Depois de um sábado abafado na capital, o domingo promete mudanças bruscas para quem depende da rua e do transporte público.
A aproximação de uma frente fria, combinada à umidade canalizada da Amazônia, vira a chave do tempo em São Paulo. A Defesa Civil do estado orienta atenção redobrada para quem mora em áreas sujeitas a enchentes e encostas. O fim de semana ganha cara de outono, com chuva persistente, vento e queda de temperatura.
Chuva volumosa, raios e rajadas de vento atingem grande parte do estado. A capital pode somar 50 mm em 24 horas.
Frente fria e corredor de umidade mudam o padrão
Uma frente fria avança lentamente pelo litoral paulista. O sistema interage com o corredor de umidade que sai da Amazônia e cruza o Centro-Sul do país. O encontro favorece nuvens de grande desenvolvimento e pancadas fortes em janelas curtas de tempo. O risco aumenta porque o solo ainda não absorve volumes elevados de água de uma só vez.
Em São Paulo, a chuva se espalha ao longo do domingo. As pancadas ganham força entre a tarde e a noite, quando a atmosfera concentra mais energia. O padrão úmido se mantém mesmo após a frente fria se afastar, sustentado pelo fluxo de umidade em altitude.
Temperatura na capital cai para entre 18 °C e 22 °C. A sensação térmica fica mais baixa com vento e tempo fechado.
Quando e onde a chuva aperta
O cenário aponta instabilidade em todas as regiões administrativas, mas com intensidades diferentes. A capital e a Região Metropolitana recebem chuva a qualquer hora, com picos no fim do dia. Bairros como Santana, Pinheiros e Campo Belo tendem a registrar núcleos mais ativos no início da noite, quando o trânsito ainda está pesado.
Regiões com maior atenção
Partes do interior devem concentrar os maiores volumes, com potencial para enxurradas e transbordamentos pontuais em córregos urbanos. Abaixo, um resumo do mapa de risco informado por órgãos de proteção:
| Região | Nível de risco | Observações |
|---|---|---|
| Araçatuba; São José do Rio Preto | Muito alto | Acumulados elevados em curto período, com raios e rajadas |
| Barretos; Franca; Ribeirão Preto; Vale do Ribeira; Itapeva; Presidente Prudente; Marília | Alto | Alagamentos pontuais e queda de árvores em vias urbanas |
| Grande SP; Campinas; Sorocaba; São José dos Campos; Baixada Santista; Litoral Norte; Bauru; Araraquara; Serra da Mantiqueira | Médio | Pancadas intermitentes e descargas elétricas |
Risco de alagamentos, deslizamentos e quedas de árvores
Com 50 mm previstos na capital em um único dia, áreas de baixada e próximas a rios ficam vulneráveis. Bueiros entupidos e ruas em desnível aceleram o acúmulo de água. Em encostas, a combinação de solo encharcado e vento aumenta a chance de deslizamentos.
Raios e rajadas de vento podem provocar interrupções de energia e derrubar galhos. Quem circula de carro ou moto enfrenta aquaplanagem, principalmente ao passar por lâminas de água em avenidas arteriais.
Chuva persistente deve se prolongar até quinta-feira (6). O estado seguirá com tempo instável e umidade elevada.
O que fazer agora para reduzir danos
- Evite áreas alagáveis e rotas conhecidas por transbordamento de córregos.
- Reforce calhas, limpe ralos e verifique muros de contenção em terrenos inclinados.
- Não atravesse ruas com água acima do tornozelo. A força da corrente pode derrubar adultos.
- Ao volante, reduza a velocidade e mantenha distância do veículo à frente. Desvie de fios caídos.
- Guarde documentos e eletrônicos em sacos plásticos. Deixe mochilas prontas para saída rápida.
- Registre ocorrências nos números 199 (Defesa Civil) e 193 (Corpo de Bombeiros).
Como interpretar os 50 mm de chuva
O valor indica o volume acumulado em 24 horas. Em áreas urbanas densas, 50 mm equivalem a 50 litros por metro quadrado. Em bairros com drenagem antiga ou obstruída, esse montante ultrapassa a capacidade de escoamento. A água então retorna para a superfície e ocupa faixas de rolamento e calçadas.
O impacto depende do relevo e do uso do solo. Regiões de morro sofrem com escorregamentos. Zonas planas perto de rios e piscinões transbordam quando a maré meteorológica e a maré oceânica, no caso do litoral, não favorecem o escoamento.
Temperatura, vento e eletricidade atmosférica
A passagem da frente fria quebra o calor de sábado, que chegou aos 30 °C na capital. O domingo terá máxima perto de 22 °C, com ar mais úmido. Rajadas podem superar 50 km/h em pontos isolados. As descargas elétricas exigem cuidados em áreas abertas, quadras poliesportivas e praias.
Dentro de casa, retire aparelhos da tomada durante tempestades com raios. Evite usar telefone com fio. Em áreas externas, procure abrigo longe de árvores isoladas e estruturas metálicas.
Transporte público e mobilidade
Terminais de ônibus, estações de trem e metrô costumam sofrer com goteiras e plataformas escorregadias. O usuário deve considerar saídas antecipadas e rotas alternativas. Aplicativos de trânsito e mensagens de órgãos oficiais ajudam a desviar de bolsões de água.
Planeje deslocamentos antes da fase mais intensa, prevista entre a tarde e a noite deste domingo (2).
Como identificar sinais de deslizamento
Moradores de encostas precisam observar mudanças no terreno. Rachaduras novas em paredes, portas que emperram e estalos no solo indicam deslocamento. Água enlameada jorrando do talude também mostra instabilidade.
- Percebeu qualquer sinal? Deixe o imóvel e busque local seguro em terreno plano.
- Avise vizinhos e acione o 199 para avaliação técnica.
- Não retorne sem liberação de Defesa Civil ou Corpo de Bombeiros.
Serviço e cronograma esperado
Previsão para a capital: chuva a qualquer hora neste domingo, com picos à tarde e à noite; acumulado previsto de até 50 mm; temperatura entre 18 °C e 22 °C. A instabilidade persiste na segunda e na terça, com trégua curta entre aberturas de sol e novas pancadas. A tendência aponta manutenção do corredor de umidade até quinta-feira (6).
As regiões de Araçatuba e São José do Rio Preto concentram os maiores volumes do estado. O litoral, a Baixada Santista e o Litoral Norte alternam momentos de chuva contínua e rajadas. A Grande São Paulo segue com chance de alagamentos rápidos em pontos já conhecidos da malha viária.
Para ampliar seu preparo em dias de temporal
Vale montar um kit simples com lanterna, pilhas, carregador portátil, água potável e medicamentos de uso contínuo. Cadastre o celular nos sistemas de aviso por SMS de sua cidade e acompanhe boletins da meteorologia. Uma simulação útil: identifique no mapa os rios e córregos a 1 km de sua casa e trace, no papel, duas rotas alternativas em direção a terrenos mais altos. Esse exercício reduz o tempo de resposta quando a água sobe.
Se você administra condomínio, combine procedimentos com a zeladoria. Teste bombas d’água, revise geradores e verifique poços de elevador. Em casas térreas, eleve eletrodomésticos com blocos e proteja rodapés com barreiras improvisadas de lona e madeira. No comércio, planeje estoque longe do chão e confira apólices de seguro para danos por água.


