O calor forte dá lugar a um período de instabilidade. Rotina, deslocamentos e energia podem sofrer impactos na região.
A mudança no tempo chega com nuvens carregadas, descargas elétricas e rajadas que ganham força com a passagem de uma frente fria ligada a um ciclone no mar. O cenário aponta chance de tempestades mais organizadas, com maior pressão sobre áreas urbanas e estradas de Campinas e municípios vizinhos.
Previsão por dia
| Dia | Condições | Temperaturas | Risco principal |
|---|---|---|---|
| Sexta (7) | Mais nuvens à tarde e pancadas; à noite, núcleos de tempestade podem se formar | Máxima perto de 32°C | Raios, granizo isolado e rajadas de 60 a 80 km/h |
| Sábado (8) | Céu nublado e abafado; tempestades a qualquer hora | Entre 18°C e 27°C | Alagamentos, quedas de árvores, destelhamentos e falta de energia |
| Domingo (9) | Sol entre nuvens e tempo mais firme | De 15°C a 26°C | Vento noturno moderado intensificando a sensação de frio |
| Segunda (10) | Predomínio de sol e tempo seco | De 13°C a 28°C | Baixa umidade em parte do dia |
Sábado concentra o maior potencial de tempo severo no estado, com tempestades mais intensas e ampla cobertura de nuvens.
Riscos e impactos na região
Rajadas superiores a 80 km/h podem atingir bairros expostos e áreas descampadas. Essas rajadas favorecem queda de galhos, deslocamento de objetos e danos leves em coberturas frágeis.
Granizo aparece de forma localizada, sobretudo em células convectivas mais profundas. Telhados de fibrocimento, claraboias e para-brisas ficam mais vulneráveis quando as pedras são maiores.
Os raios tendem a se multiplicar com o ar quente e úmido na superfície e o avanço da frente fria. Parques, campos abertos e áreas próximas de estruturas metálicas exigem cautela.
Há risco para microexplosões em tempestades severas. São descargas de ar que despencam da nuvem e se espalham em rajadas retilíneas, capazes de provocar estragos pontuais. Em eventos extremos, a velocidade pode passar de 200 km/h.
O sistema estadual de proteção mobiliza equipes, com gabinete de crise e monitoramento contínuo de ocorrências e energia.
Por que isso está acontecendo
Ciclone extratropical na costa
O ciclone extratropical se organiza no oceano, ao largo do Sudeste. Ele não atua diretamente sobre Campinas. O núcleo de baixa pressão permanece no mar, mas interfere no padrão de ventos e na distribuição de umidade.
Frente fria associada e instabilidade
A frente fria ligada ao ciclone avança pelo interior paulista. Ela atua como gatilho, levantando o ar quente acumulado nos últimos dias. Esse contraste térmico alimenta nuvens de tempestade com grande desenvolvimento vertical.
Com a atmosfera energizada, os temporais podem se repetir em ondas. Alguns episódios carregam mais água em pouco tempo, o que aumenta o risco de enxurradas e pontos de alagamento.
O que você pode fazer agora
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– Revise calhas e ralos para acelerar o escoamento da água.
– Recolha vasos e objetos soltos em varandas e quintais.
– Planeje deslocamentos fora dos horários de maior instabilidade.
– Afaste o carro de árvores e fiações, especialmente à noite.
– Durante raios, fique dentro de casa, longe de janelas e de equipamentos ligados.
– No trânsito, atravesse somente locais com água abaixo do centro da roda. Perdeu a visibilidade? Pare em local seguro.
– Em caso de granizo, proteja o para-brisa com manta ou papelão grosso quando houver aviso de aproximação de tempestade.
Atualização de sábado
No balanço deste sábado, Campinas registrou 70 mm de chuva em 24 horas e uma árvore caiu em área urbana. O volume concentra boa parte da precipitação prevista para o período e confirma a força dos núcleos de tempestade durante a madrugada e a manhã.
Serviços e canais de emergência
Guarde estes números para ocorrências na região metropolitana:
- 199 – Defesa Civil (alagamentos, inundações, quedas de árvores)
- 118 – Emdec (emergências de trânsito)
- 193 – Bombeiros (situações de risco)
- 156 – Prefeitura (poda ou extração emergencial de árvores)
Risco imediato à vida? Acione o 193 e procure abrigo seguro.
Onde os impactos tendem a ser maiores
Bairros com histórico de alagamentos respondem mais rápido às pancadas intensas. Trechos em fundos de vale e cruzamentos com bueiros obstruídos concentram lâminas d’água. Estradas com pista escorregadia pedem redução de velocidade e maior distância de frenagem.
Linhas de distribuição ficam vulneráveis a galhos e objetos arremessados pelo vento. Emblemas comuns em temporais incluem oscilação de energia e desligamentos automáticos para proteção da rede. Lanternas, power banks carregados e água potável ajudam nos períodos de instabilidade elétrica.
Perguntas que o leitor costuma fazer
Granizo sempre indica tempestade severa?
Nem sempre. Granizo pode ocorrer em células isoladas, com curto deslocamento. O risco aumenta quando há organização em linha de instabilidade, com rajadas fortes e muitos raios.
Qual a diferença entre rajada e vento sustentado?
Rajada é o pico momentâneo do vento, medido em intervalos curtos. Vento sustentado representa a média por mais tempo. Os danos costumam ocorrer nas rajadas por causa do impacto súbito.
Como interpretar 70 mm de chuva?
Setenta milímetros significam 70 litros de água por metro quadrado. Em áreas urbanas, esse volume pressiona bueiros e córregos, principalmente quando ocorre em poucas horas.
Olhar além do evento
Extratropicais no litoral do Sudeste costumam alternar janelas de forte instabilidade e trégua rápida. A sequência de calor, umidade e avanço de frentes define a intensidade das tempestades. Monitorar imagens de radar e avisos oficiais ajuda a ajustar rotas e atividades a céu aberto.
Para a agricultura do entorno de Campinas, a chuva volumosa recompõe parte da umidade do solo para culturas de primavera, mas a combinação de vento e granizo aumenta perdas foliares e risco de acamamento. Produtores podem considerar telas antigranizo e reforço de tutores nas áreas mais expostas.


