Restaurantes de BH serão obrigados a cardápio físico ou tablet: você apoia a mudança em 2025?

Restaurantes de BH serão obrigados a cardápio físico ou tablet: você apoia a mudança em 2025?

Uma mudança na rotina dos bares e lanchonetes da capital promete mexer com hábitos, custos e até a paciência do cliente.

A Câmara de Belo Horizonte aprovou uma proposta que mexe direto no pedido à mesa. A medida abre uma janela para acessibilidade e conveniência, mas também traz ajustes práticos ao dia a dia de quem vende e de quem consome.

O que muda nos restaurantes de BH

Vereadores aprovaram, em segundo turno, o PL 47/2025, que obriga estabelecimentos como restaurantes, bares e lanchonetes a oferecer cardápio físico ou disponibilizar um tablet com o menu. O texto segue para redação final e, depois, para a mesa do prefeito Álvaro Damião. A expectativa na Câmara é de sanção ainda neste ano.

A proposta, do vereador Arruda (Republicanos), nasceu de relatos de pessoas idosas que enfrentam barreiras com cardápios por QR code. A versão inicial falava em garantir internet no local; os parlamentares trocaram essa obrigação por uma solução tangível: o tablet como alternativa ao impresso.

A regra mira inclusão: QR code não bastará. O cliente terá direito a um cardápio físico ou a um tablet com o menu.

Quem precisa cumprir e como

  • Alcance: restaurantes, bares, lanchonetes e similares em Belo Horizonte.
  • Forma: pelo menos uma das opções — cardápio impresso em quantidade adequada ou tablet com o menu acessível.
  • QR code: pode continuar, mas não pode ser a única forma de consulta.
  • Responsabilidade: o estabelecimento deve assegurar leitura fácil, com boa visualização e atualização de informações.

Quando começa a valer

O projeto já passou por dois turnos com votação unânime entre os presentes (38 votos favoráveis). Agora, aguarda redação final e sanção do Executivo. A sinalização política indica vigência ainda em 2025, após publicação no Diário Oficial e eventual prazo de adaptação definido na norma.

Por que o QR code não basta

Desde a pandemia, o QR code ganhou espaço por praticidade e higiene. Só que a experiência digital não é uniforme. Pessoas idosas, quem usa aparelhos mais simples, quem tem dificuldades de conexão ou quem convive com limitações visuais relatam barreiras frequentes. Quando o menu só existe na tela do celular, o cliente pode ficar sem resposta rápida ou precisa pedir ajuda a terceiros.

O cardápio impresso ou o tablet compartilhado devolve previsibilidade. A leitura não depende de plano de dados, sinal de internet ou câmera do aparelho. Também melhora a vida de turistas sem roaming e de famílias que preferem ver tudo de uma vez, comparando pratos, tamanhos e preços sem ficar trocando de tela.

Acessibilidade não é detalhe: fonte legível, contraste adequado e organização clara do menu reduzem erros e agilizam o atendimento.

Impacto para clientes e para o caixa dos bares

Para o cliente, a mudança reduz atrito e tempo de espera. Para o comerciante, exige organização: atualizar preços, revisar fichas técnicas e garantir que o menu físico e o digital tragam a mesma informação. Quem optar por tablet precisará definir rotinas de carregamento, higienização e manutenção.

Opção Pontos fortes Pontos de atenção
Cardápio impresso Leitura imediata; dispensa internet; ajuda grupos a decidir juntos. Reimpressões em caso de mudança de preço; risco de desgaste e sujeira.
Tablet com menu Atualização ágil; possibilidade de fotos, filtros e busca rápida. Gestão de bateria; higienização constante; necessidade de interface simples e acessível.

Passo a passo para o comerciante se adaptar

  • Mapeie o cardápio: organize categorias, tamanhos, acompanhamentos e restrições alimentares (sem glúten, vegetariano, sem lactose).
  • Garanta legibilidade: fonte mínima confortável, contraste adequado e linguagem direta; evite abreviações confusas.
  • Padronize preços: sincronize impresso, tablet e QR code para não gerar divergências.
  • Defina rotina de revisão: período fixo para checar itens esgotados, promoções e sazonalidade.
  • Treine a equipe: acolhimento a pessoas idosas e clientes com dificuldades tecnológicas aumenta a satisfação e reduz retrabalho.
  • Cuide do tablet: protetores, capa, ponto de recarga e protocolo de limpeza após cada uso.
  • Preveja contingência: mantenha unidades extras de cardápio físico para horários de pico.

O que dizem os votos e os próximos passos

O líder do governo, vereador Bruno Miranda (PDT), endossou a proposta em plenário, o que ajudou a pavimentar a aprovação sem resistência visível. Com o placar de 38 a 0 entre os presentes, a iniciativa ganhou fôlego para avançar à sanção. Depois da publicação, a prefeitura poderá regulamentar detalhes operacionais, como prazos de adaptação e fiscalização.

Outras decisões da Câmara que afetam a cidade

Quarteirão vivo e incentivos urbanísticos

O PL 196/2025, da vereadora Marcela Trópia (Novo), foi aprovado em primeiro turno. A proposta permite que empreendimentos revitalizem calçadas, praças, ciclovias e parques e recebam desconto em ISSQN ou IPTU. Houve debate sobre interferência em atribuições do Executivo. O governo indicou diálogo e apresentou substitutivo. O placar ficou em 34 votos favoráveis, uma abstenção e três contrários. O texto ainda passará por comissões antes do segundo turno.

Guarda-sóis com marca e a regra para bares

O PL 188/2025, também de Trópia, avançou em primeiro turno com 38 votos. A proposta altera o Código de Posturas para evitar apreensão de ombrelones de estabelecimentos, mesmo com marcas estampadas, tratando-os como parte de mesa e cadeira, e não como publicidade irregular. O tema segue para nova rodada de análise nas comissões.

Veto mantido e barulho na mira

Os vereadores mantiveram veto parcial do prefeito ao projeto que criava obrigações de eventos no aniversário do Barreiro, preservando as datas comemorativas, mas sem impor ações ao Executivo. Já o PL 138/2025, que mira os “paredões de som” em vias e praças, saiu de pauta para aguardar um substitutivo da prefeitura.

Perguntas rápidas para o leitor

  • Posso seguir usando o QR code? Sim, mas é preciso oferecer também o cardápio físico ou o tablet com o menu.
  • Sou cliente e só me deram QR code. O que fazer? Peça o cardápio alternativo. Persistindo o problema, registre queixa nos canais de defesa do consumidor do município.
  • Tenho um bar pequeno. O que vale mais a pena? Se troca preços com frequência, o tablet reduz retrabalho. Se o cardápio é estável, o impresso resolve com custo de manutenção baixo.
  • E a acessibilidade? Pense em fonte maior, pictogramas, descrições objetivas e indicação de alergênicos. Isso reduz erros de pedido e devoluções.

Dica prática e exemplo de implementação

Um lanchonete de bairro pode imprimir cinco cardápios em papel resistente e plastificado para a abertura. Em paralelo, pode montar um tablet com menu simplificado, com botões grandes e contraste alto. A equipe entrega o impresso para mesas com mais pessoas e mantém o tablet para quem prefere navegação digital. O gerente revisa semanalmente preços e disponibilidade e anota ajustes para a próxima rodada de impressão.

Para quem opera com delivery e salão, vale adotar uma “fonte única de verdade” do cardápio: um arquivo mestre atualizado do qual saem as versões impressa, tablet e QR code. Isso reduz divergências e evita constrangimentos na hora da conta.

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