Vale-refeição e alimentação mudam em 3 de novembro: pronto para o voucher Mastercard, Visa e Elo?

Vale-refeição e alimentação mudam em 3 de novembro: pronto para o voucher Mastercard, Visa e Elo?

Seu cartão de benefícios pode funcionar de um jeito diferente nas maquininhas. A mudança mexe com taxas, limites e rotina.

A partir de 3 de novembro, a função voucher passa a ser necessária para pagar com vale-refeição, vale-alimentação e vale-cultura nas máquinas que operam com Mastercard, Visa e Elo. O novo trilho integra o Programa de Alimentação do Trabalhador e aparecerá ao lado de crédito e débito, trazendo padronização, rastreabilidade e espaço para mais concorrência nas taxas.

O que é o trilho voucher e por que ele existe

No jargão dos meios de pagamento, “trilho” é o caminho técnico que carrega a transação. O voucher é um trilho dedicado aos benefícios do PAT, separado de crédito e débito, criado para que bandeiras tradicionais possam processar esses pagamentos com regras claras e interoperabilidade. A configuração correta permite que o terminal reconheça que se trata de um benefício, aplique as restrições de uso e registre dados específicos da compra.

A função voucher torna-se obrigatória em 3 de novembro em qualquer estabelecimento que aceite VA, VR e vale-cultura com cartões Mastercard, Visa e Elo.

Com o voucher, cada transação identifica o tipo de produto (refeição, alimentação ou cultura) e o segmento do estabelecimento. Essa distinção reforça o cumprimento das normas, reduz fraudes e facilita auditorias internas de empresas que concedem benefícios aos colaboradores.

A rastreabilidade aumenta: o sistema registra que o pagamento ocorreu com benefício e valida se o gasto está alinhado às regras do PAT.

Como habilitar no seu negócio

Lojistas não precisam trocar a maquininha nem assinar novos contratos para ativar o trilho do voucher. O ajuste é feito junto à credenciadora com quem você já trabalha. O passo a passo varia conforme a infraestrutura:

  • Maquininhas POS (comércios menores): solicitar a ativação do voucher diretamente à credenciadora.
  • Sistemas TEF (grandes redes): pedir a habilitação ao adquirente e acionar o integrador de software para atualizar o PDV.
  • Ambientes eletrônicos (apps e e-commerce): habilitar com a credenciadora e alinhar a integração com o parceiro tecnológico.

Uma vez ativo, o terminal exibirá a opção voucher na tela de escolha da forma de pagamento. Treine a equipe para oferecer essa função quando o cliente apresentar cartão de benefícios.

Prazos, custos e como testar

Os prazos de ativação costumam ser curtos, pois a mudança é de configuração. Combine com a credenciadora uma janela de testes fora do pico de atendimento e realize compras simuladas de baixo valor para validar emissão de comprovante, identificação do benefício e conciliação.

As taxas podem variar de acordo com o arranjo e a negociação comercial. O novo trilho estimula concorrência entre adquirentes e bandeiras, abrindo espaço para condições melhores. Registre as condições vigentes por CNPJ e por função (crédito, débito e voucher) e acompanhe o efeito no DRE.

O que muda para bandeiras e operadoras

Desde 2022, uma mudança legal autorizou bandeiras como Visa, Mastercard e Elo a operar VA, VR e vale-cultura. Antes disso, os benefícios trafegavam por arranjos fechados, com empresas especializadas como Alelo, Ticket e VR. O mercado reuniu representantes em um grupo de trabalho da Abecs para desenhar um trilho padronizado. O resultado foi o voucher, com regras próprias e compatível com os sistemas abertos de pagamentos.

Concorrência e transparência

Com a entrada das bandeiras tradicionais, aumentam as possibilidades de negociação para os lojistas e a cobertura de aceitação para consumidores. O padrão técnico unifica a leitura de dados, simplifica a conciliação e traz clareza sobre a natureza de cada transação, reduzindo divergências contábeis e reforçando a governança das empresas que oferecem benefícios.

