Prepare-se para uma viagem ao sertão, onde fé, desejo e moda de viola voltam a aquecer as suas tardes.
O Globoplay Novelas, novo nome do antigo Canal Viva, recoloca em cartaz o remake de Paraíso, exibido em 2009, que ganha sua primeira reprise 16 anos depois. A trama retorna em 1º de dezembro, às 14h35, e assume o espaço atualmente ocupado por Caras & Bocas.
Reprise confirmada: quando e onde assistir
A volta de Paraíso acontece na faixa vespertina do Globoplay Novelas, dedicada a títulos queridos do público. A escolha mira fãs de novelas clássicas e quem perdeu a exibição de 2009. O horário facilita a audiência familiar e o consumo por nostalgia, com capítulos que cabem na rotina do início da tarde.
Estreia: 1º de dezembro, às 14h35, no Globoplay Novelas, substituindo Caras & Bocas.
O que faz Paraíso marcar época
O folhetim atualiza a obra homônima de 1982, criada por Benedito Ruy Barbosa. A adaptação ficou com as filhas do autor, Edmara Barbosa e Edilene Barbosa. O enredo se passa na fictícia cidade de Paraíso, no interior de Mato Grosso, e constrói tensão entre crença popular e amor terreno.
Zeca, vivido por Eriberto Leão, carrega o apelido de “filho do diabo” por causa das lendas que cercam sua família e a figura do pai, Eleutério, interpretado por Reginaldo Faria. Maria Rita, a Santinha de Nathalia Dill, cresce sob a promessa materna de seguir a vida religiosa, promessa que molda a sua trajetória ao lado de Mariana, papel de Cássia Kis.
O romance proibido entre o “peão doutor” Zeca e a “Santinha” Maria Rita coloca fé, desejo e tradição em choque direto.
Paraíso valoriza a cultura caipira. A trama respira moda de viola, trabalho no campo, procissões e crenças que se espalham pela pequena cidade. A paisagem humana do sertão guia conflitos e conciliações, sempre com a música e a oralidade local como pano de fundo.
Elenco que o público vai rever
- Eriberto Leão (Zeca), o “filho do diabo”.
- Nathalia Dill (Maria Rita), a “Santinha”.
- Reginaldo Faria (Eleutério), patriarca temido e influente.
- Cássia Kis (Mariana), mãe que promete a filha a uma vida religiosa.
- Vanessa Giácomo (Rosinha), em trama afetiva e ascensão social.
- Fernanda Paes Leme (Maria Rosa), peça-chave nas disputas locais.
- Alexandre Nero (Terêncio) e Cristiana Oliveira (Zuleika), figuras que tensionam alianças.
- Mauro Mendonça (Antero) e Guilherme Winter (Otávio), no núcleo político e econômico da cidade.
- Daniel (Zé Camilo), cantor que vive seu único papel fixo em novela.
- Participações especiais: Chitãozinho & Xororó e Sérgio Reis.
Números e bastidores
Na exibição original, Paraíso anotou média de 26 pontos na Grande São Paulo. O índice soava modesto para a época, mas mudou o rumo da faixa das seis. A novela devolveu fôlego ao horário após uma sequência de quatro títulos com baixo desempenho: Eterna Magia (2007), Desejo Proibido (2007), Ciranda de Pedra (2008) e Negócio da China (2008). O boca a boca cresceu e alongou a vida do folhetim.
A repercussão levou a Globo a esticar a história em cinco semanas: a versão de 2009 se despediu com 173 capítulos.
O prolongamento da obra confirmou o apelo do romance central e a sintonia do público com o retrato do interior. Foi a prova de que o melodrama ancorado em tradições rurais segue forte quando encontra um elenco afinado e trilha certeira.
Por que a volta interessa a você
Para quem acompanhou em 2009, a reprise oferece reencontros afetivos. Para quem só ouviu falar de Santinha e do “filho do diabo”, é chance de assistir ao desenvolvimento do casal que virou referência no horário. A história traz elementos que seguem atuais: a tensão entre planos familiares e escolhas individuais, a disputa por poder em cidades pequenas e a influência da religião em decisões íntimas.
O frescor vem das interpretações. Eriberto Leão impõe vigor a Zeca, enquanto Nathalia Dill constrói uma Santinha entre devoção e libido, sem caricatura. O elenco de apoio amplia a trama com ambição, ciúme, política e música sertaneja, que pontua viradas e silencios incômodos.
Guia rápido do serviço
| Estreia | Horário | Canal | Substitui | Total de capítulos (2009) |
|---|---|---|---|---|
| 1º de dezembro | 14h35 | Globoplay Novelas (antigo Canal Viva) | Caras & Bocas | 173 |
Como a história conversa com o presente
A volta de Paraíso ajuda a entender por que narrativas rurais seguem fortes na TV brasileira. O enredo contrasta a modernização trazida por forasteiros e o conservadorismo local, enquanto expõe o vaivém de fofocas, promessas, dívidas e romarias. A figura do “peão doutor” traduz a mobilidade social pelo saber prático e pela esperteza, sem abandonar raízes.
O debate sobre destino traçado pelos pais e autonomia dos filhos atravessa gerações. Quando Mariana impõe a promessa sobre a vida de Maria Rita, a novela pergunta até onde vai a autoridade doméstica. Ao mesmo tempo, as lendas do “filho do diabo” sugerem como a palavra da rua interfere no futuro de alguém, um tema que conversa com tempos de julgamentos instantâneos.
Para aproveitar a reprise ao máximo
Vale acompanhar o arco de Zé Camilo, vivido por Daniel, por ser um caso raro de cantor em papel fixo que dialoga com a trama sem soar figurativo. As entradas de Chitãozinho & Xororó e Sérgio Reis funcionam como marcadores culturais e ampliam a verossimilhança do sertão televisivo.
Quem gosta de observar construção de personagens pode focar nas mudanças de Maria Rita entre a obediência e a afirmação do desejo. Já Zeca passa por testes de honra, ciúmes e provações que revelam um código de conduta particular dos peões. Esses trajetos, somados ao embate de famílias e à política local, sustentam os capítulos com ritmo e ganchos claros.
Dica para novos espectadores
Se você vai assistir pela primeira vez, experimente anotar nomes e relações nas primeiras semanas. A cidade de Paraíso opera como um organismo: cada fala diz algo sobre hierarquias, boatos e dívidas. Isso facilita entender por que decisões simples viram conflitos maiores.
Fé, promessa e desejo movem a novela. Quem assistir com atenção a esses três vetores entende todas as viradas.
Para quem curte bastidores, vale comparar cenas da novela de 2009 com a tradição de Benedito Ruy Barbosa em histórias rurais. A adaptação de Edmara e Edilene Barbosa acerta ao atualizar costumes sem perder a cadência da prosa sertaneja. Esse equilíbrio ajuda a trama a resistir ao tempo e justifica a nova janela na grade.


