Você poderia ser a próxima vítima: trio clona cartões no DF e torra R$ 54.349 em iPhones e bebidas

Você poderia ser a próxima vítima: trio clona cartões no DF e torra R$ 54.349 em iPhones e bebidas

Compras acima do padrão, lojas surpreendidas e suspeitos em rota rápida. Consumidores do DF acordam para um golpe silencioso hoje.

Na manhã desta sexta-feira, 31 de outubro, a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu três homens, de 28 a 36 anos, apontados por fraudes com cartões clonados no Lago Norte. Em poucas horas, a quadrilha teria feito compras de bebidas e adquirido cinco iPhones, deixando um rastro de prejuízos que passa de R$ 54 mil.

Como o esquema funcionava

As equipes da 9ª Delegacia de Polícia identificaram que, em uma única tarde, os suspeitos realizaram gastos em três lojas de conveniência de uma mesma rede de postos. Os pagamentos, segundo a apuração, ocorreram com cartões clonados e somaram mais de R$ 4 mil em bebidas e itens de alto valor agregado.

Em uma tarde, três lojas de conveniência foram atingidas pela mesma quadrilha, com gastos acima de R$ 4 mil.

O grupo não parou nas compras de consumo imediato. Dois integrantes se deslocaram até um shopping do Lago Norte e, com os mesmos cartões clonados, adquiriram cinco aparelhos iPhone. A nota fiscal dessa operação fechou em R$ 54.349,91, valor que expôs a confiança do comércio em transações aparentemente regulares e a sofisticação do método de fraude.

A compra de cinco iPhones somou R$ 54.349,91, de acordo com a investigação da 9ª DP.

Durante as diligências desta manhã, os investigadores apreenderam veículos usados nos deslocamentos do grupo e localizaram um dos celulares comprados com cartão clonado. A identidade dos suspeitos não foi divulgada.

Golpe em lojas de conveniência

As compras segmentadas em diferentes unidades de uma mesma rede seguem um padrão observado em crimes de estelionato com cartões: testar valores menores para validar o método e, após a aprovação, repetir em sequência na região. O horário de pico e a pressão do atendimento rápido favorecem a aprovação de múltiplas transações sem checagens adicionais.

Compra de celulares

Produtos de tecnologia, especialmente smartphones, viram moeda rápida para revenda. Nesse tipo de golpe, os criminosos preferem aparelhos com grande liquidez e fácil escoamento no mercado paralelo. A emissão de nota fiscal em nome do titular do cartão não impede a fraude: quando os dados do cartão foram capturados, todo o processo tende a simular uma compra legítima.

O que diz a polícia

Responsável pelo caso, o delegado Ronney Marcelo afirmou que a equipe trabalha para desarticular a estrutura por trás da clonagem, identificar eventuais comparsas e reconstruir o caminho dos dados dos cartões comprometidos. A linha de apuração considera possíveis pontos de captação de dados, que podem ir de dispositivos instalados em terminais até vazamentos em bases de dados.

Próximo passo: mapear todo o esquema de clonagem e identificar outros envolvidos que possam estar operando na região.

As prisões ocorreram em flagrante continuidade investigativa e, com os veículos apreendidos, a polícia busca cruzar percursos, horários e pagamentos, a fim de fechar as rotas utilizadas pelo grupo no Lago Norte e adjacências.

Por que isso atinge você

Os golpes com cartões clonados afetam qualquer consumidor que usa meios de pagamento físicos ou digitais. Quadrilhas operam com dados capturados por aparelhos instalados em máquinas, golpes de engenharia social e vazamentos de credenciais em sites e aplicativos. Mesmo sem perder o cartão, a vítima pode ter o número, a validade e o código de segurança copiados.

  • Ative alertas de compra no aplicativo do banco para receber notificação em tempo real.
  • Use cartões virtuais e limites específicos para compras online e por aproximação.
  • Desabilite funcionalidades que você não utiliza, como compras no exterior ou por aproximação, e reabilite só quando necessário.
  • Revise seus extratos diariamente e conteste imediatamente transações que não reconhece.
  • Não entregue seu cartão a terceiros e desconfie do “golpe do motoboy”: bancos não recolhem cartões na sua casa.
  • Ao pagar em lojas, acompanhe a operação e nunca perca o cartão de vista.

Números e fatos do caso

Fato Detalhe
Suspeitos detidos 3 homens
Idade Entre 28 e 36 anos
Local Lago Norte, Distrito Federal
Lojas de conveniência atingidas 3 em uma tarde
Valor gasto nas conveniências Mais de R$ 4 mil
iPhones comprados 5 aparelhos
Prejuízo em loja de shopping R$ 54.349,91
Veículos Apreendidos para perícia
Aparelho localizado 1 celular recuperado
Data 31/10/2025

Como os dados podem ter sido capturados

A clonagem de cartões costuma ocorrer por três frentes. A primeira envolve dispositivos acoplados a terminais, capazes de copiar trilhas magnéticas e colher senhas por microcâmeras. A segunda mira o ambiente digital: páginas falsas e mensagens que induzem o cliente a informar dados sensíveis. A terceira nasce de vazamentos em empresas e serviços, que expõem bases inteiras com números de cartões e dados pessoais.

Nos golpes por aproximação, o risco reduz quando se define um limite de valor e se bloqueia a função fora do uso. Já no e-commerce, o cartão virtual com numeração temporária diminui a superfície de ataque. A tokenização, que transforma dados de pagamento em códigos únicos, também reduz o impacto de um vazamento, pois o token não se reaproveita em outro ambiente.

Se você teve o cartão comprometido

Ao notar compras desconhecidas, bloqueie o cartão no aplicativo do banco e registre a contestação imediatamente. Guarde prints e protocolos. O Código de Defesa do Consumidor protege o cliente em operações que não reconhece, e as instituições devem analisar o caso, estornar valores e reforçar barreiras de segurança quando a fraude se confirma.

Registrar boletim de ocorrência ajuda a conectar casos e fortalecer o rastro investigativo. Se a compra envolveu loja física, detalhe hora, local e valor. Em aquisições de alto valor, como eletrônicos, a informação detalhada acelera diligências e pode viabilizar a recuperação do produto, como ocorreu com um dos aparelhos localizados nesta operação.

O que muda para o comércio

Para reduzir perdas, redes varejistas podem ativar regras de antifraude com análise de risco por valor, recorrência e geolocalização. Em loja física, vale combinar validações adicionais para compras atípicas, como conferência documental em tickets acima de um patamar definido, sem constranger o cliente. Treinar equipes para identificar comportamentos suspeitos e checar divergências no comprovante ajuda a abortar transações indevidas.

A operação no Lago Norte reforça um alerta prático: golpes com cartões clonados se movem rápido, aproveitam janelas de verificação e miram itens com alto valor de revenda. Para o consumidor, vigilância constante. Para o lojista, procedimentos claros e tecnologia de mitigação. Para os investigadores, rastros que, quando conectados, desmontam a engrenagem do crime.

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