Impactos para quem usa VA, VR e vale-cultura

Para o trabalhador, a experiência muda pouco na prática: o caixa precisa selecionar voucher na maquininha. A compra será autorizada apenas em estabelecimentos elegíveis e conforme o benefício disponível no cartão. O recibo traz a informação de que a operação ocorreu via voucher, o que ajuda a empresa a comprovar o uso adequado do saldo concedido.

  • Se a maquininha não exibir voucher, peça ao estabelecimento outra máquina ou solicite a ativação ao responsável.
  • Se o pagamento não passar, verifique se o local é elegível ao benefício utilizado e se existe saldo.
  • Para compras online ou em apps, o lojista também precisa habilitar o voucher no gateway ou no PSP do canal digital.

Checklist rápido para o lojista

Função O que processa Identifica tipo de gasto Habilitação Uso típico
Crédito Compras gerais Não Padrão Bens e serviços sem restrição
Débito Saldo à vista Não Padrão Compras diárias e saques (quando habilitado)
Voucher VA, VR e vale-cultura Sim Ativar com a credenciadora Alimentação, refeição e cultura conforme regras do PAT

Exemplo prático de migração

Uma rede de supermercados com TEF agenda a habilitação do voucher com a adquirente. Em paralelo, o integrador atualiza o PDV para exibir a nova opção e adequar o comprovante. Em dois dias úteis, a equipe testa uma compra com cartão de vale-alimentação no caixa 1, confere a identificação do benefício no extrato da adquirente e repete o teste em mais dois pontos. Em seguida, o gerente treina os operadores: sempre que o cliente apresentar cartão de benefício, selecionar voucher na maquininha. No fechamento do dia, o backoffice reconcilia os pagamentos de voucher separadamente, analisando taxas e prazos de repasse.

Riscos e erros mais comuns

  • Não treinar a equipe e cobrar no crédito por engano, gerando negativa de pagamento ou gasto irregular.
  • Deixar de atualizar o PDV no TEF e perder a opção voucher em alguns caixas.
  • Ignorar diferenças de taxa e prazo de liquidação por função, prejudicando a conciliação financeira.
  • Falhar na categorização do estabelecimento no cadastro, o que pode bloquear autorizações válidas.

Por que isso interessa ao seu caixa e ao seu balanço

O voucher simplifica a vida no PDV ao reduzir tentativas negadas por uso indevido do benefício e diminui contestações. Para o financeiro, a granularidade dos dados facilita auditoria, controle de custos por centro de resultado e negociação com adquirentes. Com mais concorrência, o comerciante pode comparar taxas e condições e escolher o melhor pacote para o seu perfil de vendas.

Perguntas rápidas que ajudam no dia a dia

  • Como sei se ativei corretamente? O terminal exibe voucher e autoriza compras com VA/VR/vale-cultura em estabelecimentos elegíveis.
  • Posso manter minhas maquininhas atuais? Sim, a ativação é por configuração com sua credenciadora.
  • Preciso de dois terminais? Não. Um único terminal pode operar crédito, débito e voucher.
  • Como oriento o cliente? Peça o cartão, selecione voucher e prossiga como nas demais funções.

O que vem a seguir

A integração dos benefícios aos arranjos abertos tende a ampliar aceitação e reduzir barreiras para pequenos negócios. A padronização técnica acelera a entrada de novos provedores e incentiva soluções de conciliação mais inteligentes. O setor espera efeito positivo em custo, inovação e qualidade de serviço, com regras claras e mensuração detalhada das transações.

Para aproveitar o momento, vale monitorar as métricas de sucesso: taxa de autorização, tempo médio de atendimento ao selecionar voucher, custo efetivo total por função e cobertura de aceitação. Um acompanhamento simples por semana já revela gargalos e oportunidades de renegociar condições com a credenciadora.

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