Terapia com animais em hospitais e escolas: você deixaria seu filho participar? 7 ganhos reais

Terapia com animais em hospitais e escolas: você deixaria seu filho participar? 7 ganhos reais

Em corredores cheios e salas silenciosas, uma visita peluda vem quebrando a rotina, abrindo conversa e reacendendo expectativas.

Programas de terapia assistida por animais aparecem em hospitais, escolas e projetos sociais com resultados que chamam atenção. Cães, gatos e até cavalos participam de sessões planejadas por equipes de saúde e educação. O foco recai em bem-estar, motivação e metas terapêuticas claras, com ganhos emocionais e comportamentais visíveis ainda nas primeiras interações.

O que muda com a presença dos animais

Na prática, a chegada de um cão treinado diminui tensão e encurta distâncias entre profissionais e públicos mais retraídos. Crianças participam mais das atividades. Adultos em tratamento psiquiátrico iniciam diálogos que antes pareciam improváveis. Em unidades hospitalares, a expectativa pelo “dia da visita” já faz parte da agenda de muitos pacientes.

Quando os animais entram, até quem raramente interage costuma aceitar contato, dar comandos simples e sustentar a atenção por mais tempo.

Em Brasília, no Hospital Universitário de Brasília (HUB/UnB), visitas mensais com apoio do Instituto Brasiliense de Intervenções Assistidas por Animais (IBIAA) mostram essa dinâmica. Profissionais relatam queda de ansiedade, melhora do humor e adesão a atividades de reabilitação logo após as sessões. A literatura internacional também aponta reduções de estresse, dor percebida e pressão arterial em contextos semelhantes.

Resultados emocionais e clínicos

  • Humor mais estável e maior disposição para conversar.
  • Participação espontânea em exercícios motores e cognitivos.
  • Redução de sinais de ansiedade, como inquietação e hipervigilância.
  • Facilitação do vínculo com a equipe multiprofissional.
  • Sensação de pertencimento e lembranças afetivas que ajudam na ressignificação do tratamento.

Como os programas garantem segurança

A segurança de pacientes, profissionais e animais orienta o desenho das atividades. Cada visita é planejada com roteiro, objetivos e limites de tempo. O tutor acompanha o pet o tempo todo. A equipe monitora respostas do público e adapta estímulos para evitar sobrecarga.

Preparação dos pets

Os animais passam por rotina rigorosa de higiene e saúde. Banho, escovação, limpeza das patas e checagens veterinárias são passos obrigatórios. Documentos atualizados incluem atestado de saúde, vacinação, testes sorológicos quando indicados e controle de ecto e endoparasitas. Alguns projetos mantêm check-ups trimestrais para garantir parâmetros hematológicos estáveis.

Segundo o Instituto Brasileiro de Educação e Terapia Assistida por Animais (IBETAA), só atua o pet avaliado e certificado por especialista em comportamento.

Critérios de seleção

  • Temperamento estável e sociabilidade com pessoas e outros animais.
  • Resposta consistente a comandos básicos e tolerância a barulhos, cadeiras de rodas e ambientes movimentados.
  • Ausência de latidos excessivos e de sinais de medo ou agressividade.
  • Capacidade de manter foco por períodos curtos, com pausas programadas.

Vira-latas ganham protagonismo

Cães resgatados ocupam espaço crescente em iniciativas sociais. Fundos e associações treinam vira-latas com reforço positivo, sem punições. O objetivo é transformar histórias de abandono em alianças de cuidado nas áreas de saúde e educação. Equipes multidisciplinares definem as metas, acompanham indicadores e ajustam as atividades conforme a resposta dos participantes.

Treinamento com reforço positivo

O adestramento inclui socialização, dessensibilização a equipamentos médicos, manejo por desconhecidos e prática de comandos com diferentes profissionais. A rotina prevê pausas, hidratação, enriquecimento ambiental e sinais de “stop” para o tutor encerrar a sessão ao primeiro sinal de desconforto do animal.

Desafios do resgate

Animais vindos de abrigos podem carregar medos específicos, como sensibilidade a sons altos ou pessoas com determinados perfis. As equipes trabalham esses pontos antes de qualquer visita. Projetos filantrópicos relatam custos com transporte, alimentação especial e cuidados veterinários constantes. Transparência financeira, rede de doadores e parcerias com clínicas tornam o programa sustentável.

Onde a TAA já acontece e o que esperar

Hospitais, escolas inclusivas, centros de reabilitação e projetos comunitários lideram a expansão. Sessões duram, em média, de 20 a 45 minutos, com grupos pequenos e objetivos claros. A frequência varia de semanal a mensal, conforme a demanda e a disponibilidade de equipe.

Cenário Objetivo principal Duração típica
Hospitais Reduzir ansiedade, estimular mobilidade e adesão 20–30 min
Escolas Apoiar atenção, leitura e habilidades socioemocionais 30–45 min
Projetos sociais Fortalecer vínculos e rotinas de cuidado 30–45 min

Como participar ou implantar um projeto

Famílias podem autorizar a participação de crianças e idosos após esclarecer dúvidas com a equipe responsável. Tutores interessados em voluntariado devem iniciar pelo básico: aulas de obediência, avaliação de perfil e simulações de ambiente. Gestores de escolas e unidades de saúde podem começar com pilotos de baixo risco, registro de indicadores e metas mensais.

Passos práticos para começar

  • Definir objetivos mensuráveis (ex.: aumentar participação em 20% nas atividades).
  • Firmar parceria com organização especializada (IBIAA, IBETAA ou congêneres).
  • Selecionar animais com perfil adequado e documentação em dia.
  • Mapear contraindicações e obter consentimentos informados.
  • Treinar a equipe para ler sinais de estresse do animal e do paciente.

Riscos, limites e quando adiar

O programa não é recreação livre. A equipe suspende a sessão diante de febre, feridas abertas, surtos comportamentais, alergia grave ou risco de infecção. Pacientes imunossuprimidos exigem protocolo reforçado. Barreiras de higiene, triagem e rastreabilidade de vacinas reduzem perigos. O bem-estar do animal orienta duração e intensidade do contato.

Quando a segurança dita o ritmo, a TAA soma ao tratamento sem substituir intervenções médicas ou pedagógicas.

Informações complementares para ampliar os resultados

TAA não é sinônimo de atividade assistida por animais. A primeira segue objetivos terapêuticos definidos e avaliação de desfechos. A segunda foca vivências de bem-estar com metas menos estritas. Clarificar o enquadramento ajuda a comunicar resultados e captar recursos.

Uma rotina simples para escolas inclui leitura em voz alta com o cão ao lado, registro de fluência e pausas programadas. Em hospitais, vale usar comandos curtos para estimular amplitude de movimento e coordenação fina. A equipe registra humor, dor referida e adesão a exercícios antes e depois da visita. Esses dados fortalecem relatórios e sustentam a continuidade dos projetos.

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