Uma tarde de trânsito travado, sirenes e um helicóptero pousando na Marginal Tietê expôs riscos que poucos imaginam diariamente ali.
O susto veio do alto de uma ponte movimentada e desceu com violência para o asfalto. No meio do caos, resgatistas lutaram por minutos decisivos e motoristas ficaram presos em quilômetros de lentidão. O que aconteceu ali mexe com quem passa todos os dias pela Marginal e faz uma pergunta difícil: até onde vai a sensação de segurança?
O que aconteceu
Um caminhão caiu da Ponte Atílio Fontana, na Marginal Tietê, na tarde de terça-feira (5). O veículo transportava quatro pessoas no momento da queda. Três vítimas saíram conscientes e orientadas, segundo o Corpo de Bombeiros. A quarta entrou em parada cardiorrespiratória ainda presa às ferragens.
Josemberg Alves de Oliveira, 35 anos, morador de Vitória da Conquista (BA), sofreu parada cardiorrespiratória e morreu a caminho do Hospital da Vila Penteado.
Equipes de resgate atuaram no local com apoio do helicóptero da Polícia Militar, que precisou pousar na pista expressa. O bloqueio total da via garantiu acesso mais rápido aos socorristas, mas parou a Marginal no horário de maior fluxo.
Resgate e atendimento
Os bombeiros cortaram as ferragens para retirar as vítimas. A prioridade foi estabilizar o motorista, que estava inconsciente. A manobra de reanimação começou no acostamento e continuou dentro da ambulância. A equipe seguiu rumo ao Hospital da Vila Penteado, na Zona Norte, mas ele não resistiu.
Três ocupantes foram levados a unidades próximas, conscientes. O motorista não chegou com vida ao hospital de destino.
A dinâmica da queda ainda passa por apuração. Técnicos da polícia científica fizeram as primeiras medições para entender a trajetória do caminhão e avaliar possíveis falhas mecânicas ou humanas.
Trânsito parado e impactos ao redor
O pouso do helicóptero bloqueou completamente a pista expressa na altura da ponte. A lentidão se espalhou pela Marginal e alcançou a Rodovia Castello Branco. Na chegada à Marginal, o congestionamento foi registrado entre os quilômetros 15 e 13.
Motoristas relataram paradas longas e desvios de última hora. Aplicativos de trânsito registraram um pico de rotas alternativas em bairros vizinhos, o que também afetou ruas locais.
| Fato | Detalhe |
|---|---|
| Local | Ponte Atílio Fontana, Marginal Tietê (SP) |
| Data e horário | Tarde de 5 de novembro |
| Vítimas | 4 ocupantes; 3 conscientes; 1 em parada cardiorrespiratória |
| Bloqueio | Pista expressa, para pouso do helicóptero da PM |
| Reflexos no trânsito | Lentidão alcançou a Rodovia Castello Branco (km 15 ao 13) |
Quem era a vítima
Josemberg Alves de Oliveira tinha 35 anos e vivia em Vitória da Conquista, no interior da Bahia. Ele trabalhava ao volante e estava no comando do caminhão. Segundo o registro policial, ficou preso nas ferragens após a queda e entrou em parada cardiorrespiratória durante o resgate.
Após o atendimento no local, socorristas decidiram pelo encaminhamento ao Hospital da Vila Penteado. O óbito foi confirmado no deslocamento. O boletim de ocorrência registrou a morte e abriu inquérito para apurar as circunstâncias do acidente.
Perguntas que ficam
Investigações e responsabilidade
Peritos analisam a estrutura atingida, a altura da ponte, o estado dos pneus, o funcionamento do sistema de freios e os vestígios deixados no guard-rail. O trabalho inclui entrevistas com as vítimas conscientes e com motoristas que trafegavam no trecho no momento do acidente.
- Exame do tacógrafo para verificar velocidade e tempo de condução.
- Inspeção mecânica do caminhão e eventual carga transportada.
- Mapeamento de marcas de frenagem e pontos de impacto.
- Análise das condições do tempo e da pista no horário do fato.
Por que a parada cardiorrespiratória assusta
A parada cardiorrespiratória interrompe imediatamente a circulação do sangue e a oxigenação do cérebro. Em acidentes de alto impacto, pode ocorrer por trauma, hemorragia interna ou choque. Cada minuto sem reanimação reduz as chances de sobrevivência. Por isso, o socorro rápido e a liberação de pista para ambulâncias e aeronaves fazem diferença.
Como reduzir riscos em pontes e marginais
Trechos elevados e vias rápidas exigem condução preventiva. Pequenas decisões podem evitar grandes tragédias, especialmente para motoristas profissionais que passam horas ao volante.
- Mantenha distância de segurança maior em pontes e viadutos, mesmo em baixa velocidade.
- Reduza antes das curvas e entradas de alça; retomadas bruscas desestabilizam veículos altos.
- Verifique diariamente freios, pneus, suspensão e amarração de carga.
- Descanse em períodos regulares. Fadiga prolongada altera reflexos e percepção de risco.
- Em caso de pane, sinalize com triângulo e pisca-alerta e permaneça atrás do guard-rail.
O que fazer se você presenciar uma queda de veículo
Quem passa pelo local pode ajudar sem se expor. A prioridade é acionar socorro e manter o trecho protegido para a chegada das equipes.
- Ligue para 193 (Bombeiros) e 190 (Polícia Militar) e informe o ponto de referência mais próximo.
- Não tente remover vítimas presas às ferragens. O movimento pode agravar lesões.
- Se houver fogo inicial, mantenha distância segura e alerte outros motoristas.
- Sinalize o trecho com luzes de emergência e, se possível, posicione um triângulo em local visível.
Como a via reage a um bloqueio total
Quando um helicóptero pousa na Marginal, a operação altera a lógica do trânsito. O bloqueio total da expressa evita aproximações perigosas e dá espaço às equipes. A CET redistribui o fluxo para as pistas local e central. O efeito dominó se espalha por rodovias de acesso, como a Castello Branco, e por ruas dos bairros vizinhos. Motoristas devem acompanhar avisos em painéis e obedecer às canalizações provisórias.
Informações que podem ajudar o leitor
Se você é motorista profissional, mantenha o tacógrafo em dia e registre pausas de descanso. Ajuste o banco para ter campo de visão amplo em descidas de ponte. Evite objetos soltos na cabine, que se transformam em projéteis em uma colisão. Para quem dirige carro de passeio, aumente a distância para veículos de carga em trechos elevados e evite permanecer ao lado de carretas em curvas.
Para famílias que rodam com frequência pela Marginal Tietê, vale preparar rotas alternativas de antemão. Salve no celular os números de emergência. Tenha um kit simples com colete refletivo, lanterna e água. Essas escolhas não impedem um acidente, mas melhoram sua capacidade de resposta quando cada minuto pesa.
