a MP aprovada na CMO, a devolução entra na reta final. Mantenha seus extratos à mão, siga os canais oficiais e prepare-se para conferir o crédito quando o pagamento começar a rodar. Para quem vive do benefício mensal, cada real recuperado faz diferença no orçamento de fim de ano.

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