Quem cruza a estação da Luz todos os dias sentiu promessas de alívio. O caminho direto ainda não chegou.
A CPTM prorrogou novamente o contrato da obra do túnel de interligação na estação Luz. O aditamento incluiu novos serviços, mexeu nos prazos e elevou o custo para além dos R$ 60 milhões originalmente contratados. A previsão agora aponta para 2026, com operação assistida por 12 meses e um acesso adicional para pedestres na Avenida Cásper Líbero.
O que foi decidido
A estatal publicou o extrato do aditamento do contrato com o consórcio responsável. O documento formaliza mudanças de escopo e calendário. A inclusão de atividades extras exigiu ajustes financeiros e alongou o cronograma. A empresa preservou a etapa de operação assistida por um ano após a conclusão.
O pacote alterado prevê entrega em 2026, custo acima de R$ 60 milhões e 12 meses de operação assistida, além de novo acesso na Avenida Cásper Líbero.
Por que o projeto mudou
O traçado do túnel precisou ser redesenhado. As escavações identificaram um sítio arqueológico no caminho, o que impôs um desvio técnico e novas frentes de serviço. A identificação ocorreu recentemente e empurrou o cronograma. Esse tipo de achado aciona protocolos de preservação e estudos complementares.
A detecção de um sítio arqueológico obrigou a alteração parcial do traçado, adicionando serviços e impacto no prazo e no orçamento.
Como será o túnel da Luz
O corredor terá 125 metros de extensão e 9 metros de largura. O dimensionamento busca acomodar picos de circulação sem gargalos. O trajeto vai ligar a área logo abaixo das plataformas das linhas 10-Turquesa, 11-Coral e 13-Jade à Linha 4-Amarela, operada pela ViaQuatro. A expectativa é atender cerca de 250 mil pessoas por dia.
Fluxos separados para reduzir conflitos
O desenho prevê a segregação de quem chega ou parte para a Linha 1-Azul e para a Linha 4-Amarela. A separação diminui cruzamentos de fluxo e tende a reduzir paradas bruscas na caminhada. Com 9 metros, a seção transversal aumenta a capacidade e facilita a sinalização direcional.
- 125 metros de percurso estimam cerca de 2 minutos de caminhada para o usuário médio.
- 9 metros de largura permitem múltiplos corredores de fluxo nos horários de pico.
- Conexão direta com a Linha 4-Amarela a partir do subsolo da Luz.
- Novo acesso na Avenida Cásper Líbero amplia as opções de entrada e saída.
Linha do tempo do projeto
| Data | Marco |
|---|---|
| Outubro de 2025 | Redesenho do traçado após identificação de sítio arqueológico nas escavações |
| 7 de novembro de 2025 | Aditamento do contrato: inclusão de novos serviços, readequação de prazo e valores |
| 2026 (previsão) | Conclusão da obra e início da operação assistida por 12 meses |
Quanto custa e o que entra no aditivo
O valor do contrato superou a marca inicial de R$ 60 milhões. O aditivo internaliza serviços associados ao novo traçado e à implantação do acesso pela Avenida Cásper Líbero. Também incorpora ajustes de engenharia típicos de intervenções em áreas históricas e de grande circulação.
O que você deve esperar
- Obras ativas no entorno da Luz durante 2025 e 2026.
- Mudanças temporárias de circulação de pedestres em horários específicos.
- Nova opção de acesso pela Avenida Cásper Líbero quando as etapas forem liberadas.
- Período de testes com monitoramento intensivo após a conclusão física.
Impacto para quem usa a Luz todos os dias
Sem o túnel, a integração entre os sistemas exige caminhos mais longos e pontos de conflito em escadas e passagens estreitas. Quando o corredor abrir, a circulação tende a ficar mais previsível. A separação de fluxos reduz a chance de “engarrafamento humano” no pico da manhã e do fim da tarde.
Dicas práticas enquanto a obra não termina
- Antecipe a saída em 5 a 10 minutos nos picos para diluir riscos de atraso.
- Siga a sinalização provisória e use alternativas menos congestionadas dentro da estação.
- Prefira escadas fixas quando as filas das escadas rolantes estiverem longas.
- Planeje integrações com a Linha 4-Amarela fora do miolo do pico, quando possível.
Arqueologia e obra urbana: como isso afeta o cronograma
A presença de um sítio arqueológico em área central não é rara em intervenções profundas. A legislação de patrimônio exige estudos, catalogação e, se necessário, redirecionamento do projeto. Essa etapa aumenta a segurança jurídica da obra e preserva achados de valor histórico. O desvio do traçado, embora incômodo para o calendário, evita paradas completas e disputas futuras.
Operação assistida: o que significa para o passageiro
Durante 12 meses, a CPTM e as equipes técnicas acompanham a circulação real dentro do túnel. O período permite ajustar sinalização, rotas de fuga, posicionamento de câmeras e orientadores. A equipe calibra o fluxo em diferentes horários, testa redundâncias de energia e mede tempos de escoamento. Para o usuário, a experiência já é de uso pleno, mas com presença reforçada de monitores e intervenções pontuais.
Benefícios esperados e riscos a acompanhar
O benefício direto recai no tempo de transferência e no conforto na caminhada. A estimativa de trajeto de cerca de 2 minutos reduz incertezas e melhora a distribuição de público nas plataformas. A segregação de fluxos tende a diminuir incidentes leves, como tropeços e paradas abruptas.
Persistem riscos típicos de obra em sítio histórico: interferências não mapeadas, necessidade de reforços estruturais e ajustes finos no acabamento. A transparência sobre marcos intermediários e liberações parciais ajuda a comunidade a acompanhar a execução. Usuários podem se orientar por avisos na estação e pelos painéis de serviço para escolher o melhor percurso.
Como tirar proveito quando o túnel abrir
Quem faz integração com a Linha 4-Amarela ganhará previsibilidade. Uma estratégia é distribuir o fluxo entre acessos e evitar pontos mais famosos, que costumam encher primeiro. Com o novo acesso na Avenida Cásper Líbero, usuários das regiões do centro antigo e de áreas próximas à Luz terão uma porta extra, útil para saídas rápidas e para fugir de ondas de pico.
Para quem toca o dia a pé pelo centro, a conexão compacta fortalece deslocamentos multimodais. A distância curta do túnel estimula integrações com tempos cronometrados, úteis para compromissos com horário rígido. Em dias de chuva, a passagem coberta reduz exposição e melhora a segurança do trajeto entre sistemas.


