Você estava nesse ônibus : mais de 50 celulares presos ao corpo param a Raposo Tavares em SP hoje

Você estava nesse ônibus : mais de 50 celulares presos ao corpo param a Raposo Tavares em SP hoje

Uma fiscalização de rotina em um ônibus na Raposo Tavares revelou uma cena que poucos passageiros imaginam enfrentar em viagem.

A abordagem, feita por policiais rodoviários, expôs um método clandestino que usa o corpo para ocultar tecnologia e burlar impostos.

Abordagem na rodovia

Agentes da Polícia Rodoviária pararam um ônibus de linha na SP-270, em Sarapuí, interior de São Paulo, na manhã de quinta-feira (6). O veículo havia saído de Foz do Iguaçu, no Paraná, com destino à capital paulista.

Durante a checagem, uma passageira chamou atenção pelo nervosismo. A revista da bagagem não indicou nada irregular. O volume sob as roupas, porém, levantou suspeita. Questionada, ela admitiu que carregava dezenas de celulares grudados ao corpo com uma cinta improvisada.

Mais de 50 aparelhos foram encontrados presos ao corpo da passageira, em uma tentativa de ocultação durante a viagem.

A mulher foi presa em flagrante e levada à sede da Polícia Federal em Sorocaba. O boletim aponta o crime de descaminho, quando a pessoa tenta evitar o pagamento de tributos na entrada de mercadorias no país.

O passo a passo da ocorrência

  • Ônibus de rota Foz do Iguaçu–São Paulo é abordado na SP-270.
  • Passageira demonstra nervosismo durante a fiscalização de rotina.
  • Mala revista, sem itens suspeitos.
  • Volume anormal sob a roupa chama atenção dos policiais.
  • Confissão e apreensão de mais de 50 celulares presos ao corpo.
  • Prisão em flagrante e encaminhamento à PF de Sorocaba por descaminho.

O caso foi registrado como descaminho, crime previsto no Código Penal para quem tenta driblar a cobrança de impostos.

O que é descaminho e o que muda para quem compra

Descaminho ocorre quando mercadorias entram no país sem o pagamento de impostos devidos. Diferente do contrabando, não se trata de produto proibido, e sim de produto permitido cuja tributação foi burlada. A prática corrói a arrecadação e alimenta redes que atuam à margem da lei.

Para o consumidor, a aparência de “bom negócio” costuma vir acompanhada de problemas: ausência de nota fiscal, falta de garantia oficial e risco de bloqueio do aparelho na rede celular.

Diferença para contrabando

Conduta Definição Pena prevista
Descaminho (art. 334 do CP) Evitar o pagamento de tributos na entrada de mercadoria permitida Reclusão de 1 a 4 anos
Contrabando (art. 334-A do CP) Importar, exportar ou vender produto proibido Reclusão de 2 a 5 anos

Riscos para quem compra celulares irregulares

Celulares sem comprovação de origem expõem o comprador a prejuízos imediatos. Sem documentação, a assistência técnica autorizada recusa o atendimento. Em muitos casos, o aparelho não possui homologação da Anatel e pode sofrer bloqueio ao tentar se registrar nas redes das operadoras.

Há ainda o risco de incompatibilidade de bandas, problemas de segurança e ausência de atualizações de software. Sem nota fiscal, a revenda do aparelho se torna difícil, e o consumidor perde poder de garantia em caso de defeito.

  • Homologação: verifique se o modelo foi aprovado pela Anatel.
  • IMEI: consulte o número discando *#06# e guarde para checar status com a operadora.
  • Nota fiscal: peça sempre o documento; sem ele, não há garantia nem prova de origem.
  • Preço: desconfie de valores muito abaixo do mercado, especialmente em redes sociais.

Como funcionam as fiscalizações em ônibus

Blitze em rodovias estaduais e federais combinam inteligência, análise de rotas e observação de comportamento. Ônibus de longa distância entram frequentemente na amostragem, principalmente quando saem de áreas de fronteira. Policiais verificam documentos, padrões de bagagem e sinais de ocultação corporal, como volumes rígidos, cintas ou faixas.

Quando algo não bate, a equipe isola o passageiro e realiza checagem individual. A revista prioriza o respeito à integridade física e segue protocolos definidos por lei. Em casos com indícios fortes, os agentes encaminham a ocorrência à Polícia Federal ou à Receita Federal, conforme a natureza do crime.

Rotas e horários que exigem atenção

Linhas que conectam fronteira e centros de consumo atraem redes que dependem do volume para reduzir custos e risco por unidade. Viagens noturnas ou de madrugada estão entre as mais fiscalizadas, pois concentram deslocamentos de longa distância. Isso não significa que todas as linhas tenham irregularidades, mas explica por que essas paradas se repetem nesses trechos.

Ônibus saído de Foz do Iguaçu rumo à capital paulista foi interceptado em Sarapuí, na Raposo Tavares.

Por que casos assim se repetem

O mercado de celulares movimenta cifras altas e tem giro rápido. A diferença de preço entre o produto tributado e o que entra sem imposto vira um incentivo para redes que atuam à margem da lei. Cintas e coletes improvisados servem para esconder aparelhos no corpo e tentar passar por controles visuais simples, sobretudo em veículos lotados.

Medidas de repressão visam reduzir esse incentivo: apreender a carga, responsabilizar quem transporta e coibir a revenda nas cidades de destino. Quando a cadeia de distribuição perde mercadoria e enfrenta risco real de prisão, o negócio deixa de compensar.

Como o leitor pode se proteger

Se você pretende comprar um celular, crie um checklist antes de fechar negócio. Verifique a homologação, exija a nota fiscal, compare o número de série do aparelho com a caixa e a nota, e guarde comprovantes de pagamento. Faça um teste de rede com um chip ativo e observe se todas as bandas funcionam. Se o vendedor se recusar a emitir nota, considere isso um sinal vermelho.

Checklist rápido para evitar dor de cabeça

  • Confirme o IMEI no aparelho e na caixa.
  • Peça o documento fiscal com CNPJ e número de série.
  • Cheque a homologação do modelo perante a Anatel.
  • Teste chamadas, dados móveis e Wi-Fi antes de levar.
  • Desconfie de vendedores sem endereço fixo ou que só aceitam dinheiro.

Quem desconfia de atividade irregular pode registrar denúncia às autoridades competentes, preservando-se de abordagens diretas. Atitudes simples, como exigir nota e checar o IMEI, ajudam a cortar o fluxo de aparelhos que alimenta essa prática.

Para viajantes frequentes, atenção aos procedimentos nas estradas reduz transtornos: mantenha documentos à mão, organize a bagagem e evite transportar encomendas de terceiros. A fiscalização busca segurança e legalidade no trajeto de todos.

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