BR-040 entre Juiz de Fora e Rio : você vai pagar 45% a mais? tarifa vai a R$ 21 e motos ficam livres

BR-040 entre Juiz de Fora e Rio : você vai pagar 45% a mais? tarifa vai a R$ 21 e motos ficam livres

Quem dirige entre a Zona da Mata e o Rio de Janeiro começa a semana com sinais de mudança na estrada e no orçamento.

Uma nova gestão assume o trecho da BR-040 entre Juiz de Fora e a capital fluminense por 30 anos e inaugura uma fase com tarifas atualizadas, obras grandes e prazos definidos. O efeito recai no bolso de quem passa pelas praças de pedágio e no tempo de viagem de quem depende do corredor todos os dias.

O que muda no pedágio e quando

O pedágio para carros de passeio passa de R$ 14,50 para R$ 21 por praça, alta de 45% autorizada pela ANTT e publicada no Diário Oficial. A mudança começa com a operação da nova concessionária nesta terça-feira.

Carros de passeio pagam R$ 21 por praça. Motocicletas, motonetas e triciclos não pagam.

Continuam isentos ambulâncias, veículos oficiais da União, estados e municípios e os do corpo diplomático. Tráfego pesado paga por eixo e tipo de rodagem. Quem usa TAG recebe 5% de desconto fixo. Usuários frequentes terão abatimentos progressivos que podem reduzir a tarifa em até 46% conforme a frequência e a praça.

  • Nova tarifa para carros: R$ 21 por praça.
  • Desconto com TAG: 5% em qualquer passagem.
  • Descontos progressivos: redução por recorrência, com teto de até 46%.
  • Motos e similares: isentas.
  • Veículos pesados: cobrança por eixo e tipo de rodagem.
Veículo Eixos Rodagem Tarifa por praça (R$)
Automóvel, caminhonete, furgão 2 Simples 21,00
Caminhão leve, ônibus, caminhão-trator 2 Dupla 42,00
Automóvel/caminhonete com semirreboque 3 Simples 31,50
Ônibus ou caminhão com 3 eixos 3 Dupla 63,00
Automóvel/caminhonete com reboque 4 Simples 42,00
Caminhão com reboque ou semirreboque 4 Dupla 84,00
Caminhão com reboque ou semirreboque 5 a 8 Dupla 105,00 a 168,00

Com TAG, a tarifa de carro cai de R$ 21,00 para R$ 19,95 por praça. A redução pode crescer com recorrência.

Praças de cobrança e plano de transição

A cobrança permanece em três praças: Simão Pereira (MG), Areal (RJ) e Xerém (RJ). O contrato prevê a transferência da praça de Simão Pereira para Comendador Levy Gasparian (RJ), no km 3,150 da BR-040, até 2026. Até lá, a praça mineira segue ativa.

A praça de Simão Pereira deve migrar para Levy Gasparian até 2026; se houver atraso, a concessionária pode ser multada.

O usuário precisa ficar atento a sinalizações sobre obras de adaptação e eventuais operações pare-e-siga durante a fase de mudança de praça e melhorias iniciais.

Quem assume e o pacote de obras

A Elovias S.A. assume a operação por 30 anos. O leilão ocorreu em abril e o contrato foi assinado em outubro. A empresa estima quase R$ 9 bilhões em investimentos ao longo da concessão. As frentes mais sensíveis para quem trafega no dia a dia envolvem duplicações, obras de segurança e retorno do canteiro na serra.

Intervenções previstas

  • Retomada e conclusão da nova subida da Serra de Petrópolis, parada desde 2016.
  • Duplicação de trechos entre Juiz de Fora e Duque de Caxias.
  • Construção de túnel com mais de 4 km, já parcialmente escavado.
  • Refreforço de sinalização, atendimento a usuários e obras de segurança.

