Salvador testa ônibus 100% elétrico 30 dias: você pagaria R$ 5,60 da Praça da Sé ao Campo Grande?

Salvador testa ônibus 100% elétrico 30 dias: você pagaria R$ 5,60 da Praça da Sé ao Campo Grande?

Um novo ônibus silencioso começa a cortar as ladeiras do Centro. Quem vive, trabalha ou passeia por lá vai notar a diferença.

A capital baiana transforma um dos seus eixos mais conhecidos em vitrine de mobilidade limpa. A prefeitura coloca em operação uma linha experimental com veículo 100% elétrico, conectando a Praça da Sé ao Campo Grande. A proposta mira conforto, menos ruído e uma experiência mais agradável no Centro Histórico.

Como vai funcionar a linha-teste

Durante 30 dias, Salvador avalia em campo uma operação elétrica em trajeto curto e de alta demanda. A ideia é medir desempenho nas subidas, consumo de energia, conforto térmico e aprovação dos usuários.

Teste por 30 dias, tarifa igual às demais linhas (R$ 5,60) e pagamento exclusivo com o bilhete Integra.

  • Linha: E012 – Praça da Sé x Campo Grande
  • Ponto final: Rua das Vassouras
  • Trajeto de ida: Rua da Ajuda, Carlos Gomes e Largo do Campo Grande
  • Retorno: Avenida Sete de Setembro e Rua Chile
  • Operação: segunda a sexta, 7h às 20h; sábado, 7h às 13h
Item Detalhe
Duração do teste 30 dias a partir de sexta (31), com início às 9h
Tarifa R$ 5,60 (mesmo valor das demais linhas)
Pagamento Exclusivo com bilhete eletrônico Integra; venda assistida no local
Público-alvo Trabalhadores, moradores e turistas do Centro Histórico

Por que esse trecho foi escolhido

A ligação Sé–Campo Grande cruza áreas comerciais, residenciais e pontos turísticos. É um corredor com variação de relevo, cruzamentos movimentados e fluxo intenso de pedestres, cenário ideal para testar dirigibilidade, frenagem regenerativa e autonomia em condições reais. A prefeitura avalia tornar a linha permanente caso os resultados confirmem ganhos operacionais e percepção positiva dos passageiros. O teste também busca ativar a circulação no Centro Histórico, atraindo visitantes com viagens mais silenciosas e confortáveis.

Centro Histórico como laboratório vivo: tráfego intenso, ladeiras e forte presença de pedestres para validar a tecnologia.

O ônibus em detalhes

O veículo é o Azure 9, da TEVX Higer, com nove metros e propulsão totalmente elétrica. A cabine oferece ar-condicionado, portas USB, vidros com proteção UV e piso rebaixado. O sistema de “ajoelhamento” facilita o embarque e o desembarque de pessoas idosas, gestantes e usuários com mobilidade reduzida. A operação elétrica reduz ruído no interior e ao redor do ônibus, melhora a comunicação do motorista com o público e diminui a fadiga do condutor.

Como não há escapamento, o ônibus não emite poluentes locais durante a viagem, o que melhora a qualidade do ar nas ruas estreitas do Centro. A frenagem regenerativa ajuda a recuperar energia em descidas e paradas frequentes, comportamento típico do trânsito urbano.

O que você, passageiro, precisa saber

Quem usa a região pode pagar a passagem apenas com o bilhete Integra. Equipes estarão no ponto final para orientar e vender o cartão. O serviço roda nos dias úteis até 20h e aos sábados até 13h, com paradas nos endereços de maior circulação ao longo do percurso. A expectativa é de intervalos curtos, já que o trajeto é compacto e focado no Centro.

Na largada do projeto, autoridades municipais acompanham a operação, entre elas a vice-prefeita Ana Paula Matos, que também responde pela Secretaria de Cultura e Turismo, e o secretário de Mobilidade, Pablo Souza. A presença técnica ao lado do time de campo ajuda a ajustar detalhes como pontos de parada, sinalização e comunicação com os usuários nos primeiros dias.

