Um verão que pede pés livres, ruas quentes e agenda cheia. As sandálias sempre foram a solução rápida, até o dia em que a sola fina começou a cobrar o preço em bolhas e cansaço. A tendência que chega para 2026 troca tiras por maciez e vento por dentro.
Eu estava na Rua dos Pinheiros, sol de duas da tarde, quando uma moça parou ao meu lado para ajeitar a tira da sandália, já marcada no peito do pé. O asfalto vibrava calor e o barulho das Havaianas batendo no calcanhar parecia um metrônomo de cansaço. Logo atrás, um cara passou leve com um slip-on de malha, sem cadarço, sola grossa e furinhos discretos que deixavam o pé respirar, como quem flutua na calçada. Ele entrou no café, pediu água com gás, e eu só consegui olhar para os tênis que não pareciam tênis. Isso não é sandália.
O verão de 2026 trocou de calçado
O que mais aparece nas ruas agora é a mistura que ninguém esperava: tênis de malha respirável, clogs ventilados e mules acolchoadas com cara de praia, mas alma de caminhada. A vibe é clara, **mais conforto com menos esforço**, com solas macias tipo nuvem e cabedais que deixam o vento fazer serviço. A estética é limpa, quase minimalista, só que com texturas que lembram rede de pescador e espuma de prancha.
Num sábado na feira de design da Praça XV, uma fila se formou numa banca de “slip sneakers” feitos com garrafa reciclada e palmilha de memória. Uma vendedora me contou que as cores areia e terracota acabam primeiro, porque combinam com tudo e não marcam sujeira de rua. Todo mundo já viveu aquele momento em que o pé pede socorro no meio do dia; quem calça esses híbridos volta a andar mais duas quadras sem pensar.
Essa virada não vem só da moda. O calor urbano exige materiais que troquem ar, e a tecnologia de tramas knit 3D e espumas bio-based entregou isso agora, sem peso e sem amassar dedos. Há um relaxamento no dress code do trabalho que abriu porta para modelos discretos, sem logo gritante, que passam na reunião e sobrevivem ao metrô. A lógica é simples: o pé quer liberdade, a rua pede amortecimento, e o guarda-roupa precisa acompanhar.
Como escolher e usar sem erro
Experimente no fim da tarde, quando o pé já está um pouco dilatado, e caminhe de verdade dentro da loja, fazendo curvas e uma leve subida no calcanhar. Puxe o cabedal entre o polegar e o indicador; a malha tem que “voltar” sem ficar frouxa, e a sola deve flexionar no antepé, não no meio. *Sim, dá para ter frescor e estabilidade ao mesmo tempo.*
Erros comuns começam no tamanho: muita gente compra justo achando que vai ceder e acaba ganhando atrito. Dê atenção à palmilha removível, porque isso permite higienizar e trocar por opções de suporte se o arco pedir carinho. Sejamos honestos: ninguém faz isso todos os dias. Então crie um mini-ritual de estreia, usando 2 horas em casa antes de encarar a rua, e o resto do verão agradece.
“Ventilação não é só furinho, é fluxo. O pé precisa de caminho para o ar entrar e sair, sem abafar o suor”, diz Ana Monteiro, podóloga em São Paulo.
- Prefira cabedal em knit técnico ou tela de engenharia — **malha que respira** sem lacear.
- Procure sola com zonas de borracha nos pontos de desgaste, para não escorregar.
- Teste o “aperto do metrô”: um número de dedo entre calcanhar e borda, sem levantar.
- Higienize com sabão neutro e seque à sombra, guardando palmilhas fora do par.
O que essa virada diz sobre o nosso verão
Quando a cidade esquenta e a agenda mistura trabalho, after office e orla, a gente quer fluir. Esses híbridos entregam silêncio de pisada, respiração constante e uma elegância discreta que combina com linho, jeans e alfaiataria suave. É uma conversa nova entre pés e ruas, menos pose e mais vida acontecendo, com passos que não pedem licença. O curioso é ver como um detalhe técnico muda o humor do dia, como se a cabeça pensasse melhor quando o corpo não sofre. A moda segue atrás, criando paletas de areia, limão e água, e solas que parecem espumas do mar. No fundo, a tendência é um convite: caminhar mais, sofrer menos, e escolher peças que trabalham a nosso favor. E quem diria, o par do verão virou aquele que a gente nem sente, só usa. **Sola nuvem, vida leve.**
| Ponto Chave | Detalhe | Interesse do leitor |
|---|---|---|
| Materiais respiráveis | Knit 3D, telas técnicas e palmilhas removíveis | Menos suor e cheiro, conforto o dia todo |
| Sola macia com tração | Espumas leves com borracha nos pontos críticos | Amortecimento sem escorregar |
| Versatilidade estética | Cores areia, terracota e cortes minimalistas | Funciona no trabalho e no rolê |
FAQ :
- O que é esse “tênis-vento” de que todo mundo fala?É um slip-on de malha respirável com sola leve, pensado para circular ar e amortecer como tênis, mas com vibe de verão.
- Dá para usar no escritório?Modelos discretos, sem logo grande e com cores neutras, passam bem com calça de alfaiataria ou vestido midi.
- Como limpar sem estragar a malha?Sabão neutro, escova macia e secagem à sombra; palmilha fora do par para ventilar melhor.
- Funciona na praia?Funciona no calçadão e na areia dura. Na areia fofa, prefira tirar para não encher de grãos dentro da malha.
- Quanto tempo dura?Depende do uso. Em rotina urbana, a durabilidade melhora com rotação de pares e atenção aos pontos de desgaste.