Plano de 100 dias

Com o início da operação, começa o plano de 100 dias com foco em serviços rápidos. A prioridade recai sobre recuperação funcional do pavimento, revitalização da sinalização horizontal e vertical e conservação. A meta é reduzir riscos e melhorar a fluidez enquanto o pacote maior de obras ganha tração.

Saída da antiga concessionária

Depois de 29 anos, a Concer se retira do trecho. A empresa informa ter investido cerca de R$ 7,5 bilhões desde 1996, com ampliações em Duque de Caxias, duplicação do último segmento de pista simples em Minas, 28 passarelas e 14 pontes e viadutos, além de um amplo programa de contenção de encostas na serra de Petrópolis. O desligamento ocorre na noite anterior à entrada da nova gestora.

Impacto no seu bolso e no frete

Quem cruza as três praças paga R$ 63 por sentido com carro de passeio, total de R$ 126 num bate-volta. Para trajetos que passam apenas por duas praças, o desembolso cai para R$ 42 por sentido. O efeito no frete tende a aparecer nos custos de transporte, com impacto potencial em mercadorias que circulam entre Minas e Rio, um eixo de grande fluxo logístico.

Uma ida e volta passando pelas três praças custa R$ 126 para carro, sem descontos.

Simulações rápidas

  • Usuário ocasional com TAG: R$ 19,95 por praça no carro (R$ 59,85 por sentido ao passar nas três praças).
  • Com desconto progressivo máximo hipotético: R$ 11,34 por praça no carro; R$ 34,02 por sentido (condicionado às regras de recorrência de cada praça).
  • Comuta diária Areal–Rio (duas praças), 20 dias úteis, sem TAG: 40 passagens x R$ 21 = R$ 840 no mês.
  • Mesmo trajeto com TAG: 40 x R$ 19,95 = R$ 798 no mês; abatimentos progressivos podem reduzir mais.
  • Caminhão 3 eixos (rodagem dupla), duas praças: R$ 63 x 2 = R$ 126 por sentido; TAG e recorrência reduzem o total.

Como se preparar para a nova fase

Cadastre um meio de pagamento eletrônico para garantir o desconto imediato de 5%. Verifique as condições de abatimento por recorrência na sua praça de maior uso. Ajuste o planejamento de despesas de rotina, especialmente se a sua rota cruza duas ou três praças com frequência.

  • Planeje horários fora de pico em dias de obra para reduzir atrasos.
  • Avalie caronas corporativas em rotas com alto custo mensal.
  • Compare o custo por passageiro do carro com o de ônibus intermunicipal.
  • Mantenha os pneus calibrados e revisão em dia para reduzir consumo.

Prazo das obras e o que esperar no trajeto

Duplicações e a nova subida da serra exigem canteiros complexos. Trechos com redução de velocidade, desvios temporários e janelas de interdição podem ocorrer. Ao programar viagens longas, considere margens de tempo para não comprometer compromissos na chegada.

Segurança e atendimento

O plano inicial prevê reforço de inspeção de tráfego, guinchos de prontidão e sinalização renovada em pontos críticos. Usuários devem observar painéis eletrônicos e orientações de velocidade variável em segmentos de serra e obras.

Desconto progressivo pode chegar a 46% conforme a frequência. Informe-se na sua praça para ativar o benefício.

Informações úteis para decidir a melhor rota

Se a sua rotina envolve uma ou duas praças, vale estimar o custo por quilômetro com e sem pedágio e comparar rotas alternativas. Em alguns casos, rotas livres de pedágio aumentam o tempo e o consumo, anulando a economia. Em outros, podem ser vantajosas fora do pico. Faça um teste prático em horário semelhante ao que você usa no dia a dia.

Para frotas, a gestão de pedágio precisa entrar no TCO do frete. Simule cenários com TAG padrão e com recorrência. Use metas de ocupação de carga e janelas de entrega para aproveitar horários de menor restrição. O ganho de previsibilidade com a conclusão da serra e duplicações tende a reduzir custos logísticos no médio prazo, mesmo com a tarifa mais alta agora.

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