Seu nome carrega memórias de família e do país. Novos dados oficiais revelam padrões discretos, viradas geracionais e comparações curiosas.
O censo 2022 do IBGE mapeou, em detalhe, como o Brasil se chama. A nova base traz os nomes mais comuns e, pela primeira vez, os sobrenomes com maior presença, a partir de registros de moradores dos 90,7 milhões de domicílios recenseados.
O que os números do censo mostram
Maria continua no topo absoluto entre os nomes próprios. José segue como o masculino mais frequente. A diversidade, porém, impressiona: a pesquisa identificou 128.125 nomes diferentes no país, dos quais 124 mil aparecem com ao menos 20 portadores. Entre os sobrenomes, o instituto catalogou 201.601 variações e divulgou 195 mil delas.
Maria lidera com 12.284.478 registros. José aparece com 5.164.752. O levantamento reconhece 128.125 nomes no país.
Nos sobrenomes, o padrão é ainda mais concentrado. Silva e Santos ocupam a dianteira nacional com larga vantagem. Na soma, os dois atingem mais de um quarto da população, o que ajuda a explicar por que tantos brasileiros compartilham as mesmas combinações de nome e sobrenome.
Silva está presente em 16,7% dos brasileiros, e Santos em 10,52%. Juntos, somam 27,22% dos registros.
Top 10 em detalhes
Entre os nomes, a liderança tem longa tradição religiosa e cultural. A seguir, os 10 primeiros colocados e seus totais de registros.
| Posição | Nome | Total de pessoas |
|---|---|---|
| 1 | Maria | 12.284.478 |
| 2 | José | 5.164.752 |
| 3 | Ana | 3.948.650 |
| 4 | João | 3.430.608 |
| 5 | Antônio | 2.241.094 |
| 6 | Francisco | 1.665.494 |
| 7 | Pedro | 1.624.478 |
| 8 | Carlos | 1.474.492 |
| 9 | Lucas | 1.341.525 |
| 10 | Luiz | 1.335.098 |
Outros nomes no top 30
Logo abaixo do top 10, uma lista forte de nomes tradicionais e de preferências mais recentes.
- Paulo: 1.331.639
- Gabriel: 1.211.227
- Marcos: 1.082.739
- Davi: 876.593
- Rafael: 873.321
- Luís: 838.237
- Daniel: 770.743
- Miguel: 715.241
- Gustavo: 680.738
- Felipe: 676.680
- Guilherme: 676.181
- Francisca: 665.602
- Eduardo: 658.697
- Matheus: 652.373
- Julia: 650.271
- Bruno: 645.929
- Marcelo: 644.503
- Arthur: 617.823
- Leonardo: 566.973
- Rodrigo: 561.663
Os sobrenomes que dominam o país
Silva e Santos concentram parte expressiva da população. O dado reflete séculos de uso contínuo, a simplicidade gráfica e a difusão pelo território. Em registros civis, a combinação de um nome bastante comum com Silva ou Santos aumenta a chance de homônimos, principalmente em grandes centros.
O levantamento do IBGE publicou 195 mil sobrenomes entre os 201.601 catalogados. Isso mostra como o país mescla linhagens luso-brasileiras, influências indígenas, africanas e imigrações mais recentes, com adaptações ortográficas ao português.
A amplitude do acervo de nomes
Os 128.125 nomes mapeados revelam variedade. O instituto listou publicamente 124 mil nomes usados por pelo menos 20 pessoas. Essa regra de corte evita expor portadores de nomes raríssimos. Ao mesmo tempo, permite comparar escolhas populares com tendências que ganharam espaço nas últimas décadas.
Nesse grupo aparecem clássicos como Ana e João, além de nomes que cresceram em batistérios nos anos 2000 e 2010, caso de Miguel, Davi e Arthur. Eles já figuram entre os 30 mais frequentes, sinalizando a chegada de novas gerações às estatísticas.
O que mudou desde 2010
O censo 2022 permite confrontar a lista com o levantamento anterior. Na disputa por espaço no pódio por sexo, surgem trocas relevantes. Isso ajuda a entender modas de época e o peso de referências midiáticas, religiosas e familiares.
- Ranking masculino: saiu “Marcos” do top 10 e entrou “Gabriel”, que aparece na 10ª posição entre os homens.
- Ranking feminino: saiu “Aline” e entrou “Julia”, que ocupa a 4ª posição entre as mulheres.
Essas mudanças não derrubam os campeões tradicionais. Maria e José permanecem distantes na liderança, com larga margem sobre os demais. Mas a ascensão de Julia e Gabriel indica preferência por nomes curtos, com grafia simples, forte apelo bíblico no masculino e sonoridade suave no feminino.
Por que certos nomes persistem
Há fatores históricos e culturais em jogo. Nomes como Maria, José, Ana e João atravessam gerações por influência religiosa, homenagem a familiares e facilidade de pronúncia em diferentes regiões. Já entre os sobrenomes, redes de parentesco extensas e a padronização do registro civil desde o século XIX espalharam Silva e Santos pelo país inteiro.
Migrantes internos também reforçam esse padrão. Quando famílias com nomes e sobrenomes comuns se deslocam entre estados, elas replicam essas combinações nos cartórios de destino. A base do censo captura esse movimento e reflete a capilaridade desses nomes no mapa.
Como esses dados ajudam você
As listas do censo são úteis em decisões do dia a dia. Quem vai registrar filhos pode avaliar a probabilidade de homônimos. Profissionais que lidam com marca pessoal podem buscar composições menos usadas para produzir distinção. Pesquisadores amadores de genealogia encontram pistas iniciais sobre predominâncias regionais de sobrenomes.
- Registro civil: verificar a frequência do nome pretendido reduz o risco de confusão em escolas e serviços.
- Identidade digital: nomes comuns pedem atenção a homônimos em redes e assinaturas profissionais.
- Genealogia: sobrenomes dominantes podem exigir dados extras, como locais de nascimento e filiação, para evitar equívocos.
- Variações: grafias alternativas (como Luís/Luiz) mudam a posição na lista e podem facilitar diferenciação.
Para aprofundar, vale checar a origem etimológica, a presença por cidade e a trajetória temporal de cada nome. O IBGE informa essas camadas no detalhamento da base. Uma consulta rápida antes do registro ajuda a combinar preferência estética, história familiar e praticidade no cotidiano.


