Jacareí ganha selo Bicicleta Brasil: você usaria 50 km de ciclovias novas e mais 6 km a caminho?

Jacareí ganha selo Bicicleta Brasil: você usaria 50 km de ciclovias novas e mais 6 km a caminho?

Enquanto os carros disputam espaço, uma nova rotina silenciosa surge nas ruas e parques de Jacareí, guiada por pedais.

Com a agenda de mobilidade em alta, o município conquistou o Selo Programa Bicicleta Brasil, chancela do Governo Federal para boas práticas que estimulam o uso da bicicleta como transporte seguro, saudável e menos poluente. A certificação coloca a cidade no radar de investimentos e acelera projetos que já saem do papel.

O que é o selo e por que ele mexe com você

O Programa Bicicleta Brasil (PBB), coordenado pelo Ministério das Cidades, reconhece municípios que estruturam políticas para a mobilidade ativa. O selo dá visibilidade a iniciativas locais, qualifica Jacareí em editais e pode priorizar repasses federais, destravando obras, campanhas educativas e sinalização.

O selo abre portas para editais federais e reforça Jacareí como cidade amiga da bicicleta, com benefícios diretos ao morador.

Na prática, isso significa mais infraestrutura conectada, trajetos previsíveis, mais segurança no dia a dia e uma malha que conversa com o transporte coletivo. A certificação também ajuda a atrair turismo de curta distância e negócios de bairro que vivem do fluxo das ciclovias.

Quatro projetos que já mudam a paisagem

Jacareí enviou quatro propostas ao Ministério das Cidades dentro do PBB. Todas foram habilitadas e seguem concorrendo ao prêmio nacional. Elas atacam pontos críticos: decisão baseada em vivência, rotas turísticas, espaço para treino e incentivo ao deslocamento diário.

  • Gestão que pedala, da prática para a decisão: secretários e equipes técnicas usam a bicicleta na rotina para sentir buracos da rede, gargalos de cruzamentos e pontos de conflito. A vivência encurta o caminho entre diagnóstico e obra.
  • Pedale e Descubra: criação de ciclorrotas autoguiadas e sinalizadas para lazer, turismo de proximidade e comércio local, com paradas seguras e mapas simples.
  • Pedal em movimento: área dedicada ao treinamento de ciclistas, com espaço para aprender técnicas, ajustar equipamentos e treinar com proteção.
  • A cidade é nossa ciclovia, uma Jacareí em transformação: campanha e ações de incentivo ao pedal como transporte cotidiano, com foco em segurança, respeito às regras e integração com ônibus.

Duas dessas iniciativas já estão em implantação e duas avançam em projeto. Isso encurta prazos para entregas visíveis nas ruas, do paint ao poste de sinalização.

Rede cicloviária ganha corpo

O salto da infraestrutura explica o reconhecimento. Em 2016, a cidade tinha cerca de 3 km de ciclovias. Hoje, passa dos 50 km. Há mais 6 km em obras na Av. Lucas Nogueira Garcez e na extensão da ciclovia da Av. Castelo Branco, criando conexões que evitam “ciclovias que terminam no nada”.

Ano Extensão de ciclovias Situação
2016 3 km Implantadas
2025 50+ km Em operação
2025 6 km Em obras (Lucas Nogueira Garcez e Av. Castelo Branco)

De 3 km para mais de 50 km em menos de uma década: a rede cicloviária virou alternativa concreta de deslocamento.

Além da expansão física, campanhas educativas e ações de segurança viária vêm sendo realizadas ao longo do ano, com foco em respeito na ultrapassagem, iluminação das bicicletas e prioridade em cruzamentos onde o ciclista é mais vulnerável.

Impactos para saúde, trânsito e economia

Uma malha conectada reduz o tempo de viagem em trajetos até 8 km, faixa em que a bicicleta tende a ser mais competitiva que o carro em áreas urbanas. O ganho aparece na saúde, com mais atividade física diária, no ar mais limpo e no trânsito, com menos carros em vias saturadas nos horários de pico.

O comércio de bairro perto de ciclovias costuma registrar aumento de fluxo a pé e de bike. Rotas turísticas autoguiadas levam moradores e visitantes a pontos históricos, parques e gastronomia local, ativando empregos e renda no fim de semana.

Segurança viária para quem pedala e dirige

  • Use luzes dianteira e traseira, principalmente ao amanhecer e à noite.
  • Capacete ajustado e pneus calibrados reduzem risco de queda e falha mecânica.
  • Mantenha linha previsível e sinalize manobras com o braço.
  • Motoristas: respeitem 1,5 m na ultrapassagem, reduzam a velocidade e cuidem nos cruzamentos.
  • Prefira vias com infraestrutura cicloviária e, sem ela, trafegue no sentido do fluxo.

O que vem a seguir

Com o selo, a cidade ganha pontuação política e técnica em chamadas públicas. Isso facilita captar recursos para paraciclos, bicicletários, sinalização vertical e horizontal, iluminação e novas conexões entre bairros. Também abre margem para ampliar programas de educação no trânsito nas escolas e em empresas.

Os próximos meses devem concentrar entregas das obras em andamento, definição de novas rotas de ligação e testes de soluções em trechos críticos, como travessias em avenidas largas e cruzamentos com alto volume de ônibus e caminhões.

Como o morador pode participar

  • Envie sugestões em consultas públicas e audiências sobre mobilidade ativa.
  • Participe de pedaladas comunitárias que testam novas conexões e apontam ajustes finos.
  • Registre pontos de risco recorrentes, como estacionamento irregular sobre a ciclovia e conflitos em esquinas.
  • Incentive sua escola ou empresa a adotar bicicletários, vestiários e horários flexíveis para quem pedala.

Dúvidas frequentes que ajudam na prática

Quanto tempo leva meu trajeto de bike? Em ritmo urbano confortável, a velocidade média gira em torno de 12 a 18 km/h. Um percurso de 5 km tende a durar de 17 a 25 minutos. Se houver ciclovia contínua e poucos semáforos, a variação cai.

E se eu combinar com ônibus? A bicicleta cobre o “primeiro e último quilômetro” com eficiência. Um paraciclo seguro perto do ponto de embarque elimina trechos a pé e reduz atrasos. Rotas com prioridade para ônibus mais bike aliviam o congestionamento nos eixos mais demandados.

Oportunidades e desafios no horizonte

Para consolidar a rede, a cidade precisa fechar lacunas entre trechos e reforçar a manutenção da sinalização. Estações de descanso, bebedouros e sombreamento em longas extensões aumentam a adesão. Em áreas com aclives acentuados, rampas suaves, rotas alternativas e apoio a bicicletas com marchas ou elétricas tornam o pedal mais acessível para todas as idades.

Do lado econômico, a certificação tende a trazer pequenos editais que custeiam contadores de bicicletas, auditorias de segurança viária e programas de incentivo ao pedal nas escolas. Para o morador, o ganho aparece no bolso: substituindo dois trajetos curtos de carro por dia, a economia mensal com combustível e estacionamento já compensa a compra de equipamentos de segurança.

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