Uma decisão aguardada mexe com a rotina de quem vive do turismo e de quem visita as águas de Caxambu.
O debate sobre veículos de tração animal ganhou data, valores e regras. A prefeitura definiu um cronograma de transição, criou um benefício financeiro e apresentou alternativas para manter a atividade turística funcionando sem o uso de cavalos.
O que muda a partir de 2026
Caxambu, no Sul de Minas, sancionou a proibição do uso de charretes e demais veículos de tração animal em passeios turísticos e no transporte. A regra vale a partir de 4 de maio de 2026 e responde a um processo de diálogo com os profissionais do setor.
Entrada em vigor em 4 de maio de 2026, com multa de até R$ 2 mil e apreensão da charrete em caso de descumprimento.
Segundo a prefeitura, 36 charreteiros estão cadastrados no município, mas apenas 16 trabalham hoje. A administração municipal ofereceu um período de adaptação e negocia substituições de equipamentos para preservar a atividade econômica ligada ao lazer.
Prazos, regras e penalidades
- Início da proibição: 4 de maio de 2026, após um período de transição de seis meses.
- Âmbito da lei: passeios turísticos e transporte com tração animal dentro do município.
- Penalidades: multas que podem chegar a R$ 2.000 e apreensão do veículo.
- Cadastro: 36 profissionais registrados; 16 em atividade atualmente.
- Alternativas: prioridade para a migração a veículos elétricos leves, como tuc-tucs.
Quanto cada família vai receber e como usar o dinheiro
O pacote de incentivo definido pela lei traz um valor total de R$ 15 mil por profissional, liberado em seis parcelas. O primeiro pagamento ocorre cinco dias após a assinatura do termo de encerramento da atividade com tração animal. Além disso, os beneficiários terão direito a cesta básica por 12 meses.
Indenização de R$ 15 mil em seis parcelas e cesta básica por um ano para quem cumprir os critérios de adesão.
O município afirma que o auxílio visa viabilizar a aquisição de novo equipamento e a manutenção da renda durante a migração. Para receber, o charreteiro precisa se enquadrar nas exigências do texto legal, que contemplam o cadastro ativo e a formalização do encerramento da atividade com animais.
A prefeitura sinaliza apoio à compra de veículos elétricos compactos. Esses modelos reduzem custos de manutenção, não geram emissões locais e circulam bem em áreas turísticas. A escolha final depende do planejamento de cada família, do crédito disponível e dos requisitos de licenciamento.
Planos de transição: do cavalo ao tuc-tuc elétrico
O prefeito sugeriu a substituição das charretes por tuc-tucs elétricos, medida que alia bem-estar animal e modernização do roteiro. O investimento inicial pode ser diluído com o auxílio e com linhas de financiamento específicas, quando acessíveis. A transição exige atenção a etapas como registro do veículo, autorização para transporte turístico e capacitação do condutor.
Para quem pretende seguir no turismo, surgem oportunidades de novos formatos de passeio, com rotas temáticas e paradas programadas no Parque das Águas e no centro histórico. A formação em atendimento ao visitante e segurança operacional tende a diferenciar o serviço.
Como outras cidades trataram o tema
O Sul de Minas já acumula decisões semelhantes. Em São Lourenço, a proibição alcança os passeios turísticos desde dezembro de 2023, mas o transporte de cargas por animais permanece permitido. Houve acordo de indenização de R$ 30 mil, pago em três parcelas. Em Poços de Caldas, um decreto municipal proibiu o atrativo em 2024, mas a medida caiu na Justiça.
| Cidade | Situação | Indenização | Observações |
|---|---|---|---|
| Caxambu (MG) | Lei sancionada; proibição a partir de 4/5/2026 | R$ 15 mil em 6 parcelas | Cesta básica por 12 meses; 36 cadastrados; multas até R$ 2 mil; incentivo a tuc-tucs |
| São Lourenço (MG) | Proibição de passeios desde 12/2023 | R$ 30 mil em 3 parcelas | Transporte de cargas com animais ainda permitido |
| Poços de Caldas (MG) | Decreto de 2024 derrubado na Justiça | — | Definição futura depende de nova decisão |
O que dizem os envolvidos
O prefeito Luiz Henrique Diório de Souza explicou que o prazo de seis meses foi pedido pelos próprios trabalhadores. Segundo ele, a cidade não perde o atrativo, mas o transforma, com foco em uma operação mais moderna e limpa.
O presidente do grupo de charreteiros, Guilherme Barros da Silva, afirmou que a categoria reconhece a mudança de cenário e pretende se adequar. O entendimento é de que a transição precisa garantir renda e dignidade às famílias.
Charreteiros aceitam a mudança e buscam alternativas para manter a renda no turismo local.
Impactos para turistas e moradores
A curto prazo, o visitante pode encontrar menos opções de passeio sobre rodas com apelo histórico. Por outro lado, a chegada de veículos elétricos tende a reduzir ruído, odores e conflitos no trânsito. A cidade também evita a exposição de animais a jornadas exaustivas sob calor intenso.
Quem vive do comércio no entorno dos atrativos pode sentir os efeitos da transição. A criação de novos circuitos e a integração com guias locais ajudam a reter fluxo. A experiência do turista melhora quando há conforto, previsibilidade de horários e narrativa cultural bem construída.
Dicas práticas para quem pretende visitar
- Confirme horários e pontos de saída dos novos passeios motorizados próximos à data da viagem.
- Considere roteiros a pé ou de bicicleta no Parque das Águas e no centro, com paradas em cafés e lojas.
- Evite serviços não autorizados; peça identificação e verifique o alvará do operador.
- Se viajar em grupo, reserve com antecedência para garantir veículo adequado e guia credenciado.
Informações úteis que ajudam na decisão
Tração animal descreve qualquer veículo movido por força de animais, como cavalos e muares. A legislação municipal pode restringir ou proibir esse uso em áreas turísticas e urbanas. O objetivo costuma reunir segurança viária, saúde pública e bem-estar animal.
Quem pretende migrar para tuc-tucs ou microveículos elétricos deve checar a categoria de habilitação exigida, as regras locais de circulação e os custos de seguro. A manutenção costuma ser mais barata que a de veículos convencionais, mas a bateria requer cuidados específicos e substituições programadas.
Programas de qualificação, quando disponíveis, ajudam na adaptação. Cursos de direção defensiva, atendimento ao cliente, precificação e marketing digital ampliam as chances de preservar a renda. Para o turista, a transição abre a porta para experiências guiadas com áudio, rotas temáticas e pacotes com ingressos integrados, o que pode reduzir filas e dar mais conforto ao passeio.