Quanto isso pode reduzir ruídos e emissões

Ônibus a bateria cortam o zumbido constante dos motores a diesel e eliminam fumaça visível. A ventilação com ar-condicionado fechado reduz a entrada de poeira e fuligem no salão. Em cenários com ladeiras, a tração elétrica entrega torque imediato, útil para arrancadas suaves e controle em rampas. Esses pontos somados costumam elevar a nota de conforto do passageiro e melhorar a vizinhança de calçadas e praças.

Testes também em outras cidades

A ação integra o Fórum Baiano dos Secretários de Mobilidade, que organiza rota de testes em diferentes municípios e relevos. Além de Salvador, participam Jequié, Vitória da Conquista, Luís Eduardo Magalhães, Camaçari e Feira de Santana. A estratégia permite comparar desempenho em climas, altimetrias e padrões de tráfego variados, acelerando decisões de compra e desenho de rotas elétricas.

  • Jequié: clima quente e trechos íngremes para avaliar torque e arrefecimento.
  • Vitória da Conquista: altitudes e vias longas para medir consumo por quilômetro.
  • Luís Eduardo Magalhães: malha planejada e fluxo constante para testar regularidade.
  • Camaçari: integração com polos industriais e horários de pico concentrados.
  • Feira de Santana: grandes avenidas e terminais com alto volume de passageiros.

O que será medido e quais decisões podem vir

A prefeitura coleta dados operacionais e de percepção do usuário. Os números ajudam a modelar mapas de recarga, quantidade de veículos por linha e necessidades de manutenção. Com base nesse retrato, o município pode planejar expansões graduais, priorizando trechos com maior ganho ambiental e satisfação do passageiro.

Métricas-chave: consumo de energia por quilômetro, disponibilidade do veículo, conforto térmico, ruído percebido e avaliação dos usuários.

  • Consumo e autonomia: quilometragem diária e variação por hora e temperatura.
  • Confiabilidade: tempo em operação, eventuais paradas e ajustes técnicos.
  • Atendimento: lotação, filas e tempo de espera nos pontos.
  • Acessibilidade: eficácia do piso baixo e do “ajoelhamento” no embarque.
  • Aprovação: nota média do público e comentários coletados durante o teste.

Informações práticas para quem vai usar

Se você circula entre a Praça da Sé e o Campo Grande, o teste promete viagens mais silenciosas na faixa de R$ 5,60. Tenha o bilhete Integra em mãos; uma equipe faz a emissão no ponto final da Rua das Vassouras. A operação acontece nos dias úteis até 20h e aos sábados até 13h, com paradas tradicionais do corredor. O veículo aceita bagagens pequenas e carrinhos dobráveis, respeitando o espaço prioritário para cadeirantes.

Para quem nunca usou um ônibus elétrico, a principal diferença está na arrancada suave e no silêncio ao parar. O ar-condicionado mantém a temperatura mais estável. As portas USB ajudam quem precisa trabalhar ou estudar durante o trajeto. Passageiros com mobilidade reduzida devem sinalizar ao motorista para acionar o “ajoelhamento”, que aproxima o piso da calçada e facilita o embarque.

Contexto e cuidados adicionais

Ônibus elétrico não é híbrido nem trólebus. Híbrido combina motor a combustão e elétrico no mesmo veículo; trólebus depende de rede aérea. O modelo que circula no Centro carrega energia em baterias e roda sem emissão local. A recarga e a manutenção ficam sob gestão da equipe técnica do projeto. Em trechos de grande fluxo de pedestres, atenção redobrada ao embarque, já que o baixo ruído pode surpreender quem atravessa distraído. Para passageiros, a dica é aguardar o veículo no alinhamento da calçada e respeitar a sinalização dos pontos.

Se a experiência atender metas de conforto, eficiência e custo por quilômetro, Salvador ganha lastro para expandir rotas elétricas em eixos com grande exposição de moradores e turistas. Enquanto isso, o Centro Histórico se beneficia de ar mais limpo, menos vibração sonora e uma viagem que combina conveniência com cuidado urbano.

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