O fim de semana chega com mudança de humor no céu. Trânsito mais lento, guarda-chuva na mão e roupas leves voltam para a gaveta.
Uma área de baixa pressão no oceano se organiza e reforça a entrada de ar frio. Com isso, uma frente fria avança e aumenta a instabilidade sobre Minas Gerais, elevando o risco de pancadas com raios e vento e reduzindo o calor que vinha castigando as tardes.
O que está por trás da virada do tempo
Um ciclone extratropical se formou no cone sul do continente e migra para o litoral do Sudeste. Ao interagir com a circulação de ventos em altitude, ele reforça a frente fria e canaliza umidade da Amazônia para o Centro-Sul do Brasil. Esse “corredor” sustenta nuvens de grande desenvolvimento vertical e libera energia na forma de raios e rajadas.
BH deve oscilar entre 19°C e 27°C, com pancadas entre a tarde e a noite e risco de descargas elétricas.
O cenário favorece temporais isolados em parte do estado, especialmente quando a brisa marítima se junta ao ar mais frio vindo do oceano. A sensação térmica cai e o abafamento perde força, mas a atmosfera segue ativa.
Regiões com maior chance de chuva e vento
As áreas mais expostas às pancadas e às rajadas são o Centro, Triângulo, Alto Paranaíba, Oeste, Sul e Zona da Mata. No Norte e no Jequitinhonha, o padrão tende a ser de céu parcialmente nublado, com vento por vezes moderado e chuva mais irregular.
| Região | Chuva | Vento | Temperatura |
|---|---|---|---|
| Central (inclui BH) | Pancadas com raios à tarde e à noite | Moderado, com rajadas | 19°C a 27°C |
| Triângulo e Alto Paranaíba | Chuva irregular, possibilidade de trovoadas | Moderado a ocasionalmente forte | Máximas abaixo de 30°C |
| Oeste e Sul | Períodos de chuva persistente | Rajadas mais frequentes | Tardes amenas |
| Zona da Mata | Pancadas rápidas e localmente intensas | Risco de queda de galhos | Ambiente úmido e fresco |
| Norte, Jequitinhonha e Mucuri | Isolada e menos volumosa | Brisa a moderado | Pico próximo de 30°C |
Rajadas no Sul e reflexos em Minas
No Sul do Brasil, as rajadas podem superar 100 km/h. Em Minas, o vento tende a soprar mais fraco do que nas áreas costeiras do Sudeste, mas com picos capazes de derrubar galhos, deslocar placas e provocar oscilação de energia, principalmente entre a tarde de sábado e a madrugada de domingo.
Ventos mais fortes devem ser sentidos no Sul, Centro-Oeste e Norte de Minas no decorrer de sábado, com menor intensidade que no litoral.
Quando a chuva aperta
O período mais favorável às pancadas vai da tarde para a noite, quando o aquecimento diurno e a umidade em níveis médios favorecem a formação de nuvens cargadas. Entre o final de sábado e o domingo, o corredor de umidade fica mais organizado, e a chuva pode ganhar persistência, sobretudo no Sul e na Zona da Mata.
As áreas urbanas, com drenagem sobrecarregada ou bocas de lobo obstruídas, podem registrar pontos de alagamento transitórios. Encostas íngremes e solos encharcados tendem a ficar mais suscetíveis a deslizamentos pontuais.
Como se preparar sem drama
- Checar calhas, ralos e bocas de lobo na sua rua para evitar refluxo de água.
- Retirar vasos e objetos soltos de varandas para não virarem projéteis ao primeiro vento.
- Planejar deslocamentos com margem de tempo; pista molhada aumenta a distância de frenagem.
- Desconectar aparelhos durante trovoadas e evitar carregar o celular na tomada enquanto cai raio.
- Não se abrigar sob árvores; em via pública, procure locais internos de comércio ou garagens.
- Ao volante, reduzir a velocidade em poças e evitar áreas já conhecidas por alagamentos rápidos.
Trânsito, energia e rotina
Pancadas com vento costumam derrubar galhos e deslocar lonas de obras, o que afeta faixas de rolamento e semáforos. Ônibus e carros trafegam mais devagar, e o tempo de viagem aumenta. Redes elétricas podem sofrer interrupções pontuais por contato de vegetação com cabos. Serviços essenciais tendem a priorizar restabelecimento por áreas com maior densidade de usuários.
Calor dá trégua, mas não desaparece
A massa de ar mais fria derruba as máximas em grande parte do estado para patamares abaixo de 30°C. Em BH, a tendência é de amanhecer mais fresco, por volta de 19°C, e tarde amena, perto de 27°C. A sensação de abafamento diminui porque a nebulosidade reduz a incidência direta de sol. Com o avanço da frente, a umidade relativa sobe e melhora o conforto respiratório.
O que é um ciclone extratropical, afinal
Esse tipo de sistema é comum nas latitudes médias e nasce de contrastes entre massas de ar. Diferente de furacões, não depende de águas muito quentes. Ele organiza frentes frias e quentes, ventos em superfície e correntes de jato em altura. Quando se aproxima da costa, potencializa a ondulação do mar e intensifica a divergência de ventos, ajudando a formar nuvens carregadas em estados do Sudeste e do Sul.
Quando a instabilidade perde força
Após o pico no fim de semana, a tendência é de manutenção de céu nublado com aberturas e pancadas irregulares no início da semana. À medida que o ciclone se afasta, o vento diminui e as chuvas se tornam mais passageiras, mas a umidade ainda garante nuvens e temperaturas amenas em boa parte de Minas.
Dicas extras para atravessar o período chuvoso
Quem pratica atividade física ao ar livre pode preferir manhãs, quando as nuvens ainda não ganharam tanta energia convectiva. Trilhas próximas a encostas devem ser evitadas após chuva volumosa, pois o solo saturado perde coesão e pode ceder sem aviso.
Para quem mora em áreas com histórico de enxurrada, vale montar um “kit rápido” com lanterna, pilhas, documentos em pasta plástica e medicamentos de uso contínuo. A Defesa Civil municipal envia avisos por SMS gratuitos; cadastre-se com o CEP para receber sinais de aumento do risco e adaptar a rotina com antecedência.


