De estádios a clubes, novembro traz filas, surpresas e disputas por ingressos em um roteiro que cruza o país inteiro.
O calendário de novembro de 2025 ganhou o peso que os fãs pediam. Há retornos históricos, megaturnês, encontros raros e uma leva de apresentações de médio porte que ocupam casas tradicionais. A seleção abaixo organiza os movimentos mais relevantes, aponta tendências e entrega um guia prático para quem quer garantir lugar na grade.
Por que novembro virou o mês do rock
Duas datas de feriado encurtam as semanas e estimulam viagens para shows. A janela sul-americana encaixou estádios e arenas, enquanto clubes receberam pacotes de bandas em rotas enxutas. São Paulo concentra a maior fatia, mas Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre entram no jogo com força.
Com dois feriados, novembro comprime agendas e puxa turnês de estádio e de clubes para o Brasil.
Os destaques se dividem entre o retorno do Oasis, a ampliação da rota do Linkin Park e veteranos que mantêm o fôlego ao vivo, como Glenn Hughes e Billy Idol. Ao redor, nomes de nicho lotam espaços menores e dão variedade ao mês.
Os holofotes
Oasis encerra a maratona em São Paulo
A reunião da banda depois de 16 anos virou evento. As duas datas no MorumBIS, em 22 e 23 de novembro, estão esgotadas. O fim de semana deve movimentar aeroportos, hotéis e o entorno do estádio com caravanas de várias capitais.
Ingressos esgotados para Oasis e Boris antecipam ruas cheias e logística de estádio testada ao limite.
Linkin Park amplia a rota e inclui o Centro-Oeste
Após 2024, o grupo volta com Emily Armstrong nos vocais e passa por Curitiba, São Paulo e Brasília. Os shows combinam clássicos com a fase atual e mantêm Poppy como atração na turnê principal. A estrutura é de festival, com produção de estádio e setlist longo.
Grandes nomes, formatos distintos
Guns N’ Roses faz data única em Brasília e coloca a capital no mapa de megaeventos. Em São Paulo, o encontro do Weezer com Bloc Party, Mogwai, Judeline e Otoboke Beaver cria um domingo de guitarras em área aberta no Ibirapuera. Billy Idol aposta em show de arena e mira repertório de hits. O trip-hop do Massive Attack encontra a agressividade do Cavalera em cruzamento raro. E Morrissey reserva noite introspectiva no Espaço Unimed.
Circuito de clubes e médias casas
Enquanto os estádios chamam a atenção, a base do mês vive nos espaços de médio e pequeno porte. Hammerfall, Grave Digger e Harakiri for the Sky fortalecem a agenda do metal. Marduk ocupa o Manifesto Bar e traz black metal sueco para a capital. Glenn Hughes percorre cinco cidades com repertório focado na fase clássica. O Balaclava Fest, com curadoria indie, faz ponte entre gerações com Stereolab e Yo La Tengo, entre outros.
Sala pequena, som alto e proximidade com o palco: novembro privilegia experiências diferentes do padrão de arena.
Agenda essencial: 25 shows para marcar no calendário
- 01/11 — Masterplan — Brasília (Toinha Brasil Show)
- 02/11 — Masterplan — Porto Alegre (Bar Opinião)
- 01/11 — Dire Straits Legacy — Criciúma (AM Master Hall)
- 02/11 — Guns N’ Roses — Brasília (Arena BRB Mané Garrincha)
- 02/11 — Weezer + Bloc Party + Mogwai + Judeline + Otoboke Beaver — São Paulo (Plateia Externa do Auditório Ibirapuera)
- 02/11 — Marduk — São Paulo (Manifesto Bar)
- 04/11 — Tash Sultana — Rio de Janeiro (Circo Voador)
- 05/11 — Linkin Park & Poppy — Curitiba (Estádio Major Couto Pereira)
- 05/11 — Mogwai (solo) — Rio de Janeiro (Circo Voador)
- 05/11 — Dire Straits Legacy — Porto Alegre (Auditório Araújo Vianna)
- 06/11 — Poppy (solo) — São Paulo (Cine Joia)
- 06/11 — Harakiri for the Sky — Belo Horizonte (Caverna Rock Pub)
- 07/11 — Damiano David — São Paulo (Tokio Marine Hall)
- 08/11 — Linkin Park & Poppy — São Paulo (Estádio MorumBIS)
- 08/11 — Billy Idol — São Paulo (Vibra São Paulo)
- 08/11 — Hammerfall — São Paulo (Vip Station)
- 09/11 — Balaclava Fest (Stereolab, Yo La Tengo e mais) — São Paulo (Tokio Marine Hall)
- 11/11 — Glenn Hughes — Porto Alegre (Opinião)
- 11/11 — Grave Digger — Brasília (Toinha Rock Show)
- 11/11 — Linkin Park & Poppy — Brasília (Arena BRB Mané Garrincha)
- 12/11 — Morrissey — São Paulo (Espaço Unimed)
- 13/11 — Massive Attack + Cavalera — São Paulo (Espaço Unimed)
- 15/11 — Molchat Doma — São Paulo (Tokio Marine Hall)
- 22/11 — Oasis — São Paulo (Estádio MorumBIS) — esgotado
- 23/11 — Oasis — São Paulo (Estádio MorumBIS) — esgotado
O que mais entra no radar
Quem busca indie-psicodélico anota The Brian Jonestown Massacre no fim do mês. O metal sinfônico ganha data com Avantasia, projeto de Tobias Sammet, na Vibra São Paulo. Para o punk, a dobradinha TSOL + Adolescents aparece com três cidades no roteiro. Já o trio japonês Boris, referência de drone e sludge, esgotou a noite no Fabrique.
Como se organizar sem dor de cabeça
Antecipe transporte para os estádios. O entorno do MorumBIS costuma travar três horas antes do início. Combine pontos de encontro fora das zonas bloqueadas e defina rotas de saída. Em arenas, revise regras de bag, uso de copo reutilizável e política de pagamento cashless. Casas pequenas enchem cedo; chegar com antecedência garante boa posição e evita fila de última hora no bar.
Leve protetores auriculares. O pico de pressão sonora em clubes passa fácil dos 100 dB e cansa em shows longos. Hidrate. Em áreas abertas, capriche no protetor solar e considere capa de chuva leve para não perder posição. Releia o ingresso digital antes de sair: portões e setores variam conforme a montagem.
Dinheiro, meia-entrada e golpes
Meia-entrada exige documento físico válido no acesso. Prints facilitam, mas não substituem carteira estudantil, laudo, RG ou CNH quando exigidos. Ingressos vendidos em redes sociais são risco alto de duplicidade. Prefira revenda oficial quando houver. Se for comprar de terceiro, peça vídeo com a transferência do QR Code pelo aplicativo da bilheteria e confira a titularidade no ato.
Simule gastos além do ticket. Em estádio, considere transporte por aplicativo na volta, alimentação dentro da arena, taxa de cashless e eventual locker. Em clubes, os custos giram em torno de consumo mínimo, bebidas e guarda-volumes. Em ambos, reserve margem para taxas de serviço e variação de preços no dia do evento.
Para quem viaja entre cidades
Rotas curtas em novembro favorecem deslocamentos baratos de ônibus entre São Paulo, Curitiba e Rio. Para Brasília e Porto Alegre, passagens aéreas com ida no sábado e volta na segunda tendem a cair de preço após o feriado. Hotéis perto do metrô reduzem a dependência de carro de aplicativo na saída dos shows.
Planejamento simples — transporte, documento de meia, protetor auricular e checagem de setor — aumenta as chances de uma noite sem perrengue.


