BH pode mudar o Parque Fort Lauderdale: você aceitaria o nome Clube da Esquina com 21 de 41 votos?

BH pode mudar o Parque Fort Lauderdale: você aceitaria o nome Clube da Esquina com 21 de 41 votos?

BH acorda com músicas e lembranças. Uma proposta na Câmara reacende orgulho, debate e emoção entre moradores de todas as idades.

Protocolado nesta terça-feira (4/11), o projeto do vereador Pedro Rousseff (PT) quer rebatizar o Parque Municipal Fort Lauderdale, entre Comiteco e Mangabeiras, como Parque Municipal Clube da Esquina. A ideia surge no rastro das homenagens a Lô Borges, um dos fundadores do movimento, morto neste domingo (2/11).

Projeto quer batizar parque com a marca do movimento

A justificativa do vereador mira o reconhecimento formal de um capítulo central da história musical de Belo Horizonte. O Clube da Esquina nasceu nas calçadas e encontros de Santa Tereza e projetou a capital no mapa cultural do país e do exterior. A mudança do nome do parque pretende aproximar o espaço público da memória afetiva de milhares de pessoas.

Para valer, a proposta precisa de, no mínimo, 21 dos 41 votos na Câmara Municipal e, depois, da sanção do prefeito Álvaro Damião (União Brasil).

O texto apresentado ressalta o caráter coletivo e inventivo do movimento, que combinou sofisticação harmônica com lirismo cotidiano. O projeto dedica a homenagem diretamente a Lô Borges, referência de uma geração que acreditou no poder da amizade e da criação compartilhada.

Onde fica e o que muda no mapa da cidade

O Parque Municipal Fort Lauderdale fica na Região Centro-Sul, entre os bairros Comiteco e Mangabeiras. A alteração de nome, se aprovada, impacta sinalização, materiais oficiais e referências digitais usadas por moradores e visitantes. O espaço seguirá com as mesmas características urbanas; o foco recai na identidade e na leitura simbólica do lugar.

  • Substituição de placas e totens de sinalização no perímetro do parque;
  • Ajustes em aplicativos de mapas, transporte e serviços de entrega;
  • Atualização de documentos administrativos e endereços institucionais;
  • Revisão de materiais turísticos e de eventos que citam o parque;
  • Definição de cronograma de transição e estimativa de custos pela prefeitura.

O novo nome sugerido é Parque Municipal Clube da Esquina, com referência direta ao movimento que nasceu em Santa Tereza.

Como tramita a proposta na Câmara

O projeto foi protocolado em 4/11. A tramitação inclui análise técnica, discussão política e votação em plenário. Iniciativas desse tipo costumam passar por comissões e depois seguem para apreciação dos vereadores em votação aberta. A base de cálculo para aprovação já está definida: 21 votos favoráveis em um total de 41 cadeiras. Caso alcance esse placar, o texto segue para a avaliação e a sanção do Executivo municipal.

Ponto Informação
Autor Vereador Pedro Rousseff (PT)
Local do parque Entre Comiteco e Mangabeiras, Região Centro-Sul de BH
Nome atual Parque Municipal Fort Lauderdale
Nome proposto Parque Municipal Clube da Esquina
Votos necessários 21 de 41 vereadores
Próxima etapa Sanção do prefeito Álvaro Damião, se aprovado

Homenagens espontâneas em Santa Tereza

Na tarde de segunda (3/11), fãs, amigos e músicos se reuniram em Santa Tereza. Flores e velas tomaram a esquina das ruas Divinópolis e Paraisópolis, berço do movimento. Uma tenda abrigou apresentações de artistas como Marcelo Dande, Felipe Bedetti, Gabriel Guedes e Rodrigo Borges, sobrinho de Lô. Marilton Borges, irmão do compositor, também subiu ao palco improvisado.

A cena reuniu gerações. Contemporâneos do grupo dividiram espaço com jovens que descobriram o Clube em playlists e discos revisitados. O clima misturou silêncio, canto coletivo e memória musical. A vizinhança, que nos últimos dias organizou correntes de oração, transformou a despedida em roda de canções.

Na esquina de Divinópolis com Paraisópolis, a cidade reafirmou sua relação com a música que moldou hábitos e afetos.

O adeus a Lô Borges e as informações de saúde

Lô Borges foi velado nesta segunda-feira (4/11), no Palácio das Artes, sob aplausos e cantos. O compositor estava internado desde 17 de outubro, em Belo Horizonte, após um quadro de intoxicação medicamentosa. Durante o tratamento, passou por traqueostomia e sessões de hemodiálise. A morte ocorreu por falência múltipla de órgãos, segundo a justificativa do projeto.

O que o Clube da Esquina representa para a capital

O Clube da Esquina teceu uma linguagem musical que dialoga com Minas e com o mundo. Melodias líricas convivem com harmonias ousadas. As letras tratam da rua, da fé, do afeto, sem perder a ambição estética. A cidade, ao reconhecer esse repertório em um parque, fortalece a leitura do patrimônio imaterial. O gesto toca o turismo cultural e reforça projetos de educação musical em escolas públicas e privadas.

As políticas de denominação de logradouros atuam como marcadores de memória coletiva. Elas indicam o que a comunidade deseja guardar no cotidiano. A discussão sobre o parque também convive com outras iniciativas relacionadas a Lô Borges. Há mobilizações por abaixo-assinados para nomear espaços com o nome do artista, sinal de um luto que se transformou em agenda pública.

Participação do cidadão: como influenciar o debate

Moradores podem acompanhar as pautas e o calendário de votações. A participação ocorre por e-mail aos gabinetes, manifestações em audiências, contribuições em consultas públicas e diálogos com conselhos regionais. Sugestões de ajustes de redação e pedidos de estudo de impacto, como sinalização e custos, costumam sensibilizar parlamentares indecisos.

  • Envie mensagens para vereadores que representam seu bairro;
  • Peça estimativas de custo e prazos para a troca de placas;
  • Proponha atividades educativas no parque com repertório do Clube;
  • Participe de reuniões de conselhos locais e órgãos de cultura;
  • Compartilhe relatos sobre a relevância social do movimento.

Impactos práticos e oportunidades a curto prazo

Uma mudança de nome não altera vocação ambiental, mas afeta comunicação e rotas. Guias de turismo podem criar roteiros que liguem a esquina de Santa Tereza ao parque. Escolas podem programar ensaios abertos e saraus no gramado. Oficinas de história da música podem unir moradores e visitantes. A rede de bares e casas de espetáculo do entorno também se beneficia de um calendário fixo de tributos e festivais temáticos.

Do ponto de vista do poder público, a principal despesa vem da sinalização. A gestão define fontes de financiamento e etapas de implantação. Mapas digitais costumam atualizar endereços em poucos dias após a publicação da lei. Correios e serviços de logística adaptam etiquetas e cadastros, sem custo para o cidadão, quando o logradouro não possui numeração residencial afetada.

Para quem circula pela cidade, o novo nome facilita associações afetivas e educativas. Visitantes identificam o parque como ponto de contato com a história da música mineira. Moradores ganham um espaço com curadoria possível de atividades culturais gratuitas, como rodas de violão e escutas guiadas. Se a Câmara aprovar, a homenagem consolida um elo entre território, memória e futuro criativo da capital.

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