Viajantes, estudantes e exportadores já sentem a movimentação nos aeroportos do Paraná. As conexões ganham corpo e abrem novas possibilidades de rota.
Os terminais de Curitiba e Foz do Iguaçu vivem um ciclo de expansão. Mais frequências, destinos inéditos e obras estratégicas desenham um novo momento para quem voa e para quem vende ou compra do exterior.
Oito voos e um novo mapa de conexões
Com o anúncio da ligação direta para Lisboa, o Paraná soma oito rotas internacionais em operação ou confirmadas. O Aeroporto Internacional Afonso Pena, na região de Curitiba, concentra a maior parte das partidas, enquanto Foz do Iguaçu reforça o papel de porta de entrada turística e de hub regional no Cone Sul.
O Estado contabiliza oito ligações internacionais e prepara terreno para ampliar rotas de longo curso a partir da capital.
- Curitiba (Afonso Pena) – Lisboa (Portugal) pela TAP: início em 2 de julho de 2026, três voos semanais; vendas a partir de 11 de novembro.
- Curitiba – Santiago (Chile): duas rotas em operação.
- Curitiba – Buenos Aires (Argentina): uma rota.
- Curitiba – Lima (Peru): uma rota.
- Curitiba – Assunção (Paraguai): uma rota.
- Curitiba – Montevidéu (Uruguai): uma rota.
- Foz do Iguaçu – Santiago (Chile): uma rota.
Lisboa com a TAP: datas e o que muda para o passageiro
A TAP Air Portugal confirmou a primeira conexão aérea regular do Paraná com a Europa. A ponte Curitiba–Lisboa começa em 2 de julho de 2026, com três partidas por semana. As passagens entram no sistema em 11 de novembro, fator que tende a mexer com a concorrência e a oferta de tarifas promocionais no mercado local.
Para quem viaja, a rota reduz conexões longas e amplia alternativas de malha intercontinental. A partir de Lisboa, o passageiro se integra a uma rede ampla de destinos europeus e africanos, com despacho único de bagagem e menor risco de perda de conexões. Empresas e universidades também ganham com agendas mais curtas e previsíveis.
Passagens para Lisboa à venda em 11 de novembro e decolagens a partir de 2 de julho de 2026: atenção às tarifas de lançamento.
Terceira pista do Afonso Pena: licenças, prazos e o que está no papel
O projeto da terceira pista do Afonso Pena avança em etapas formais. O Instituto Água e Terra emitiu a Licença Prévia em março. A concessionária Motiva cumpre condicionantes ambientais e urbanísticas para pedir a Licença de Instalação. A Prefeitura de São José dos Pinhais negocia um Termo de Compromisso com melhorias e ampliação de infraestrutura no entorno. O IPHAN autorizou o monitoramento arqueológico. Houve a publicação do decreto de desapropriação, e as negociações com proprietários diretamente impactados seguem em curso.
A previsão anunciada pela concessionária é concluir a obra até o fim de 2026. A nova pista deve permitir a chegada de aeronaves de grande porte, aumentar a segurança operacional em cenários de vento e chuva e reduzir gargalos na malha.
Terceira pista até o fim de 2026: mais capacidade para aeronaves maiores, maior robustez operacional e espaço para novas rotas.
Foz do Iguaçu ganha fôlego com pista maior
Em paralelo, Foz do Iguaçu já opera com a pista ampliada e homologada. O novo comprimento de 2.700 metros coloca o aeroporto como o de maior pista da região Sul, condição que sustenta voos mais longos e reforça o turismo nas Cataratas e a logística de eventos internacionais.
Turismo em alta e terminais mais cheios
Os números mostram a demanda aquecida. Entre janeiro e setembro de 2025, o Paraná recebeu 826 mil turistas estrangeiros, avanço de 22,9% frente a 2024. Nos nove primeiros meses do ano, os aeroportos de Curitiba e Foz somaram 6 milhões de passageiros, crescimento de 8,3% sobre igual intervalo do ano passado.
| Indicador | Período/valor | Variação |
|---|---|---|
| Turistas estrangeiros no Paraná | Jan–set 2025: 826.000 | +22,9% vs 2024 |
| Passageiros (Curitiba + Foz) | Jan–set 2025: 6,0 milhões | +8,3% a/a |
| Afonso Pena (set/2025) | 530.000 | +7,0% vs set/2024 (495.000) |
| Foz do Iguaçu (set/2025) | mais de 184.000 | +12,0% vs 164.000 |
Comércio exterior e carga aérea no radar
Mais alcance internacional tende a reduzir prazos de entrega e custos logísticos em cadeias de alto valor agregado. A terceira pista cria margem para aeronaves cargueiras maiores e para maior peso de decolagem em voos longos. Indústrias farmacêuticas, de tecnologia e do agronegócio se beneficiam de corredores mais estáveis para importação e exportação de insumos e produtos.
O que falta para decolar novas rotas
Novos voos dependem de fatores combinados. As companhias avaliam dados sólidos e previsibilidade de infraestrutura. Os governos e a concessionária ajustam incentivos e reduzem barreiras regulatórias. O mercado local precisa sustentar ocupação saudável durante o ano inteiro, não apenas na alta temporada.
- Demanda consistente de passageiros corporativos e de lazer, com sazonalidade controlada.
- Infraestrutura e slots que suportem horários competitivos e giro eficiente de aeronaves.
- Conexões alimentadoras de cidades do interior para manter a ocupação dos longos cursos.
- Ambiente regulatório claro e acordos bilaterais que permitam ampliar frequências.
- Estratégias de promoção turística e de captação de eventos para garantir fluxo contínuo.
Para o viajante: como aproveitar o novo momento
Monitore a abertura de vendas para Lisboa em 11 de novembro e avalie tarifas com antecedência. Compare viagens partindo de Curitiba e de Foz, quando fizer sentido. Programe férias e deslocamentos de trabalho com flexibilidade de datas para capturar preços melhores. Organize documentação de passaporte e vistos e mantenha programas de milhagem ativos para combinar trechos internos e internacionais.
Pontos de atenção e ganhos esperados
Obras de pista envolvem desapropriações, ajustes de tráfego no entorno e condicionantes ambientais. A tramitação de licenças demanda cronograma ajustado e diálogo com moradores e empresas da região. Comunicar prazos com transparência ajuda a reduzir ruído e a organizar a vida de quem mora ou trabalha próximo ao sítio aeroportuário.
Do lado dos benefícios, a expansão tende a gerar empregos na construção, nas operações e no turismo. A capacidade adicional dá previsibilidade à malha, reduz atrasos em dias de meteorologia adversa e abre espaço para rotas diretas que hoje exigem múltiplas conexões. Com a terceira pista no Afonso Pena e a pista estendida em Foz, o Paraná se posiciona para disputar voos de médio e longo curso na América do Sul e além.


