Um brilho diferente vai chamar sua atenção no fim do dia. A notícia movimenta curiosos, famílias e quem ama olhar o céu.
Nesta semana, o satélite natural da Terra promete um espetáculo que rende boas fotos e conversa na varanda. Prepare um lugar com horizonte livre, ajuste um alarme no celular e guarde os melhores horários para a sua cidade.
O que muda nesta superlua
A chamada superlua ocorre quando a lua cheia acontece perto do perigeu, ponto da órbita em que ela fica mais próxima da Terra. Essa combinação aumenta levemente o diâmetro aparente e o brilho do disco lunar quando visto da superfície.
O termo surgiu fora da academia. Um astrólogo, Richard Nolle, popularizou a palavra no fim da década de 1970, e ela pegou. Astrônomos até usam o apelido em conversas com o público, mas lembram que não há definição única e oficial para classificar cada evento.
A comparação mais direta ajuda: em relação ao apogeu (quando está mais distante), a Lua pode parecer até 14% maior e cerca de 30% mais brilhante.
Nem toda lua cheia entra nessa categoria. A fase cheia dura um instante preciso, mas, a olho nu, a Lua costuma parecer “cheia” por até três noites seguidas. O rótulo superlua vale quando esse instante acontece suficientemente próximo do perigeu.
Quando olhar: horários e direção
O visual mais impactante costuma acontecer no nascer da Lua, ao anoitecer. Com o céu ainda claro, o contraste destaca o disco alaranjado aparecendo no horizonte leste e a perspectiva com prédios, árvores e montanhas cria cenas fotogênicas.
As plataformas de efemérides apontam variações por fuso e localização. Como referência no horário de Brasília, os nascimentos da Lua na quarta-feira (5) devem ocorrer por volta de:
| Cidade | Nascer da Lua (hora local) | Direção aproximada |
|---|---|---|
| São Paulo | 18h45 | Leste |
| Belém | 18h14 | Leste |
| Recife | 17h28 | Leste |
Considere pequenas diferenças por bairro, relevo e linha do horizonte. Quem mora perto de morros ou prédios altos pode ver a Lua surgir alguns minutos depois.
Por que o anoitecer favorece
Próximo ao horizonte, a Lua atravessa mais atmosfera. O espalhamento da luz dá tons dourados e avermelhados. A referência visual de objetos terrestres intensifica a percepção de tamanho, um efeito conhecido como ilusão lunar.
Você não precisa de telescópio. A olho nu, o disco aparece maior, brilhante e fácil de localizar no horizonte leste.
Superlua não é termo rígido da astronomia
Observatórios e planetários usam critérios práticos para comunicação com o público. Alguns consideram superlua quando a distância Terra–Lua fica abaixo de cerca de 360 mil quilômetros na fase cheia. Outros usam limites um pouco distintos. A mensagem central, no entanto, permanece: a Lua cheia ocorre perto do ponto de maior aproximação da órbita.
Esse caráter didático ajuda a engajar pessoas, marcar datas e planejar observações. Cientificamente, o fenômeno não traz mudanças drásticas, mas rende medições úteis, comparações com microluas e boas oportunidades de divulgação.
Calendário de 2025: o que já passou e o que vem aí
- 6 de outubro — primeira superlua do ano;
- 5 de novembro — segunda superlua do ano, a da semana;
- 4 de dezembro — terceira e última superlua de 2025.
A de novembro é a segunda e também a penúltima de 2025. Se chover, a janela de “lua cheia visual” se estende pelas noites vizinhas.
Como observar e fotografar com o que você tem
- Escolha um ponto com vista para o leste e horizonte desimpedido.
- Chegue 15 a 20 minutos antes do horário estimado do nascer da Lua.
- Use objetos no primeiro plano (pontes, prédios, árvores) para compor a cena.
- Celular: toque no disco lunar para focar e reduza a exposição entre −1 e −2.
- Estabilize o aparelho encostando em um corrimão, muro ou usando um mini tripé.
- Ative o temporizador de 3 segundos para evitar trepidações.
- Binóculo simples já revela mares lunares e crateras próximas ao terminador.
- Evite zoom digital exagerado; ele piora a nitidez. Priorize enquadramentos criativos.
Efeitos práticos: marés, rotinas e mitos
A Lua controla o regime de marés junto com o Sol. Em períodos de cheia no perigeu, a amplitude tende a ficar um pouco maior, fenômeno conhecido como maré de sizígia com Lua perigeana. Em áreas costeiras, gestores acompanham previsões locais, mas a elevação costuma permanecer dentro do esperado para a estação.
Não há evidência de que superluas afetem humor ou comportamento humano de forma direta. A maior luminosidade noturna, sim, pode atrapalhar a observação de objetos tênues do céu profundo; astrônomos amadores costumam pausar fotos de nebulosas e galáxias nessas noites e focar em astrofotografia lunar.
Se o tempo fechar, ainda dá para aproveitar
Nuvens altas oferecem efeitos interessantes, formando halos e bordas prateadas ao redor do disco. Janelas curtas de céu limpo costumam abrir entre sistemas de nuvens; vale ficar atento ao oeste no pôr do Sol e ao leste no início da noite. Se a quarta estiver nublada, tente novamente na quinta: a aparência continua cheia por mais de uma noite.
Perguntas que você pode ter
- Olhar a Lua faz mal aos olhos? Não. Diferente do Sol, observar a Lua é seguro sem filtros.
- Preciso ir para o interior? Cidades com poluição luminosa ainda permitem ver a Lua muito bem.
- Qual direção seguir? Leste no nascer, oeste na hora de se pôr; a meia-noite ela estará alta no céu.
- Choveu no meu bairro. E agora? Procure varandas voltadas ao leste e acompanhe intervalos entre nuvens.
Para ir além: como comparar tamanhos e brilho
Uma maneira simples de notar a diferença é fotografar a Lua agora e manter as mesmas configurações para uma “microlua” no apogeu. Coloque as duas imagens lado a lado e meça o diâmetro em pixels. A variação típica de até 14% no tamanho aparente e cerca de 30% no brilho se torna evidente.
Se você gosta de planejar cenas, marque pontos de referência no mapa e calcule a linha leste visível do seu local. A combinação de distância do objeto do primeiro plano e a posição do observador permite alinhar a Lua com mirantes, torres e morros, criando imagens com impacto visual mesmo sem supertele.


