Mudanças na fiscalização das estradas do Vale podem mexer com sua rotina e com o bolso de quem abusa.
A partir desta quarta-feira (29), o DER-SP coloca em operação dez novos radares de velocidade em rodovias que cortam cidades do Vale do Paraíba e do Litoral Norte. Os pontos foram definidos por critérios técnicos e passam a registrar infrações já na largada do feriado prolongado e da alta de fluxo rumo à serra e ao litoral.
O que muda nas rodovias
Os equipamentos entram na malha estadual com foco em trechos urbanos, áreas litorâneas com tráfego sazonal e segmentos de serra. A sinalização de limite de velocidade antecede cada radar e deve ser observada com atenção. Em vários pontos litorâneos, o limite é de 40 km/h, refletindo travessias, curvas fechadas e maior circulação de pedestres.
Os dez novos radares integram um programa estadual de 649 equipamentos. No Vale, 89 estão previstos, com implantação por etapas.
Segundo o DER, pesaram na escolha os históricos de acidentes, registros de excesso de velocidade, geometria da via, travessia de fauna e pontos críticos de segurança. Com a operação, a expectativa é reduzir colisões e atropelamentos, além de padronizar a velocidade média em trechos sensíveis.
Onde estão os novos equipamentos
Veja os locais, quilometragens e limites estabelecidos para cada ponto de fiscalização.
| Cidade | Rodovia | Km | Limite |
|---|---|---|---|
| Piracaia | SP-36 (Jan Antonin Bata) | 084,903 | 40 km/h |
| Bragança Paulista | SP-095 (Benevenuto Moretto) | 7,9 | 50 km/h |
| São Sebastião | SP-55 (Rio-Santos) | 141,220 | 40 km/h |
| São Sebastião | SP-55 (Rio-Santos) | 154,676 | 40 km/h |
| São Sebastião | SP-55 (Rio-Santos) | 177,220 | 40 km/h |
| São Sebastião | SP-55 (Rio-Santos) | 188,500 | 40 km/h |
| Cruzeiro | SP-52 (Prof. Hamilton Vieira Mendes) | 218,344 | 50 km/h |
| Lorena | SP-62 (Aristeu Vieira Vilella) | 185,319 | 50 km/h |
| São Luiz do Paraitinga | SP-125 (Oswaldo Cruz) | 74 | 60 km/h |
| Paraibuna | SP-88 (Pedro Eroles) | 135,069 | 40 km/h |
A fiscalização eletrônica começa a valer já nesta quarta (29). A sinalização de velocidade deve aparecer antes do equipamento.
Como o radar calcula e quando a multa chega
Os radares medem a velocidade instantânea, e o valor considerado para autuação aplica a margem técnica prevista pelo Contran. Funciona assim:
- Até 100 km/h: desconta-se 7 km/h da velocidade medida.
- Acima de 100 km/h: desconta-se 7% da velocidade medida.
Exemplo prático: em um trecho de 40 km/h, se o equipamento medir 49 km/h, o valor considerado será 42 km/h (49 − 7). Nesse caso, há excesso de até 20% e a infração é de nível médio.
Quanto custa se você passar do limite
As penalidades seguem o artigo 218 do Código de Trânsito Brasileiro:
- Até 20% acima do limite: infração média, 4 pontos na CNH, multa de R$ 130,16.
- Entre 20% e 50% acima: infração grave, 5 pontos, multa de R$ 195,23.
- Mais de 50% acima: infração gravíssima (multiplicador x3), 7 pontos, multa de R$ 880,41 e processo para suspensão do direito de dirigir.
As notificações chegam pelo endereço cadastrado no órgão de trânsito. Mantenha o cadastro atualizado para não perder prazos de defesa ou pagamento com desconto.
Por que esses pontos foram escolhidos
Os trechos contemplam perfis de risco distintos. A Rio-Santos, no Litoral Norte, concentra movimento sazonal, travessia de pedestres em áreas urbanas e curvas à beira-mar. Locais com sinalização de 40 km/h reduzem conflitos entre carros, motos, ciclistas e moradores.
Em estradas como a Oswaldo Cruz, o traçado de serra e as variações climáticas exigem controle de velocidade para evitar saídas de pista. Já segmentos urbanos de vias como a SP-62, em Lorena, e a SP-95, em Bragança Paulista, convivem com acessos, comércio e travessias.
Critérios técnicos aplicados
- Histórico de acidentes com vítimas e danos.
- Taxa de flagrantes por excesso de velocidade.
- Geometria da via, curvas, declives e visibilidade.
- Proximidade de áreas urbanas, escolas e travessias.
- Trânsito de fauna silvestre em faixas de proteção.
Dicas práticas para não levar multa e viajar com segurança
- Planeje tempo extra em dias de pico. Velocidade menor em área urbana e litorânea é regra, não exceção.
- Antecipe frenagens. Use o freio-motor nas descidas de serra para evitar superaquecimento dos freios.
- Mantenha a distância do veículo à frente. Em trecho de 40 km/h, a margem de erro é pequena.
- Redobre atenção a pedestres, ciclistas e motociclistas, sobretudo na Rio-Santos.
- Cheque a calibragem dos pneus e o funcionamento de faróis e limpadores antes de pegar estrada.
- Respeite a sinalização de obras ou chuva intensa. Redução temporária de limite também é fiscalizada.
O que vem a seguir
Além dos dez pontos que começam a operar agora, o plano estadual prevê a instalação de 50 novos equipamentos em São Paulo neste ciclo, somando-se a um pacote total de 649. Para o Vale do Paraíba, o cronograma contempla 89 unidades. Parte delas ainda passa por testes e homologação, etapas que antecedem a ativação definitiva.
Quem circula regularmente pela região deve acompanhar mudanças de sinalização. Novos limites costumam ser implantados dias antes da fiscalização valer, com placas de advertência. Em caso de obras, a sinalização temporária prevalece sobre a permanente.
Checklist rápido para esta semana
- Revise se a documentação do veículo e a CNH estão válidas.
- Confirme o endereço cadastrado no órgão de trânsito para receber notificações.
- Releia os limites dos trechos que você usa com frequência, especialmente nas rodovias SP-55, SP-36, SP-125 e SP-62.
- Adeque a velocidade antes de alcançar a placa de redução; frear em cima do radar aumenta o risco de colisão traseira.
Informações úteis para o motorista
O recurso contra autuação pode ser apresentado nas fases de defesa prévia, Jari e Cetran, conforme prazos em cada notificação. Pagamento antecipado pelo sistema de notificação eletrônica pode reduzir o valor, dependendo da adesão do condutor. Em trechos com múltiplas faixas, radares modernos conseguem diferenciar tipos de veículos e aplicar limites específicos quando sinalizados, como para caminhões e ônibus.
Quem dirige por aplicativos ou faz deslocamentos diários curtos também sente o efeito. A velocidade média menor tende a estabilizar o fluxo, reduzir consumo e aumentar a previsibilidade do tempo de viagem. Em áreas de travessia de fauna, a redução de velocidade também diminui colisões com animais, evitando acidentes graves e bloqueios de pista.


