Na véspera de mais uma decisão continental, um hábito de Abel Ferreira na mesa acende curiosidade e conversa entre torcedores.
Entre treinos, análises de jogo e concentração, o técnico do Palmeiras reserva espaço para um ritual gastronômico que já virou assunto. O português aprecia um corte imponente, servido com acompanhamentos caprichados, e que combina com dias de celebração. O detalhe ajuda a decifrar a rotina de quem vive sob pressão e ainda encontra prazer em cozinhas brasileiras.
Paixão pela cozinha
Abel Ferreira costuma falar de bola, mas também se empolga com comida. Gosta de peixes, massas e não esconde a queda por doces. Quando reúne a família ou amigos, eleva a conversa com um tomahawk black angus, corte que chega à mesa como protagonista. A peça, famosa pelo osso longo que lembra um machado, impressiona pelo tamanho e pela suculência.
O tomahawk costuma pesar entre 1 kg e 1,2 kg, sai da região entre a 6ª e a 10ª costela e chega à mesa como espetáculo.
Em restaurantes de São Paulo frequentados por celebridades e esportistas, a versão do tomahawk que circula entre fãs de churrasco pode custar cerca de R$ 378, valor registrado em 2023. O preço varia conforme o grau de marmoreio, a raça e o ponto de maturação.
O que é o tomahawk black angus
O tomahawk vem da parte do contrafilé com osso longo das costelas. Em animais black angus, a gordura entremeada se distribui de forma uniforme, garantindo sabor e maciez após selagem intensa. A peça pede fogo alto para criar crosta e calor indireto para terminar o cozimento sem ressecar.
Acompanhamentos preferidos do treinador
Combinações que Abel costuma aprovar passam por ingredientes que realçam umami e acidez. Alguns exemplos que aparecem na mesa:
- Cogumelos salteados, que concentram sabor e umidade.
- Tomates e cebolinha japonesa, que acrescentam frescor.
- Toque de cachaça na frigideira para flambagem rápida.
- Azeite de alho, usado com parcimônia para perfumar a crosta.
- Arroz ao estilo aluá, inspirado na bebida fermentada de abacaxi, que traz leve dulçor.
- Vinagrete para cortar a gordura do corte.
- Farofa com alho, crocante e aromática.
Em mesas badaladas, o combo de tomahawk, cogumelos e arroz especial virou sinônimo de celebração, da cozinha doméstica aos salões de SP.
Data, rival e o peso da decisão
Enquanto o paladar chama atenção, o calendário impõe foco. No dia 29 de novembro, o Palmeiras reencontra o Flamengo em final de Libertadores, repetindo o duelo de 2021. A vaga veio com uma vitória contundente sobre a LDU do Equador por 4 a 0, resultado que devolveu confiança ao elenco e ao próprio treinador.
Há um marco histórico em jogo: quem levantar a taça se tornará o primeiro clube do Brasil com quatro títulos continentais. O Palmeiras já venceu em 1999, 2020 e 2021. O Flamengo tem 1981, 2019 e 2022. Se a equipe palestrina conquistar a América outra vez, Abel somará o 11º troféu à sua passagem pelo clube, um feito que amplia seu legado.
29 de novembro: uma noite para definir o primeiro tetracampeão brasileiro da Libertadores e, possivelmente, o 11º título de Abel no comando alviverde.
Como preparar um tomahawk em casa sem mistério
Para quem quer seguir a inspiração do treinador, a execução pede atenção aos detalhes. A seguir, um roteiro prático para um tomahawk de 1 a 1,2 kg:
- Traga a peça à temperatura ambiente por 30 a 40 minutos.
- Seque bem com papel-toalha para favorecer a crosta.
- Tempere com sal grosso e pimenta moída na hora; mantenha simples.
- Sele em fogo alto 2 a 3 minutos por lado, sem mover.
- Leve ao calor indireto (forno a 180 ºC ou parte fria da grelha) até atingir 52–55 ºC no centro para malpassado.
- Descanse 8 a 10 minutos antes de fatiar, preservando os sucos.
- Salteie cogumelos com manteiga e um fio de cachaça; finalize com cebolinha.
- Sirva com arroz soltinho e farofa de alho para contraste de textura.
Comparação rápida de cortes para o seu churrasco
| Corte | Peso médio | Osso | Melhor preparo | Preço típico |
|---|---|---|---|---|
| Tomahawk | 1–1,2 kg | Longo (costela) | Selagem + calor indireto | Mais alto (showpiece) |
| Ancho (ribeye) | 250–400 g por steak | Sem osso | Grelha direta, ponto rápido | Médio/alto |
| T-bone | 600–900 g | Em T (lombo + filé) | Direto + finalização indireta | Médio |
Nutrição, frequência e alternativas
O tomahawk entrega sabor graças ao marmoreio, o que também aumenta calorias e gordura saturada. Para quem treina ou segue rotina de jogos, a carne vermelha pode aparecer de forma ocasional, equilibrada com peixes, frango e leguminosas ao longo da semana. Ajuste a porção quando a mesa tiver entradas, acompanhamentos ricos e sobremesa.
Quer reduzir o impacto calórico sem abrir mão do prazer? Troque parte da farofa por salada crocante, use arroz com grãos integrais e modere o azeite de alho. Cogumelos e tomates ajudam na saciedade com baixo teor de gordura.
Curiosidades de bastidor
Entre uma refeição e outra, Abel relaxa com novelas brasileiras — títulos populares como Avenida Brasil entraram na lista de preferidos. O técnico também cultiva admiração por Ayrton Senna, referência de foco e disciplina. No ambiente de trabalho, pequenos rituais à mesa funcionam como válvula de escape antes de semanas pesadas, que incluem viagens longas e análise minuciosa de adversários.
Como escolher um bom tomahawk
- Procure marmoreio fino e uniforme, sinal de maciez.
- Prefira peças maturadas a vácuo por pelo menos 21 dias.
- Verifique cor vermelho-vivo e gordura esbranquiçada, sem manchas.
- Peça ao açougueiro a limpeza do osso se quiser apresentação clássica.
- Congele somente se necessário; descongele sob refrigeração, nunca em temperatura ambiente.
Para quem vai acompanhar a final, um churrasco bem planejado vira programa completo. Um tomahawk fatiado serve confortavelmente duas a três pessoas, principalmente com cogumelos e arroz bem feitos. O segredo mora na técnica simples, no descanso correto e no equilíbrio de sabores. Quem preferir algo mais leve no dia do jogo pode optar por peixes na grelha e manter o tomahawk para o brinde pós-campeonato.


