O fim de semana promete reviravoltas no tempo e mobilização de equipes. Céu carregado, mar agitado e trânsito sujeito a interrupções.
Com a aproximação de um ciclone extratropical pelo litoral do Sudeste, meteorologistas apontam mudança brusca do tempo entre sexta-feira (7) e sábado (8). A Defesa Civil de São Paulo coloca em prontidão todos os 46 municípios do Vale do Paraíba e entorno.
O que muda nas próximas horas
A passagem do sistema deve intensificar áreas de instabilidade e provocar temporais com rajadas de vento muito fortes. A previsão indica risco de granizo isolado, muitos raios e episódios de microexplosões (downbursts), que costumam derrubar árvores e danificar telhados em faixas curtas e de forma súbita.
Rajadas de até 115 km/h no Litoral Norte e até 110 km/h no Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e região bragantina.
O pico de severidade tende a ocorrer no sábado (8), quando um gabinete de crise reunirá forças de segurança e concessionárias de água e energia para agilizar respostas a quedas de árvores, alagamentos, interrupções no fornecimento e bloqueios de vias.
Regiões mais afetadas
O Litoral Norte deve receber os ventos mais intensos do estado, seguido pelo Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e região bragantina. Em áreas urbanas, a combinação de rajadas fortes com estruturas expostas amplia a chance de destelhamentos e queda de fachadas. Em trechos serranos, as rajadas tendem a canalizar pelos vales, potencializando danos.
| Região | Rajadas previstas | Riscos principais | Janela crítica |
|---|---|---|---|
| Litoral Norte de SP | Até 115 km/h | Queda de árvores, mar grosso, falta de energia | Sexta à noite e sábado |
| Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e região bragantina | Até 110 km/h | Destelhamentos, granizo isolado, downbursts | Principalmente sábado |
| Demais áreas do interior | 70–90 km/h | Quedas de galhos, interrupções pontuais | Sexta à tarde até sábado |
Chuva forte, curta e perigosa
Os acumulados médios não devem ser elevados, mas as pancadas tendem a ser rápidas e intensas. Esse padrão favorece enxurradas, alagamentos pontuais e deslizamentos em encostas instáveis. Bairros com histórico de alagamento ou ocupação em morros exigem monitoramento constante.
Acima de 70 km/h já há potencial para queda de árvores e danos à rede elétrica. A partir de 100 km/h, o risco cresce de forma acentuada.
Como se proteger: ações práticas agora
- Afaste o carro de árvores e placas; evite estacionar sob estruturas metálicas.
- Recolha objetos soltos em varandas e quintais (vasos, mobiliário, lonas, caixas d’água destampadas).
- Durante raios, fique em locais fechados; evite áreas abertas, água e contato com metal.
- Não atravesse ruas ou pontes alagadas, a pé ou de carro.
- Se um cabo energizado cair sobre o veículo, permaneça dentro e chame ajuda.
- Em emergência, acione 199 (Defesa Civil) e 193 (Corpo de Bombeiros).
Casa preparada resiste melhor
Revise telhas soltas e calhas. Limpe ralos para escoar a água. Amarre antenas e verifique a fixação de painéis solares. Mantenha lanternas, pilhas e carregadores portáteis à mão. Se usar gerador, opere do lado de fora para evitar intoxicação por monóxido de carbono.
Impactos esperados em serviços e mobilidade
Quedas de árvores podem bloquear vias e interromper linhas de ônibus. Equipes de poda e limpeza atuarão de forma itinerante, priorizando corredores viários e áreas hospitalares. Na rede elétrica, concessionárias trabalham com reforço de plantão; restabelecimentos ocorrerão por etapas, priorizando segurança.
No litoral, o mar deve ficar agitado, com ressaca e risco para pequenas embarcações. Pescadores e praticantes de esportes náuticos devem adiar saídas. Em praias, evite faixa de arrebentação e estruturas próximas à água durante rajadas.
Gabinete de crise será ativado no sábado (8) para concentrar decisões e acelerar respostas a ocorrências.
Por que um ciclone extratropical provoca tanto vento
Esse tipo de sistema se forma fora das regiões tropicais e ganha força com contrastes de temperatura e a presença de frentes frias. O ar mais quente à frente da frente e o ar frio na retaguarda criam um gradiente de pressão intenso, gerando ventos fortes em grandes áreas. No Sudeste, quando a circulação se alinha com a topografia do Vale do Paraíba e da Serra da Mantiqueira, rajadas se intensificam.
Granizo e downburst: o que significam
Granizo se forma em nuvens de tempestade com correntes ascendentes vigorosas. As pedras de gelo caem quando a corrente já não sustenta seu peso. Downburst ocorre quando uma coluna de ar frio desaba da nuvem e atinge o solo com força, espalhando o vento em todas as direções. Apesar de pontual, esse fenômeno concentra danos em ruas ou quarteirões específicos.
Como os municípios estão se organizando
As coordenadorias municipais foram orientadas a manter abrigos de referência, rotas de fuga sinalizadas e equipes de plantão para vistoria de encostas. Hospitais e unidades de pronto atendimento reforçam suprimentos e energia de contingência. Escolas e espaços públicos podem servir de apoio caso famílias precisem sair de áreas de risco.
O que acompanhar durante o evento
- Alertas por SMS: cadastre o CEP no celular enviando uma mensagem para 40199 para receber avisos.
- Atualizações da Defesa Civil e das prefeituras: observe comunicados sobre bloqueios e suspensão de aulas ou eventos.
- Nível de rios e córregos: moradores em áreas ribeirinhas devem monitorar a elevação rápida da água.
Informações complementares para o leitor
Ventania acima de 100 km/h pode lançar detritos a longas distâncias. Sapatos fechados, capacete de obra e luvas ajudam na retirada segura de galhos após a tempestade. Em condomínios, síndicos devem manter contato com a concessionária elétrica e mapear pontos críticos para acesso de ambulâncias e viaturas.
Para quem depende de medicação refrigerada, uma bolsa térmica com gelo reutilizável preserva doses durante quedas de energia. Famílias com crianças e idosos devem combinar um ponto de encontro na vizinhança caso a comunicação falhe. Tutores de animais devem preparar identificação nas coleiras e manter caixas de transporte à mão.
Após a passagem do sistema, a atmosfera pode continuar instável por algumas horas. Verifique árvores inclinadas, fios arriados e muros fissurados antes de circular. Registre ocorrências com foto e endereço para agilizar o atendimento das equipes municipais.


