Chuva e ventania em Goiás: você ficou sem luz? 141 mm, telhados arrancados e ruas bloqueadas

Chuva e ventania em Goiás: você ficou sem luz? 141 mm, telhados arrancados e ruas bloqueadas

Ventos longos atravessaram a madrugada em cidades goianas, e muitos moradores acordaram reorganizando a rotina, atentos a ruas molhadas e ruídos.

Nas últimas horas, a combinação de chuva volumosa e rajadas atingiu trechos urbanos em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Itumbiara. Bairros registraram interrupções no trânsito, danos estruturais e oscilações de energia, enquanto equipes municipais e a concessionária correram para restabelecer serviços.

Temporal atinge Goiânia, Aparecida e Itumbiara

O domingo terminou com chuva forte e começou a segunda-feira com rastro de prejuízos. Em Aparecida de Goiânia, um poste cedeu na Avenida W-6, no Setor Nova Brasília. Em Goiânia, a queda de uma grande árvore bloqueou a 2ª Radial, obrigando motoristas a desviar por um trecho estreito, como se fosse ciclovia improvisada no meio da pista.

Comerciantes relataram fachadas arrancadas nos setores Cândido de Morais e Morada do Sol. No Finsocial, a água barrenta tomou conta de uma via e dificultou a passagem. Em Itumbiara, as rajadas derrubaram o teto e parte de um muro de uma loja de peças usadas, com carros atingidos, e a cobertura de um supermercado cedeu, espalhando destroços na rua.

Ruas bloqueadas, postes danificados, telhados arrancados e restabelecimento de energia avançando: equipes seguem em campo para liberar vias e religar clientes.

Pontos críticos nas vias

  • Aparecida de Goiânia: poste derrubado na Avenida W-6, Setor Nova Brasília.
  • Goiânia: árvore de grande porte bloqueando a 2ª Radial.
  • Setores Cândido de Morais e Morada do Sol: fachadas de lojas danificadas.
  • Finsocial: rua tomada por água barrenta após enxurrada.
  • Itumbiara: desabamento parcial em loja de peças usadas com carros atingidos.
  • Itumbiara: cobertura de supermercado veio ao chão, deixando telhas e ferros na via.

Quanto choveu em Goiânia

Leituras do Cimehgo apontam volumes expressivos e concentrados em diferentes regiões da capital. Perim e Garavelo ficaram entre os pontos com maior acumulado.

Região / Ponto Chuva (mm)
Noroeste – Jardim Curitiba (Maternidade Nascer Cidadão) 85,0
Noroeste – Perim 141,0
Norte – Balneário Meia Ponte 36,6
Leste – Jardim Olinda 93,0
Leste – Vila Pedroso 45,5
Centro-oeste – Detran 85,5
Centro-oeste – Vera Cruz (Maternidade Célia Câmara) 85,6
Centro-oeste – Setor Sul 114,6
Centro-oeste – Campinas (2º BBM) 108,2
Sul – Parque Amazônia (8º BBM) 68,6
Sul – Jardim América (Comando CBMGO) 77,2
Sudoeste – Jardins Madri / Garavelo 135,0
Central – Câmara Municipal 105,2

Perim marcou 141 mm; Garavelo, 135 mm; e Setor Sul, 114,6 mm. Em poucas horas, a drenagem urbana entrou no limite.

Equipes, energia e limpeza urbana

A Comurg contabilizou ao menos 13 quedas de árvores e outras 19 ocorrências de galhos partidos. As frentes de trabalho atuaram na desobstrução e na retirada de materiais, com prioridade para corredores de ônibus, hospitais e acessos a bairros com alagamentos recorrentes.

Segundo a Equatorial, cerca de 90% dos clientes afetados já tiveram o fornecimento restabelecido no início da manhã. A companhia relata danos em postes, cabos, cruzetas e transformadores, o que explica a necessidade de reparos distribuídos por vários alimentadores. Técnicos fazem inspeções visuais e manobras remotas para encurtar o tempo de recomposição, enquanto substituem equipamentos comprometidos.

Alguns trechos viários permanecem com restrições temporárias até a conclusão da poda emergencial e da limpeza. Motoristas devem reduzir a velocidade ao cruzar áreas alagadas, evitar faixas próximas a ilhas de drenagem e redobrar a atenção com semáforos intermitentes.

Previsão e riscos para hoje

O Cimehgo aponta risco para chuva intensa e tempestades ao longo do dia, com possibilidade de média diária próxima de 60 mm. O padrão de calor persistente ajuda a impulsionar núcleos convectivos mais fortes.

O que pode acontecer nas próximas horas

  • Rajadas de vento que podem chegar a 50 km/h.
  • Queda isolada de granizo em células mais intensas.
  • Interrupções pontuais no fornecimento de energia.
  • Queda de galhos e árvores em vias e calçadas.
  • Alagamentos localizados em áreas de baixa declividade.
  • Ocorrência de descargas elétricas (raios).

Mesmo com o alívio térmico trazido pela chuva, as máximas seguem elevadas em boa parte do estado. Veja alguns valores previstos:

  • Porangatu: 35 ºC
  • Goiânia: 33 ºC
  • Jataí: 31 ºC
  • Ceres: 34 ºC
  • Goianésia: 35 ºC
  • Aruanã: 36 ºC

Como reduzir riscos agora

Com o solo encharcado e ventos em rajadas, o risco de tombamento de árvores e de quedas de estruturas frágeis aumenta. Adotar medidas simples ajuda a proteger pessoas e bens.

  • Evite atravessar pontos alagados; a lâmina d’água pode esconder buracos e bocas de lobo sem grelha.
  • Não estacione sob árvores, outdoors ou fachadas com sinais de folga.
  • Desligue aparelhos durante incidência de raios e use filtros de linha certificados.
  • Reforce calhas e rufos; retire folhas que bloqueiam a água.
  • Planeje rotas alternativas se sua via costuma alagar; antecipe saídas.
  • Separe documentos e medicamentos em local seco e de fácil acesso.

Se puder, adie deslocamentos até a redução da chuva. Informe familiares sobre seu trajeto e evite áreas já interditadas.

Entenda os impactos e o que esperar nos próximos dias

Temporais de primavera combinam calor acumulado e umidade abundante. Essa mistura favorece pancadas rápidas, porém muito concentradas, com microexplosões de vento (downbursts) capazes de arrancar telhados e projetar galhos. Em vias com drenagem antiga, o acúmulo acontece quando a intensidade da chuva supera a capacidade dos bueiros por alguns minutos.

Para quem sofreu danos, um passo prático é registrar fotos e vídeos com data e, se possível, geolocalização. Esse material ajuda em pedidos de ressarcimento à concessionária quando faltar energia por longo período com comprovação de prejuízo em eletrodomésticos. Condomínios podem revisar árvores internas, priorizando espécies com raízes superficiais e copas desequilibradas.

Se a previsão mantiver a média diária próxima de 60 mm, bairros com histórico de alagamentos devem preparar rotas seguras e combinar pontos de encontro. Comércios de rua podem improvisar barreiras de borracha nas portas para conter lâminas de água, elevar mercadorias do piso e manter lanternas e nobreaks carregados para proteger caixas eletrônicos e sistemas de alarme.

Moradores próximos a córregos devem observar marcas de cheio e sinais de subida rápida do nível d’água. A presença de água turva e destroços boiando indica enxurrada a montante; nesses casos, afastar-se imediatamente das margens reduz o risco de ser surpreendido por correntes fortes.

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