A bancada vive lotada e a cozinha parece menor a cada dia. Uma solução discreta vem mudando esse jogo em muitas casas.
Arquitetos estão apostando em torres verticais, prateleiras deslizantes e módulos sobre rodízios para esconder eletroportáteis sem perder acesso. O movimento, forte nas redes sociais rumo a 2025, combina organização com preparo rápido e bancada sempre livre.
O que está por trás da nova cozinha sem fios à vista
Deixar liquidificador, cafeteira, torradeira e air fryer visíveis reduz a área de preparo e cria ruído visual. O novo desenho de cozinha desloca esses itens para “garagens” internas, com portas que somem e prateleiras que saem ao toque. Assim, o preparo acontece no mesmo ponto onde o aparelho fica guardado.
O objetivo é liberar a bancada, reduzir poeira e respingos sobre os aparelhos e acelerar a rotina com tudo ao alcance.
O ganho aparece na limpeza, na sensação de amplitude e até na durabilidade dos equipamentos, que passam a ficar longe do calor do fogão e da umidade da pia.
Soluções que funcionam no dia a dia
Torre de eletroportáteis
É um armário vertical com tomadas internas e prateleiras ajustáveis. Recebe cafeteira, liquidificador, batedeira e air fryer. As portas podem ser retráteis, tipo rolo, ou abrir para cima. O uso fica prático quando a base da prateleira está entre 90 e 110 cm do piso, altura que evita esforço.
Prateleiras deslizantes e bandejas reforçadas
Bandejas com corrediças telescópicas puxam o aparelho para fora da torre no momento do uso. Modelos com capacidade de 35 kg a 45 kg atendem bem batedeiras robustas e air fryers médias. O cabo passa por passa-fios com proteção, e a tomada fica fixa no fundo do módulo.
Módulos com rodízios e nichos móveis
Carros baixos sob a bancada guardam a air fryer ou a torradeira. Saem para a circulação quando necessário e voltam para a “casa” depois. Em cozinhas estreitas, funcionam como extensão da bancada ao lado da geladeira ou do forno.
Portas que somem: retráteis, basculantes e rolo
Portas que correm para dentro do armário liberam as laterais durante o uso. Basculantes com pistões abrem para cima e reduzem colisões. Modelos de rolo (tambor) escondem o nicho sem ocupar corredor. Em todos, a pega deve ser confortável e silenciosa.
Guarde onde usa: cafeteira perto da cuba, air fryer longe do fogão e micro-ondas com ventilação dedicada.
Qual solução escolher
| Solução | Melhor uso | Profundidade ideal | Capacidade típica | Faixa de preço |
|---|---|---|---|---|
| Torre de eletroportáteis | Concentrar 3 a 5 aparelhos | 45 a 60 cm | Até 45 kg por prateleira | R$ 2.500 a R$ 6.000 |
| Bandeja deslizante | Batedeira, cafeteira pesada | 40 a 55 cm | 35 a 45 kg | R$ 250 a R$ 900 (ferragens) |
| Módulo com rodízios | Air fryer e torradeira | 40 a 50 cm | 20 a 35 kg | R$ 600 a R$ 2.000 |
| Porta rolo/retrátil | “Garagem” sempre aberta durante uso | 45 a 60 cm | — | R$ 700 a R$ 2.500 |
Como planejar: medidas, elétrica e ventilação
- Alturas: base útil entre 90 e 110 cm para preparo confortável; prateleiras superiores até 160 cm para fácil alcance.
- Profundidade: 50 a 60 cm acomodam air fryer e batedeira sem apertos. Verifique a abertura da porta.
- Tomadas internas: prefira 20 A para air fryer e micro-ondas. Circuito dedicado e disjuntor DR no quadro aumentam a segurança.
- Ventilação: folga mínima de 5 a 10 cm ao redor de aparelhos quentes. Aberturas de respiro no fundo e na base evitam superaquecimento.
- Corrediças e dobradiças: escolha ferragens com amortecimento e capacidade informada pelo fabricante. Modelos telescópicos de 45 kg suportam uso intenso.
- Materiais: MDF de 18 mm com borda selada resiste à umidade. Revestimentos em laminado alto brilho ou fosco facilitam a limpeza.
- Iluminação: fita LED protegida (IP44) sob o nicho melhora a visibilidade e evita sombras no corte e no preparo.
- Gestão de cabos: passa-fios com anel de borracha e canaletas escondem sobras e reduzem nós.
Ventilação e tomada dedicada definem o sucesso da “garagem” de eletroportáteis.
Quanto custa e quando faz sentido
Um módulo sob medida com porta retrátil e tomadas internas costuma variar de R$ 2.500 a R$ 6.000, conforme acabamento e ferragens. A criação de pontos elétricos internos sai, em média, de R$ 300 a R$ 800 por tomada, dependendo da distância ao quadro. Em cozinhas integradas à sala, o investimento se paga com a bancada sempre limpa e visual uniforme.
Quem tem bancada pequena ganha cerca de 0,6 a 1 m² de área livre ao remover os aparelhos de cima do tampo. Esse espaço extra melhora corte, mise en place e montagem de refeições.
Para espaços pequenos e para quem aluga
Soluções sem obra
- Carrinho estreito com rodízios e tomada de coluna para air fryer e torradeira.
- Prateleira retrátil sob o armário aéreo com corrediça leve para cafeteira cápsula.
- Caixa organizadora com tampa e passa-fio para esconder mixer e processador na bancada.
- Módulo vertical independente, fixado apenas com buchas, que pode ir com você na mudança.
Mini guias por tamanho de cozinha
- Cozinha linear de 1,80 m: torre estreita (45 cm) + bandeja deslizante para batedeira.
- Cozinha corredor de 1,40 m de largura: nicho com porta rolo para cafeteira próximo à cuba.
- Espaço integrado com ilha: tomada pop-up na ilha e módulo com rodízios embutido para air fryer.
Cuidados e riscos que pouca gente considera
- Gordura e umidade: posicione a torre longe do fogão e instale coifa eficiente para evitar película gordurosa.
- Superaquecimento: air fryer enclausurada exige respiros e uso com a porta aberta. Sem folga, a vida útil cai.
- Sobrecarga elétrica: evite tês e extensões improvisadas dentro do armário. Use cabo de bitola adequada.
- Ruído: nichos fechados abafam som, mas podem vibrar. Borrachas anti-vibração ajudam.
- Manutenção: limpe trilhos e corrediças com pano seco. Substitua ferragens quando houver folga excessiva.
Tendência 2025: por que cresceu
Com casas menores e cozinhas abertas para a sala, ocultar cabos e aparelhos virou prioridade. Vídeos curtos mostraram o antes e depois e aceleraram a adoção. O desenho vertical aproveita a altura, libera o tampo e mantém cada equipamento no seu “ponto” de uso, encurtando deslocamentos.
Dicas finais para começar hoje
Faça um inventário: liste aparelhos, dimensões e frequência de uso. Separe os diários (cafeteira, torradeira) dos sazonais (processador, sanduicheira). Some as potências para prever os circuitos e defina quantas tomadas internas precisa.
Simule no papel: um módulo de 60 cm de largura por 55 cm de profundidade comporta cafeteira, liquidificador e air fryer média. Reserve 10 cm de respiro ao fundo e 5 cm nas laterais. Se o orçamento for curto, priorize ferragens robustas e uma única “garagem” bem planejada. O ganho de bancada aparece já no primeiro café da manhã.


