Em Santa Tereza, memórias desafinam a pressa. Gente de todas as idades promete ocupar a feira com canções, afeto e sabores.
O bairro que viu nascer o Clube da Esquina se prepara para um encontro de voz coletiva, mesa farta e lembranças recentes de Lô Borges. O Festival Sabores e Sons de Minas reúne palco e quitutes de raiz em um domingo inteiro de celebração popular.
Homenagem que nasce onde tudo começou
O Mercado Distrital de Santa Tereza, na rua São Gotardo, 273, recebe neste domingo (9/11) um tributo a Lô Borges, referência da música mineira e brasileira. A programação vai das 10h às 18h, com entrada gratuita e espaço coberto. O público encontra clima de bairro, circulação de famílias e presença de fãs que cresceram com as canções do Clube da Esquina.
O gesto carrega simbolismo. Santa Tereza abrigou encontros que moldaram a estética do movimento. Foi nas esquinas do bairro que melodias e amizades viraram repertório de gerações. A homenagem retoma essa energia comunitária e transforma a feira em arena de celebração.
Domingo, 9/11, das 10h às 18h, no Mercado de Santa Tereza: entrada gratuita, espaço coberto e ambiente pet friendly.
Palco com Quarteto Travessia e convidados
O show principal fica a cargo do Quarteto Travessia, que convida nomes de diferentes gerações. Sobem ao palco Gabriel Guedes, Tadeu Franco, Fred Borges, Bárbara Barcellos e artistas ligados ao Clube da Esquina. A proposta reúne intérpretes que vivenciam a estética mineira e cultivam a memória de Lô.
O repertório deve passear por clássicos que fixaram a poesia urbana e a harmonia ousada de Minas. Canções como O trem azul, Para Lennon e McCartney e Um girassol da cor do seu cabelo costumam estar na ponta da língua do público. Arranjos com violões, teclas e vozes em diálogo prometem momentos de coro coletivo.
- Quarteto Travessia conduz a apresentação principal.
- Participações de Gabriel Guedes, Tadeu Franco, Fred Borges e Bárbara Barcellos.
- Releituras de composições de Lô Borges e parceiros do Clube da Esquina.
- Formato pensado para proximidade entre artistas e plateia.
Sabores que contam histórias
O festival amplia a experiência musical com um recorte de cozinha mineira. Barracas reúnem receitas de quintal e técnicas passadas de geração em geração. O público circula entre o palco e os pontos de comida, com aromas que lembram almoços de domingo e travessas fumegantes.
- Frango ao molho pardo com arroz soltinho.
- Feijão tropeiro com torresmo sequinho.
- Vaca atolada com mandioca bem cozida.
- Costelinha com canjiquinha cremosa.
- Pão de queijo com linguiça na chapa.
- Chope artesanal de produtores locais.
- Doces caseiros, artesanato e moda autoral mineira.
O conceito é simples e certeiro: ouvir música que marcou épocas enquanto se prova comida que atravessa fronteiras afetivas. Crianças encontram espaço para circular. Grupos de amigos se reúnem em torno das mesas. Visitantes de outras cidades aproveitam para conhecer um pedaço de Belo Horizonte que respira história musical.
Sabores e sons caminham juntos: o cardápio reforça o vínculo entre tradição culinária e canções que formaram gerações.
Como aproveitar com a família
Chegue cedo para evitar filas nas barracas mais disputadas. Leve garrafa de água reutilizável e protetor solar, mesmo com área coberta. Dê preferência a transporte por aplicativo ou coletivo, já que as ruas do entorno são estreitas e o movimento aumenta ao longo do dia. Para quem vai com crianças, combine um ponto de encontro e identifique os pequenos.
Pets são bem-vindos. Use guia curta e carregue saquinhos para manter a limpeza. Uma ecobag ajuda a levar produtos de artesanato e doces caseiros sem gerar resíduos. Em caso de chuva, as tendas garantem conforto, mas o calçado fechado traz mais segurança para circular.
Serviço
| Evento | Festival Sabores e Sons de Minas – homenagem a Lô Borges |
| Data e horário | Domingo, 9/11, das 10h às 18h |
| Local | Mercado Distrital de Santa Tereza – Rua São Gotardo, 273, Santa Tereza, BH |
| Ingresso | Gratuito |
| Estrutura | Ambiente coberto e pet friendly |
Legado que segue em movimento
Lô Borges moldou a concepção de melodia e harmonia que ecoa além de Minas. Sua obra cruza fronteiras com violões de timbre cristalino, baixos pulsantes e letras que tratam de amizade, cidade e migração. O diálogo com parceiros como Milton Nascimento e Márcio Borges originou um modo de compor que influenciou bandas independentes, artistas de rádio e trilhas de cinema.
A despedida reacende o hábito de ouvir discos inteiros. Muita gente revisita o álbum Clube da Esquina, as faixas solo de Lô e gravações ao vivo que exibem variações de arranjo. Circulam comentários de estúdio sobre material que pode vir a público, o que mantém a atenção de fãs e pesquisadores.
O que este domingo oferece ao fã
Quem busca emoção encontra um set pensado para memória afetiva. Quem prefere conhecer mais a fundo aproveita intervalos para conversar com expositores, músicos e frequentadores antigos do bairro. Há espaço para registrar fotos, mas a sugestão é ouvir com atenção os trechos mais intimistas, quando os arranjos abrem espaço para o silêncio da plateia e o coro espontâneo.
No bairro que abrigou encontros do Clube da Esquina, a cidade se reúne para cantar e agradecer a Lô.
Dicas úteis para planejar a visita
Monte um roteiro combinando música e gastronomia. Comece pelo almoço entre 11h e 12h e deixe o meio da tarde para o show completo. Separe um valor em espécie para compras pequenas nas barracas, já que alguns expositores trabalham com sinal instável. Se pretende ficar até o fim, leve um agasalho leve: o vento do fim de tarde pode baixar a temperatura.
Para quem chega de carro, estacione em vias com boa iluminação e observe sinalização. A região costuma ter fluxo de moradores e ciclistas; redobre a atenção ao dirigir. Pessoas com mobilidade reduzida podem solicitar apoio na entrada principal do mercado. O piso abriga áreas planas que facilitam circulação de cadeiras de rodas e carrinhos de bebê.
Por que eventos como este importam para a cidade
Festivais de bairro reforçam a economia criativa. Pequenos produtores vendem diretamente. Artistas locais ganham público novo. Moradores retomam a convivência em espaços comuns. A música de Lô Borges serve de fio condutor para uma experiência que combina memória, encontro e geração de renda.
Quem vai sai com repertório renovado e referências concretas para levar adiante: um disco para ouvir em casa, uma receita que pede repeteco e a certeza de que Santa Tereza segue fabricando afetos em tempo real.


