Muita gente pretende pedir o benefício nos próximos meses sem notar que pequenas mudanças mexem no valor final.
As regras do INSS mudaram com a reforma e seguem ajustando ano a ano. Veja como funcionam em 2025-2026, quem entra nas transições e quando esperar pode render um benefício maior.
O que mudou com a reforma e quem entra nas regras novas
Quem começou a contribuir ao INSS após 13 de novembro de 2019 segue a aposentadoria programada. Ela combina idade mínima com tempo de contribuição e vale para o Regime Geral de Previdência Social.
- Mulheres: 62 anos de idade e 15 anos de contribuição.
- Homens: 65 anos de idade e 20 anos de contribuição.
- Carência: 180 contribuições mensais para conceder o benefício.
O cálculo parte da média de 100% dos salários de contribuição desde julho de 1994: 60% da média, somando 2% por ano que exceder 15 anos (mulher) ou 20 anos (homem).
Quem já contribuía antes de 13/11/2019 pode usar regras de transição. Elas reduzem o impacto da reforma e avançam a cada ano.
Regras de transição em 2025 e o que muda em 2026
Duas portas de entrada sobem de forma automática: a pontuação e a idade mínima progressiva. Pedágios de 50% e 100% continuam disponíveis para casos específicos.
| Regra | Mulheres 2025 | Homens 2025 | Mulheres 2026 | Homens 2026 |
| Pontuação mínima (idade + tempo) | 92 pontos | 102 pontos | 93 pontos | 103 pontos |
| Idade mínima progressiva | 59 anos | 64 anos | 59 anos e 6 meses | 64 anos e 6 meses |
| Tempo mínimo de contribuição | 30 anos | 35 anos | 30 anos | 35 anos |
Regra de pontos
A soma da idade com o tempo de contribuição precisa alcançar a pontuação do ano. O tempo mínimo é de 30 anos (mulher) e 35 anos (homem).
- 2025: 92 pontos para mulheres e 102 para homens.
- 2026: 93 pontos para mulheres e 103 para homens.
Não há idade mínima específica nesta regra, mas a pontuação sobe 1 ponto por ano. Planejamento evita pedir cedo demais.
Idade mínima progressiva
Exige idade mínima crescente, além do tempo de contribuição de 30/35 anos.
- 2025: 59 anos (mulher) e 64 anos (homem).
- 2026: sobe 6 meses — 59 anos e 6 meses (mulher) e 64 anos e 6 meses (homem).
- Objetivo final: 62 anos (mulher) e 65 anos (homem).
Pedágio de 50%
Destinado a quem, em 13/11/2019, faltava menos de 2 anos para atingir 30/35 anos de contribuição.
- Exigência: cumprir o tempo que faltava na data da reforma somado a 50% desse tempo.
- Idade mínima: não há.
- Cálculo: aplica fator previdenciário, o que tende a reduzir o valor do benefício.
Exemplo prático: se faltavam 16 meses em 13/11/2019, o pedágio é 8 meses. Total a cumprir: 24 meses.
Pedágio de 100%
Para quem aceitava esperar mais, mas busca melhor cálculo.
- Exigência: cumprir o dobro do tempo que faltava em 13/11/2019.
- Idade mínima: 57 anos (mulher) e 60 anos (homem).
- Cálculo: 100% da média, sem fator previdenciário.
Quando o pedágio de 100% é possível, o benefício costuma ser maior. Simular os dois cenários evita arrependimentos.
Aposentadorias especiais: PcD e atividade especial
Pessoa com deficiência (PcD)
Regras da Lei Complementar 142/2013, mantidas após a reforma. O tempo de contribuição varia conforme o grau de deficiência.
| Grau | Mulher | Homem |
| Grave | 20 anos | 25 anos |
| Moderada | 24 anos | 29 anos |
| Leve | 28 anos | 33 anos |
| Por idade | 55 anos | 60 anos |
Atividade especial
Voltada a quem trabalha exposto a agentes nocivos. Exige comprovação técnica por documentos como PPP e LTCAT.
- 15 anos de atividade especial: 55 anos de idade.
- 20 anos de atividade especial: 58 anos de idade.
- 25 anos de atividade especial: 60 anos de idade.
Meu INSS na prática
O aplicativo e o site Meu INSS concentram as etapas do pedido e reduzem idas à agência.
- Simulação: verifica regras de acesso, tempo restante e projeta datas mais vantajosas.
- CNIS: confira vínculos e salários. Inconsistências derrubam o tempo e o valor; peça acertos antes de protocolar.
- Provas: guarde holerites, carteiras de trabalho, PPP, carnês, GPS e contratos como autônomo.
- Contribuinte individual e MEI: avalie complementação de alíquota para não prejudicar cálculo.
- Protocolo digital: envie documentos escaneados com nitidez e agrupados por período.
CNIS limpo e completo costuma acelerar a análise e evita cortes por “falta de prova”.
Como calcular o valor e evitar perda
A base é a média de todos os salários de contribuição desde 07/1994, limitada ao teto. O piso é o salário mínimo. Na aposentadoria programada, aplica-se 60% da média, somando 2% por ano que excede 15 anos para mulheres e 20 anos para homens.
- Mulher com 17 anos de contribuição e média de R$ 3.000: 60% + 4% = 64%. Benefício estimado: R$ 1.920.
- Homem com 35 anos e média de R$ 4.000: 60% + 30% = 90%. Benefício estimado: R$ 3.600.
- No pedágio de 100%, a renda alcança 100% da média, sem aplicar a regra de 60% + 2%.
Descartar contribuições muito baixas não é permitido nessa média. Contribuições em atraso podem ser viáveis, mas exigem validação do INSS e, em muitos casos, prova de atividade. Simular antes evita pagar a mais sem retorno.
Checklist rápido para 2025-2026
- Confirme se você está nas regras permanentes ou de transição.
- Conte tempo de contribuição e carência mês a mês no CNIS.
- Compare três portas: pontos, idade progressiva e pedágios.
- Projete 2026: +1 ponto e +6 meses na idade progressiva.
- Calcule o valor nas opções e veja se esperar 6 a 12 meses melhora a renda.
- Verifique documentos especiais (PcD e atividade especial) com laudos atualizados.
2025 pede 92/102 pontos e 59/64 anos na progressiva; em 2026, sobe para 93/103 pontos e mais 6 meses na idade.
Quando esperar compensa e como simular
Dois movimentos costumam aumentar o valor: completar faixas de 2% no cálculo e alcançar pedágios com melhor fórmula. Quem está a meses da pontuação ou da idade progressiva pode ganhar renda vitalícia maior ao adiar o pedido. Simule as datas no Meu INSS e guarde os prints dos cenários.
Uma estratégia comum é ajustar contribuições finais. Para autônomos, recolhimentos pelo código correto e sem atrasos evitam glosas. Para quem alterna registro e MEI, a complementação pode elevar a média e abrir portas nas transições. Planejamento previdenciário bem feito reduz risco de benefício menor do que o possível.


