Com máquinas no mar e nos acessos, o litoral do Paraná já convive com um novo ritmo de obra e expectativas crescentes.
Enquanto caminhões e guindastes moldam o desenho definitivo da travessia, moradores e turistas calculam rotinas, deslocamentos e gastos para a próxima temporada.
Como anda a obra
As frentes de trabalho alcançaram 75% de execução. O tabuleiro avança em direção à futura cabeceira, e o trecho principal sobre a baía somará 1.244 metros. O projeto total chega a 3,07 km quando somados os acessos. A ponte terá quatro faixas de rolamento, duas faixas de segurança, barreiras rígidas de concreto, calçadas, ciclovia e guarda-corpo.
75% de avanço físico, com entrega prevista para abril de 2026, segundo o Governo do Paraná.
Na parte estaiada, as equipes instalaram 18 dos 48 cabos planejados. Cada cabo sustenta um segmento de 5,5 metros do tabuleiro, o que acelera a continuidade da pista. As torres centrais ainda sobem: faltam cerca de 12 metros para atingir 65 metros acima do nível do mar. Em terra, os acessos recebem terraplenagem, drenagem, novas rotatórias e segregação de fluxos para veículos, pedestres e ciclistas.
Próximas etapas
- Concluir a elevação das torres até a cota final.
- Lançar cabos estaiados restantes e tensionamento definitivo.
- Executar concretagens do tabuleiro e juntas de dilatação.
- Instalar barreiras de concreto, guarda-corpo e ciclovia.
- Implantar sinalização, iluminação, paisagismo e dispositivos de drenagem.
- Realizar inspeções, ensaios e testes de carga antes da liberação.
O que muda para quem cruza a baía
A ponte substitui o atual serviço de balsas e ataca gargalos da PR-412. A expectativa recai sobre redução de filas, previsibilidade no tempo de viagem e ganho de segurança, especialmente em períodos de temporada e feriados prolongados. A ciclovia e as calçadas devem ampliar a circulação de quem se desloca sem carro, conectando bairros e praias com mais regularidade.
A travessia deixa de depender de janelas operacionais e passa a oferecer fluxo contínuo, com menos paradas e mais previsibilidade.
| Hoje (balsa) | Com a ponte |
|---|---|
| Travessia sujeita a espera e condições de maré e vento | Fluxo contínuo na PR-412, com faixas dedicadas e barreiras |
| Capacidade limitada por embarcações e embarque/desembarque | Ampliação da capacidade com quatro faixas e divisão de fluxos |
| Interrupções pontuais por manutenção e clima | Manutenção programada com desvios e menor impacto no tráfego |
| Opção restrita para ciclistas e pedestres | Ciclovia e calçadas com guarda-corpo |
| Filas em alta temporada e picos de feriado | Dispersão de picos com acesso direto e rotatórias de ordenamento |
Quem paga e quem executa
O Governo do Paraná financia integralmente a obra e conduz o projeto por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/PR), vinculado à Secretaria de Infraestrutura e Logística (SEIL). O Consórcio Nova Ponte elabora os projetos e executa os serviços, reunindo Odebrecht Engenharia e Construção, Carioca Engenharia e Gel Engenharia.
Financiamento 100% estadual, gestão do DER/PR e execução pelo Consórcio Nova Ponte.
Cronograma, riscos e marcos
O cronograma oficial mantém a abertura em abril de 2026. A obra avança com turnos diurnos e noturnos. Ventos fortes, frentes frias e ressacas podem alterar janelas de içamento e concretagem, mas as frentes paralelas em terra ajudam a preservar o ritmo.
Marcos já atingidos
- Constituição de canteiros e cravação de estacas.
- Instalação de segmentos do tabuleiro e parte dos estais.
- Execução de acessos com segregação de modais e paisagismo em andamento.
O que falta concluir
- Fechamento do tabuleiro sobre a baía e cabeceiras.
