Rota Caminho das Serras em SC: você encara 300 curvas, neve e 5 cidades em um fim de semana?

Rota Caminho das Serras em SC: você encara 300 curvas, neve e 5 cidades em um fim de semana?

Cânions, fendas gigantes e curvas hipnotizantes formam um cenário que instiga motoristas, fotógrafos e famílias inteiras o ano todo.

Agora, cinco cidades catarinenses se unem para organizar esse desejo coletivo de pegar estrada e transformar paisagens icônicas em experiências acessíveis, seguras e bem sinalizadas.

O que é a Rota Caminho das Serras

A Rota Caminho das Serras integra Orleans, Lauro Müller, Grão-Pará, Urubici e Bom Jardim da Serra em um circuito turístico conectado pelas serras do Rio do Rastro e do Corvo Branco. O projeto nasce de um termo de cooperação entre as prefeituras, com ações coordenadas, marcas unificadas e um plano de investimentos que tende a evoluir para um consórcio regional.

A rota reúne 2 parques protegidos, 2 estradas lendárias e 5 cidades com cultura, comida típica e natureza em altitude.

O roteiro foca em experiências de contemplação, aventura leve e ecoturismo, com acesso por rodovias estaduais já conhecidas dos viajantes: a SC-390 (Rio do Rastro) e a SC-370 (Corvo Branco). Além das serras, entram no mapa o Parque Nacional de São Joaquim e o Parque Estadual da Serra Furada, áreas que abrigam campos de altitude, araucárias, cachoeiras e trilhas sinalizadas.

Inspiração na Baviera e modelo de gestão

A ideia se inspirou em viagens técnicas à Baviera, no sul da Alemanha, organizadas pelo Instituto Del e pela Facisc. Lá, uma região montanhosa, antes dependente da mineração, consolidou um turismo sustentável com integração municipal e calendário unificado. Santa Catarina mira o mesmo caminho: produtos bem definidos, segurança viária, identidade visual única e promoção conjunta nacional e internacional.

Meta do projeto: organizar a visitação, melhorar a sinalização, qualificar serviços e estender a temporada além do inverno.

Na prática, cada cidade executa ações próprias sob um guarda-chuva comum. A articulação reúne três associações municipais: Amurel (Grão-Pará), Amures (Urubici e Bom Jardim da Serra) e Amrec (Orleans e Lauro Müller). A governança pretende facilitar captação de recursos, padronizar comunicação e reduzir gargalos que o visitante costuma sentir na hora de planejar o giro de carro pela região.

Serra do Corvo Branco: fenda monumental e estrada histórica

Patrimônio Natural de Grão-Pará, a Serra do Corvo Branco corta paredes de rocha que impressionam já na primeira curva. A via integra a SC-370, também chamada de Rodovia Pedro Kuhnen, e soma 57 quilômetros entre Grão-Pará e Urubici. O nome remete ao Urubu-rei, ave de plumagem branca que ganhou apelido popular na região.

Quem sobe por Grão-Pará enfrenta quase 28 quilômetros até a fenda icônica que marca a divisa municipal. A estrada começou a ser aberta no fim dos anos 1950 e virou símbolo do pioneirismo ao unir o litoral à Serra Catarinense. Em dias secos, famílias e motociclistas convivem com ciclistas, carros de apoio e vans de receptivo local.

Ponto imperdível: a fenda talhada na rocha, com mirantes naturais e fotos clássicas do Corvo Branco.

Serra do Rio do Rastro: curvas, mirante e neve ocasional

Entre Lauro Müller e Bom Jardim da Serra, a SC-390 concentra 12 quilômetros de curvas fechadas esculpidas na encosta. O mirante acima dos 1.500 metros permite ver a estrada serpenteando, os vales e, em dias claros, o horizonte alcançando a planície costeira. No inverno, massas de ar polar podem trazer neve e gelo, evento que lota pousadas e leva a polícia rodoviária a controlar o tráfego por segurança.

  • Extensão da subida contínua: 12 km
  • Curvas mapeadas: cerca de 300
  • Ponto máximo: acima de 1.500 m de altitude
  • Visada em dias limpos: até o litoral de Jaguaruna, a cerca de 100 km
  • Estilo de viagem: contemplação, fotografia, gastronomia serrana, trilhas curtas

Durante ondas de frio, o trânsito pode sofrer bloqueios por gelo. Planeje horários e monitore condições da estrada.

