Ciclone extratropical ameaça SP com rajadas de 115 km/h entre 7 e 8: você sabe como se proteger?

Ciclone extratropical ameaça SP com rajadas de 115 km/h entre 7 e 8: você sabe como se proteger?

Tempo vira no Sudeste, equipes entram em prontidão e moradores repensam rotas, compromissos e cuidados com a casa e a família.

Um ciclone extratropical na costa deve acelerar a chegada de uma frente fria e provocar tempestades rápidas em São Paulo entre sexta (7) e sábado (8). O cenário combina calor pré-frontal, vento intenso e nuvens muito carregadas. Órgãos de resposta alinham operações com estados do Sul e do Sudeste para reduzir impactos.

O que muda entre sexta e sábado

Modelos indicam uma janela de tempo severo quando a frente fria avança e a circulação do ciclone intensifica a convecção. As nuvens ganham altura, liberam descargas elétricas e geram linhas de instabilidade que cruzam o estado com velocidade.

Tempestades curtas e violentas podem trazer granizo isolado, muitos raios e rajadas extremas, com risco de microexplosões (downbursts).

As pancadas tendem a ocorrer em ondas, com abertura de sol entre núcleos de tempestade. Essa alternância aumenta a sensação térmica e alimenta novas células de chuva. O pico da severidade concentra-se do fim da tarde de sexta ao sábado.

Risco por regiões de São Paulo

Os acumulados de chuva variam conforme a localização e a rota das tempestades. A previsão aponta três faixas de atenção:

  • Acúmulo muito alto: Presidente Prudente e Marília.
  • Acúmulo alto: Araçatuba, São José do Rio Preto, Barretos, Franca, Ribeirão Preto, Bauru e Araraquara.
  • Acúmulo médio: região metropolitana de São Paulo, Vale do Ribeira, Itapeva, Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira, Baixada Santista e Litoral Norte.

Em áreas de acúmulo muito alto e alto, o solo satura com facilidade, o que favorece alagamentos pontuais, enxurradas rápidas e queda de árvores. Nas áreas de acúmulo médio, a principal preocupação recai sobre vento forte e descargas elétricas.

Ventos previstos

As rajadas acompanham a borda das tempestades e podem atingir velocidades críticas para telhados, outdoors e fiação aérea. Veja os valores de referência por faixa do estado:

Região Rajadas previstas (km/h)
Litoral Norte 115
Baixada Santista, Vale do Ribeira e região de Itapeva 110
Região metropolitana de São Paulo, Campinas, Sorocaba, Vale do Paraíba e Serra da Mantiqueira 100
Presidente Prudente, Marília, Araçatuba, São José do Rio Preto, Barretos, Franca, Ribeirão Preto, Bauru e Araraquara 95

Rajadas de 100 km/h na capital e 115 km/h no litoral já derrubam árvores, danificam coberturas e interrompem energia.

Resposta do poder público

Equipes de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro acionaram operação conjunta. Os centros de monitoramento compartilham dados em tempo real sobre a posição do ciclone, a evolução das tempestades e os efeitos em cada estado. O objetivo é ganhar minutos preciosos na emissão de avisos e no deslocamento de equipes.

No sábado (8), São Paulo mobiliza gabinete de crise, com presença de Corpo de Bombeiros, concessionárias de energia e gás, companhias de água, fundações e agências reguladoras. O Centro de Gerenciamento de Emergências coordena as ações e prioriza áreas com maior concentração de ocorrências.

Como você pode reduzir danos

Pequenas providências aumentam a segurança de quem circula e de quem fica em casa durante a passagem das tempestades:

  • Evite estacionar sob árvores e estruturas frágeis, como placas e coberturas leves.
  • Recolha objetos de varandas e quintais para impedir que o vento os transforme em projéteis.
  • Em caso de raios, busque abrigo em local fechado; não permaneça em áreas abertas ou sob marquises metálicas.
  • Não atravesse áreas alagadas a pé ou de carro; a lâmina d’água esconde buracos e correnteza.
  • Se um cabo energizado cair sobre o veículo, permaneça dentro, chame o 193 e aguarde orientação.
  • Guarde lanternas e power banks carregados; desligue aparelhos sensíveis em tempestades intensas.
  • Guarde contatos úteis: Defesa Civil 199 e Corpo de Bombeiros 193.

Entenda o fenômeno

O que é um ciclone extratropical

Esse tipo de sistema se forma fora dos trópicos, onde massas de ar frio e quente interagem. O contraste de temperatura alimenta áreas de baixa pressão e organiza frentes frias. Quando o centro passa perto da costa, o gradiente de pressão acelera o vento, aumenta a agitação marítima e potencializa linhas de instabilidade no continente.

Por que as tempestades ficam tão violentas

Antes da frente, o ar aquece e fica mais úmido. Esse aquecimento pré-frontal deixa a atmosfera mais instável. A chegada do ar frio obriga o ar quente a subir rapidamente. As nuvens de desenvolvimento vertical se formam, liberam muita energia e produzem granizo e raios.

O que é uma microexplosão (downburst)

A microexplosão nasce dentro da própria nuvem. O ar desce em bloco, atinge o solo e se espalha em linha reta, gerando rajadas destrutivas em poucos minutos. Esse evento pode derrubar árvores saudáveis e deslocar telhas mesmo sem rotação típica de tornado.

Impactos esperados no cotidiano

A circulação de veículos tende a sofrer com semáforos apagados, pistas escorregadias e visibilidade reduzida. Linhas de ônibus e trens podem operar com restrições por queda de galhos na rede aérea. Aeroportos podem impor alternância de pousos e decolagens em janelas de maior vento. No litoral, as ondas sobem e exigem atenção de pescadores e praticantes de esportes aquáticos. Condomínios e comércios que usam geradores devem planejar abastecimento de combustível e checagem preventiva de equipamentos.

Roteiro rápido para sexta e sábado

  • Revise calhas, ralos e pontos de infiltração.
  • Carregue celular e tenha bateria reserva.
  • Programe deslocamentos fora do pico das tempestades.
  • Combine um ponto de encontro com familiares se a comunicação cair.
  • Guarde documentos e remédios de uso contínuo em bolsa de fácil acesso.

Informações complementares

Mensagens de texto ajudam a receber avisos oficiais no celular. Para cadastrar, envie o CEP por SMS para 40199. O sistema identifica a área e repassa orientações de acordo com a evolução do tempo severo. A leitura atenta desses alertas reduz o risco de exposição ao pior momento da tempestade.

Após a passagem das células mais intensas, avalie o entorno com calma. Evite áreas com cabos no chão. Fotografe danos no telhado e nos muros antes de qualquer reparo. Acione assistência técnica para vistoria elétrica se algum disjuntor desarmar repetidas vezes. Esse cuidado previne curto-circuito e incêndio tardio.

Para quem trabalha em entrega ou direção por aplicativo, planeje rotas alternativas e pontos de parada abrigados. Guarde capa de chuva, colete refletivo e pano para secar retrovisores. A dirigibilidade piora sob rajadas acima de 70 km/h, principalmente para motos e veículos leves.

Se você mora próximo a encostas, observe trincas no solo, portas que emperram e estalos. Esses sinais antecedem deslizamentos em períodos de chuva persistente. Ao primeiro indício, deixe o imóvel e procure local seguro. Chame o 199 para avaliação técnica.

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