- Instalação dos 30 cabos estaiados restantes e ajustes de tensão.
- Acabamentos, sinalização final e testes estruturais.
Números que afetam o seu trajeto
- Extensão total do empreendimento (com acessos): 3,07 km.
- Trecho sobre a baía: 1.244 metros.
- Faixas de tráfego: 4.
- Faixas de segurança: 2.
- Barreiras: rígidas de concreto.
- Mobilidade ativa: calçadas, ciclovia e guarda-corpo.
- Parte estaiada: 48 cabos previstos; 18 já instalados.
- Altura estimada das torres: 65 metros; restam cerca de 12 metros a executar.
- Entrega estimada: abril de 2026.
Impactos na economia local e no turismo
Com a ponte, restaurantes, pousadas e comércios de bairro tendem a captar fluxo mais distribuído ao longo do ano, além de maior permanência do visitante que hoje evita deslocamentos por receio de filas. O transporte de cargas ganha previsibilidade e reduz paradas, o que melhora a logística de abastecimento de mercados, farmácias e serviços em toda a faixa litorânea.
Para moradores, a travessia regulariza compromissos diários como consultas, aulas e trabalho, sem depender da lotação de balsas ou de janelas operacionais. Em feriados, a divisão de fluxos nas rotatórias de acesso deve reduzir os conflitos típicos de cruzamentos e retornos improvisados.
Mobilidade ativa e segurança viária
A ciclovia e as calçadas sinalizam uma mudança na forma de ocupar a orla. Pedestres e ciclistas ganham rota segregada e contínua, com guarda-corpo e barreiras que reduzem exposição a veículos. A iluminação e a sinalização horizontal e vertical reforçam a leitura do traçado, especialmente à noite e em dias de chuva.
Para quem dirige, as barreiras rígidas reduzem riscos de invasão de pista contrária. Faixas de segurança laterais funcionam como área de escape para ocorrências leves e apoio a equipes de manutenção e resgate.
Como acompanhar e se programar
As frentes trabalham com transparência: câmeras de monitoramento transmitem a evolução em tempo real, e os relatórios oficiais atualizam marcos e serviços. Sem precisar abrir um aplicativo, você já pode planejar rotas considerando frentes de obra, desvios temporários e períodos de maior movimento na PR-412.
- Antecipe horários em dias de vento forte e ressaca, quando içamentos exigem ajustes.
- Respeite sinalização de obra, limites de velocidade e orientação de bandeirinhas.
- Prefira horários de menor fluxo para deslocamentos não essenciais durante grandes concretagens.
Perguntas que chegam dos leitores
A ponte vai acabar com a fila imediatamente?
A nova travessia deve reduzir picos e ampliar a capacidade, mas a experiência também depende de comportamento no acesso, respeito às rotatórias e aderência às regras de circulação. A operação após a entrega passa por ajustes finos, como temporização de semáforos e reforço de sinalização.
E o meio ambiente?
O projeto inclui drenagem, contenções e paisagismo nos acessos. Na parte marítima, cronogramas de cravação e içamento consideram janelas de menor impacto. A fiscalização acompanha licenças e condicionantes durante o avanço dos serviços.
Informações úteis para ampliar seu planejamento
Quem depende da travessia diária pode simular economia de tempo considerando o trajeto porta a porta: rotas internas até a ponte, passagem pela estrutura e dispersão nos bairros de destino. A presença de ciclovia permite combinar deslocamentos multimodais, como carro até um estacionamento e bicicleta no trecho final, o que reduz pressão sobre vagas de rua em alta temporada.
Em fases de comissionamento, a engenharia realiza testes de carga com caminhões e interrupções pontuais. Vale acompanhar os avisos para ajustar horários. Em dias de vento forte, a administração pode reduzir velocidade máxima na ponte por segurança. Planejar com essa margem evita atrasos e melhora a experiência de quem mora, trabalha ou visita a região.


