Isa Scherer responde a críticas por vaga de R$ 1.800: você trabalharia com os benefícios prometidos?

Isa Scherer responde a críticas por vaga de R$ 1.800: você trabalharia com os benefícios prometidos?

O debate sobre salários na gastronomia voltou às redes e arrastou profissionais, candidatos e donos de negócio para a conversa.

Depois de a oferta de uma vaga de auxiliar por R$ 1.800 ganhar tração online, Isa Scherer afirmou que o anúncio era antigo e que sua empresa de cookies passou por uma reorganização. A empresária disse que a remuneração segue práticas de mercado e que benefícios sempre fizeram parte do pacote.

O que motivou a reação

A polêmica começou quando uma captura de tela com a oferta de R$ 1.800 para auxiliar de cozinha circulou sem a parte dos benefícios. O valor acendeu discussões sobre piso, custo de vida e transparência. Scherer, 29, explicou que o post circulava fora de contexto e remetia ao início da operação da marca, quando a equipe era menor e as funções, mais amplas.

Vaga se referia a maio de 2025, fase inicial da empresa; a imagem viral não trazia benefícios; a gestão afirma cumprir CLT e acordos coletivos.

Segundo Scherer, a estrutura atual prevê horários distintos, funções delimitadas e diferentes níveis de responsabilidade e de remuneração. A influenciadora não detalhou quanto paga hoje ao auxiliar, mas disse que a definição de salários veio de uma consultoria de RH e jurídica, com base em parâmetros de mercado e nas regras trabalhistas.

A vaga que viralizou

O texto atribuído à empresa exigia atividades comuns ao setor: apoio no preparo, limpeza do ambiente e controle de estoque. Essas funções costumam compor a rotina de um auxiliar, cargo de entrada em cozinhas profissionais e confeitarias. O trecho que gerou dúvida veio da falta de informações combinadas em um único card — salário de um lado, benefícios de outro —, situação frequente em processos seletivos feitos às pressas.

Para a gestão, o ponto central é o pacote completo: salário fixo, benefícios, jornada definida e aderência às convenções da categoria.

Como a empresa diz que evoluiu

A marca relata que cresceu desde a abertura. Com o avanço, vieram processos padronizados, descrição de cargos e trilhas mais claras de progressão. A organização afirma que isso refletiu na divisão por níveis, do apoio básico à produção até funções com responsabilidade maior sobre estoque, qualidade e liderança de turno.

Segundo Scherer, uma consultoria alinhou faixas salariais à prática de mercado e às normas aplicáveis. Essa abordagem tende a reduzir ruídos internos e dar segurança jurídica. Ao posicionar-se, a empresária reforçou compromisso com diálogo, revisão de práticas e valorização do time.

O que você, candidato, pode observar numa vaga de cozinha

Cargos operacionais em alimentação variam muito conforme porte da empresa, localização, volume de produção e exigências sanitárias. Para evitar frustração, vale checar com precisão o que está na proposta.

  • Remuneração total: salário fixo, adicional noturno, horas extras e bonificações.
  • Benefícios: vale-transporte, refeição/vale, assistência de saúde, cesta básica e descontos em produtos.
  • Jornada: escala semanal, folgas, banco de horas e intervalos.
  • Ambiente: volume de picos, temperatura, EPIs e padrões de segurança alimentar.
  • Carreira: critérios de promoção, cursos, avaliação de desempenho e possibilidade de aumento.
  • Documento: qual convenção coletiva rege o contrato e qual o piso previsto para a função.

Por que o benefício pesa tanto quanto o salário

Em áreas como panificação, confeitaria e cozinhas de produção, o tíquete de refeição e o vale-transporte podem representar parcela relevante da renda mensal. Adicionais por insalubridade e por trabalho noturno também entram na conta em alguns contextos. Um anúncio que separa salário e benefícios sem clareza favorece interpretações erradas e vira combustível para críticas.

Transparência em tempos de rede social

Empresas e influenciadores lidam com públicos atentos a coerência entre discurso e prática. Uma vaga com número isolado, sem contexto, convida o leitor a comparar com o custo de vida e com pisos conhecidos. A conversa pública cobra clareza sobre jornada, escala, escopo de tarefas e crescimento.

Ao responder, Scherer buscou colocar a discussão no terreno dos processos: consultoria externa, atualização de organograma, maturidade de rotinas e respeito à legislação. A fala se alinha a um movimento de profissionalização de negócios de gastronomia que nascem em pequena escala e passam a atender demanda maior, muitas vezes impulsionada por notoriedade nas redes.

Leis trabalhistas e acordos coletivos: o que considerar

Para quem contrata, seguir a CLT e a convenção coletiva aplicável evita passivos. Para quem busca emprego, consultar o sindicato da categoria ajuda a entender piso, adicionais e escalas típicas. O enquadramento correto da função — auxiliar, ajudante, confeiteiro, cozinheiro — também define a régua de salário e benefícios.

Outro ponto prático: descrição de cargo. Funções acumuladas além do previsto exigem conversa e, em certas situações, reclassificação. Em cozinhas, isso aparece em tarefas como recebimento de insumos, conferência de validade, operação de equipamentos quentes e controle de qualidade. Cada incremento de responsabilidade costuma ter peso na faixa salarial.

Como comparar propostas sem perder nuances

Antes de decidir, coloque no papel salário bruto, benefícios, custo de transporte, tempo de deslocamento, escala e oportunidades de qualificação. Um pacote com salário ligeiramente menor, mas estável, com refeição, vale e plano de saúde, pode superar outra oferta mais alta sem estrutura de apoio. O contrário também ocorre: jornadas enxutas com foco em aprendizado acelerado fazem diferença no médio prazo.

Aprendizados para marcas e pequenos negócios

Anúncios objetivos reduzem atrito. Publicar salário, benefícios, escala, local de trabalho e faixas de evolução evita ruídos. Explicar que a empresa segue determinada convenção e que usa consultoria para calibrar remuneração traz previsibilidade. Abrir canais para dúvidas ajuda a transformar ruídos em feedback aproveitável.

Negócios que aceleram após um pico de visibilidade costumam sentir pressão por organização. Investir tempo em processos de RH, cronogramas de produção e segurança alimentar protege margem e time. Isso também sustenta a narrativa de crescimento responsável, algo sensível quando o nome do fundador é conhecido do público.

Informações úteis para quem está de olho na próxima oportunidade

Mapeie seu nível técnico: mise en place, boas práticas de manipulação, controle de estoque, ficha técnica e pré-preparo. Essas competências aumentam poder de negociação. Se a vaga envolver frio e calor, busque capacitação em equipamentos específicos. Se houver atendimento, treine comunicação e agilidade. Certificados básicos em segurança alimentar elevam sua atratividade.

Para quem empreende, padronize descrição de cargos e trilhas de progressão; defina indicadores simples de desempenho; alinhe remuneração às etapas da operação; e formalize mudanças por escrito. Colocar isso no anúncio afasta ruídos, reduz rotatividade e fortalece a confiança de quem aceita o desafio de construir a marca com você.

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