Nova tecnologia de pedágio muda a rotina de quem cruza o litoral e o Alto Tietê. Filas somem, mas a atenção precisa dobrar.
Com pórticos eletrônicos e cobrança automática, três estradas paulistas entram em uma fase sem cabines. O motorista ganha fluidez, desde que saiba como pagar, quando vence e quais descontos valem no seu caso.
O que muda na prática
O sistema free flow libera a passagem sem parar. Câmeras e sensores reconhecem a placa ou a tag e registram a cobrança por ponto de leitura. A Concessionária Novo Litoral administra 213 quilômetros e instalou pórticos em trechos de Arujá e Mogi das Cruzes (SP-088, Mogi–Dutra), Bertioga e Santos (SP-098, Mogi–Bertioga) e Miracatu (SP-055, Padre Manoel da Nóbrega).
Quem já usa tag como Sem Parar ou ConectCar segue com débito automático e desconto. Quem não usa precisa quitar em canais digitais ou nos postos físicos da concessionária.
Pagamento tem prazo de até 30 dias por passagem registrada. Depois disso, vira evasão de pedágio e gera autuação.
Tarifas por local de passagem
As tarifas valem por sentido e variam conforme o pórtico. O governo aplicou atualização próxima de 9% desde dezembro de 2023, seguindo o IPCA.
| Local/pórtico | Tarifa por sentido |
|---|---|
| Arujá | R$ 1,56 |
| Mogi das Cruzes | R$ 1,99 |
| Estrada da Pedreira (P2a) | R$ 0,57 |
| Bertioga | R$ 6,95 |
| Santos | R$ 5,80 |
| Miracatu | R$ 5,59 |
Descontos e quem não paga
O sistema prevê alívio no bolso para uso frequente e para quem já tem tag ativa. Há isenções específicas.
- 5% de desconto para usuários com tag eletrônica.
- Desconto progressivo por frequência: 10% a partir da 11ª passagem no mês.
- Desconto progressivo de 20% a partir da 21ª passagem no mês.
- Motociclistas não pagam.
- Moradores do distrito do Taboão têm isenção no pórtico do km 40+800 da Mogi–Dutra, no deslocamento entre os acessos do km 38+300 e esse ponto.
Tag ativa reduz a tarifa em 5%. A partir da 11ª passagem mensal, entra a faixa de 10%; da 21ª, 20%.
Como pagar sem tag
Sem o adesivo eletrônico, o motorista quita cada passagem registrada em até 30 dias. Dá para fazer tudo no canal digital da concessionária, no aplicativo Novo Litoral ou presencialmente nos postos.
Passo a passo
Guarde os recibos e confira o extrato periodicamente. Eles ajudam a resolver divergências com agilidade.
Penalidades por não pagar
Venceu o prazo de 30 dias e não houve quitação? O registro vira evasão de pedágio, infração grave prevista no Código de Trânsito Brasileiro. A multa é de R$ 195,23, com 5 pontos na CNH.
A autuação não elimina a dívida do pedágio. O valor devido continua ativo até a regularização.
Fluxo melhor, atenção redobrada
O free flow reduz paradas e melhora a fluidez nas saídas para o litoral e para o Alto Tietê. Em troca, exige disciplina digital: conferir passagens, garantir saldo e respeitar o prazo. Para quem dirige diariamente, a combinação de tag com descontos por frequência tende a baixar o custo efetivo por viagem.
Os pórticos usam leitura automática de placas e tags. O sistema registra a classe do veículo e aplica a tarifa do ponto. Manter a placa limpa e o cadastro da tag atualizado evita falhas de leitura e cobranças erradas.
Dicas rápidas para economizar e não ser multado
- Habilite alertas de passagem e de cobrança no seu app de tag ou da concessionária.
- Ative débito automático quando disponível para não perder a data.
- Concentre deslocamentos regulares em um mesmo mês para aproveitar faixas progressivas.
- Se usa carro de família, deixe um responsável pelo acompanhamento dos débitos.
- Fotografe pórticos e horários em casos de divergência; isso facilita a contestação.
Quanto você pode gastar: simulações de bolso
Imagine 22 passagens no mês pelo pórtico de Mogi das Cruzes (R$ 1,99), no mesmo sentido:
- Sem tag, aplicando apenas a frequência: 10 passagens a R$ 1,99 (R$ 19,90), 10 a 10% off (R$ 17,91) e 2 a 20% off (R$ 3,18). Total aproximado: R$ 41,00.
- Com tag (5% sobre a tarifa base), 22 passagens a cerca de R$ 1,89. Total aproximado: R$ 41,60.
No pórtico de Bertioga (R$ 6,95), 22 passagens no mesmo sentido, sem tag e com faixas de frequência, ficam próximas de R$ 143,20, ante R$ 152,90 sem qualquer desconto. Com tag e regras de progressividade, a conta cai mais. A aplicação exata dos percentuais depende do critério da operadora e do extrato mensal.
O que observar nos próximos dias
O primeiro mês costuma concentrar dúvidas e ajustes. Vale checar o funcionamento da sua tag, acompanhar o saldo e verificar as leituras pelo canal digital Siga Fácil. Quem não pretende usar tag precisa criar rotina de consulta semanal para não acumular débitos.
Fica um ponto de atenção para quem usa trechos diferentes no mesmo corredor: cada pórtico tem valor próprio. Planejar rotas pode mudar sua conta no fim do mês, sem aumentar o tempo de viagem. Em áreas urbanas próximas aos pórticos, a isenção local, como a do Taboão, evita cobranças indevidas para deslocamentos curtos do dia a dia.