Parques e cultura em volta do asfalto

O Parque Nacional de São Joaquim e o Parque Estadual da Serra Furada ampliam a proposta para além do carro. Trilhas de baixa e média dificuldade levam a mirantes, cachoeiras e campos de altitude. A gastronomia regional completa a experiência com pinhão, truta, queijos, vinhos de altitude, charcutaria e cafés aquecidos por lareiras nas noites frias.

Onde cada cidade entra no roteiro

Cidade Acesso principal Atração destaque Perfil do visitante
Grão-Pará SC-370 Serra do Corvo Branco e Serra Furada Fotografia, trilhas e história da colonização
Urubici SC-110/SC-370 Campos de altitude e gastronomia Famílias e casais em busca de clima serrano
Bom Jardim da Serra SC-390 Topo do Rio do Rastro e cânions Contemplação, cavalgadas e hospedagens rurais
Lauro Müller SC-390 Base do Rio do Rastro Motoristas e motociclistas que sobem a serra
Orleans SC-108/SC-390 Museus e arquitetura Interesse cultural e gastronômico

Quando ir e como se preparar

O circuito funciona o ano inteiro. Entre maio e agosto, o frio intensifica e pode ocorrer neve nas partes mais altas. Primavera e verão rendem vales verdes, cachoeiras cheias e céu mais estável. Em qualquer estação, leve agasalho para o topo da serra, já que o vento muda rápido e a sensação térmica cai no fim da tarde.

Segurança e direção defensiva

  • Dirija com faróis acesos e reduza a velocidade nas curvas fechadas.
  • Evite cruzar a serra com neblina densa; espere melhorar em um mirante seguro.
  • Em caso de gelo, siga as orientações da polícia rodoviária; bloqueios costumam ser temporários.
  • Verifique freios, arrefecimento e pneus antes da subida; carros automáticos exigem atenção ao freio-motor.
  • Respeite áreas de parada; estacionar em curva estreita coloca todos em risco.

Roteiro sugerido para 2 dias

Para quem vai de carro, um fim de semana já rende um panorama consistente do novo circuito.

  • Dia 1: subida do Rio do Rastro por Lauro Müller, mirantes no topo, almoço em Bom Jardim da Serra, passeio ao entardecer pelos cânions.
  • Dia 2: deslocamento para Urubici, visita a trilhas curtas no Parque Nacional de São Joaquim, descida para Grão-Pará e parada na fenda do Corvo Branco.

Para famílias, priorize manhãs para dirigir e tardes para passeios curtos. As melhores fotos da estrada costumam sair cedo.

Impactos esperados para o visitante e para a região

Com a identidade visual lançada e a cooperação formalizada, a Rota Caminho das Serras tende a padronizar sinalização, qualificar mirantes, ampliar banheiros e estacionamentos, e criar calendários integrados de eventos. O turista ganha previsibilidade de serviços e segurança. A economia local aproveita o giro de hospedagem, alimentação e guias de natureza.

O que muda na experiência do viajante

  • Comunicação unificada: mapa único, nomenclaturas alinhadas e informações consistentes sobre clima e restrições temporárias.
  • Produtos claros: pacotes de fim de semana, trilhas interpretativas, rotas cênicas e culinária regional como eixo do passeio.
  • Sustentabilidade: manejo de fluxo em períodos de neve e incentivo ao uso de áreas de parada oficiais.

Informações complementares para planejar sua viagem

Clima e roupa: ventos frios exigem segunda pele e corta-vento no topo. No verão, protetor solar e hidratação constante. Em caso de crianças ou idosos, leve manta extra para o mirante do Rio do Rastro.

Custos e logística: não há pedágio nos trechos serranos citados. Pousadas familiares costumam lotar em feriados e ondas de frio. Reserve com antecedência se pretende ver neve. Gastronomia: priorize horários fora do pico do almoço nos fins de semana para evitar filas e aproveitar a estrada com menos movimento.

Atividades associadas: cavalgadas em fazendas de altitude, visitas a queijarias artesanais e observação de aves serranas enriquecem o roteiro sem necessidade de grandes deslocamentos. Fotógrafos encontram luz suave ao amanhecer nas bordas dos cânions e no início da subida pelo lado de Lauro Müller.

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