Um litoral de águas quentes, rostos famosos e cifras altas ganha novo movimento. Sua próxima viagem pode virar investimento.
Um plano de longo prazo mira a faixa de areia entre Alagoas e Pernambuco, amarrando hospedagem, serviços e entretenimento em uma rota só. Neymar empresta imagem e negócio para erguer 28 empreendimentos, com propostas que vão de estúdios a coberturas familiares.
O que está por trás do plano
O projeto leva o nome Rota Due Caribe Brasileiro e nasce da parceria entre a Due Incorporadora, sediada no Recife, e a NR Sports, empresa de Neymar e de seu pai. A promessa é transformar cerca de 100 km de costa em um corredor de alto padrão, com imóveis residenciais operados como resorts e infraestrutura de lazer aberta o ano todo.
São 28 empreendimentos de luxo ao longo de 100 km, com entrega faseada e conclusão prevista para 2037.
A rota agrega propriedades independentes, mas conectadas por um ecossistema de serviços: beach clubs, centros gastronômicos, varejo de conveniência, operação hoteleira padronizada e um sistema para compartilhar estadias entre condomínios. A ideia é capturar a demanda de turismo doméstico e internacional que já frequenta Porto de Galinhas, Carneiros, Maragogi, Antunes e Japaratinga.
Locais e acesso
A malha de voos favorece a estratégia. O eixo fica entre os aeroportos internacionais do Recife e de Maceió, com o futuro terminal de Maragogi no radar. Isso abre margem para estadias curtas, períodos mais longos e ocupação em diferentes estações, sem depender apenas de férias escolares.
Quanto custa e o que se compra
As unidades variam de estúdios de 25 m² a apartamentos de seis quartos com 218 m². Os preços indicados partem de R$ 300 mil e alcançam R$ 6 milhões, conforme tipologia, vista, serviços e estágio da obra. O padrão promete áreas comuns com piscinas, academias, espaços kids, beach clubs e curadoria de restaurantes.
Preços entre R$ 300 mil e R$ 6 milhões, com metragens de 25 m² a 218 m² e operação tipo resort.
- Perfil de uso: moradia de temporada, investimento para aluguel por diárias ou composição patrimonial.
- Operação: gestão centralizada de hospedagem via Sintta Stay, com padronização de serviços.
- Vantagem declarada: possibilidade de trocar diárias entre imóveis da rota, sem perder padrão de experiência.
- Decisões críticas: valor do condomínio, taxa de operação, regras do pool de locação e política de manutenção.
Números do projeto em uma página
| Extensão da rota | 100 km de litoral entre AL e PE |
| Número de empreendimentos | 28 |
| Faixa de preço | R$ 300 mil a R$ 6 milhões |
| Tipologia | Estúdios (25 m²) a 6 quartos (218 m²) |
| Localizações | Porto de Galinhas, Carneiros, Maragogi, Antunes, Japaratinga |
| Cronograma | Entregas escalonadas até 2037; meta inicial de 10 prédios e avanço médio de 3 por ano |
| Parceiros | Due Incorporadora e NR Sports |
| Serviços | Beach club, lazer, gastronomia, varejo e gestão Sintta Stay |
| Retorno estimado | R$ 7,5 bilhões |
| Meta corporativa da Due | R$ 17 bilhões em valor de mercado em três anos |
O efeito Neymar nas vendas
A presença de Neymar como rosto comercial tende a acelerar as reservas, fenômeno que já elevou preços em outras praças turísticas. O litoral de Santa Catarina virou referência de valorização quando celebridades passaram a comprar e divulgar imóveis de alto padrão. A estratégia aqui é replicar esse gatilho no Nordeste, onde a demanda turística é consistente e a oferta qualificada ainda se consolida.
Marketing com celebridade cria tração imediata, mas a sustentabilidade do preço depende da operação e da entrega.
Para o comprador, a pergunta central é se a operação de hospedagem mantém taxa de ocupação e diária média que sustentem condomínio e manutenção. Nomes famosos ajudam a vender, mas a performance real virá de gestão profissional, calendário de eventos, conectividade aérea e cuidado com a praia.
Cronograma e o que esperar das obras
O plano prevê entregas graduais até 2037, com ritmo médio de três empreendimentos por ano após um primeiro bloco. Isso suaviza o risco de concentração e permite ajustar produtos conforme a resposta do mercado. A dinâmica também abre chance de quem compra no início capturar valorização, mas exige acompanhar licenças, evolução física e cronogramas de infraestrutura pública, como acessos e saneamento.
Como a operação deve funcionar
A administradora Sintta Stay, do ecossistema da Due, promete integrar reservas, limpeza, manutenção e atendimento padronizado. Proprietários podem optar pelo pool de locação e trocar diárias entre os empreendimentos da rota, respeitando regras de categoria e disponibilidade. Esse modelo aproxima o residencial do resort, reduz fricções da locação por temporada e busca receita recorrente para bancar custos do padrão de serviço.
Impacto regional: emprego, renda e novos negócios
Projetos dessa escala costumam irrigar a cadeia local. Fases de obra geram postos diretos e indiretos em construção, logística e serviços. Após a entrega, a engrenagem se desloca para hotelaria, alimentação, manutenção, transporte e entretenimento. Municípios turísticos tendem a registrar aumento de arrecadação, e fornecedores locais, de alimentos a passeios náuticos, ganham previsibilidade.
Para as prefeituras, o desafio está em compatibilizar o boom com infraestrutura urbana, saneamento e preservação ambiental. A região exibe recifes, manguezais e áreas sensíveis. Licenciamento, monitoramento da orla, gestão de resíduos e controle de uso de água definem a longevidade econômica do destino. O apelo do “Caribe brasileiro” só se mantém com praias limpas e serviços funcionando.
Riscos para o investidor
- Sazonalidade: diárias podem oscilar entre alta e baixa temporada; simule cenários conservadores.
- Custos fixos: condomínio, fundo de reservas e taxas de operação pesam no resultado do aluguel.
- Liquidez: revenda de unidades turísticas pode levar mais tempo que apartamentos urbanos.
- Execução: acompanhe cronogramas e marcos de obra; atrasos reduzem retorno.
- Ambiental: embargos e ajustes de projeto podem alterar prazos e escopo.
Para quem isso faz sentido
O produto conversa com três perfis: famílias que buscam segunda residência com serviços; investidores que querem renda de temporada sem gerir check-in; e compradores que apostam na valorização do Nordeste em um horizonte de 5 a 10 anos. Quem mora nas regiões Norte e Sudeste encontra voos diretos e pode compor uma carteira imobiliária mais diversificada.
Como comparar com outras opções
Antes de fechar, coloque na mesma planilha imóveis urbanos de aluguel mensal, multipropriedade, fundos imobiliários e renda fixa. Compare ticket total, custo anual, taxa de vacância, tributação e esforço de gestão. Em imóveis de praia, inclua no cálculo seguros, mobiliário e reposição de enxoval. Se optar pelo pool, peça histórico de ocupação de projetos semelhantes e política de distribuição.
Decisão sólida nasce de números: rendimento líquido projetado, custos recorrentes e prazo realista de saída.
Do lado do lazer, avalie calendário de eventos locais, qualidade dos restaurantes operados pela rota, facilidade de acesso em feriados e a experiência do beach club em dias de maré alta e baixa. Esse conjunto define a satisfação do hóspede e sustenta a diária média ao longo do ano.


