Interlagos pulsa, as arquibancadas cantam alto e a manhã de sábado promete tensão, ritmo forte e margem mínima para erro.
No primeiro GP em casa, Gabriel Bortoleto deu um passo que mexe com a torcida. O piloto da Sauber avançou ao SQ2 e garantiu a 14ª posição no grid da Sprint, que acontece às 11h no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, na etapa brasileira da temporada 2025 da F1.
Como foi a classificação sprint
A sessão de classificação da Sprint, realizada nesta sexta-feira, começou com Bortoleto sob pressão. Por boa parte do SQ1, ele oscilou ao redor da zona de corte e viu a vaga escapar e voltar a cada passagem de rivais. Faltando instantes, saiu para tudo ou nada. O giro final encaixou setores limpos, colocou o carro 5 momentaneamente em quinto e consolidou a passagem com o nono melhor tempo.
No SQ2, o único brasileiro do grid abriu a pista e registrou a primeira volta cronometrada do segmento. À medida que o traçado engomou, ele perdeu posições para carros com pneus e temperatura mais ideais. Voltou aos boxes, preparou a última tentativa e foi de novo ao limite. A volta melhorou, mas não o suficiente para avançar à parte decisiva. Resultado: 14º no geral e sétima fila de largada para a corrida curta.
Bortoleto disputa seu primeiro GP de F1 no Brasil e parte da sétima fila na Sprint. A torcida terá trabalho para empurrá-lo para a zona de pontos.
| Fase | Momento-chave | Posição final |
|---|---|---|
| SQ1 | Última volta decisiva tirou o risco e levou ao top-10 | 9º |
| SQ2 | Primeiro a marcar tempo, perdeu com a evolução da pista | 14º |
SQ1: reação sob pressão
Interlagos muda rápido. O vento vira, o asfalto ganha aderência e o tráfego aperta. Nessa dinâmica, Bortoleto geriu bem a janela de pneus e encontrou pista relativamente livre na tentativa final. O ganho veio especialmente no terceiro setor, onde a tração na Junção e a passagem na Reta dos Boxes fazem a diferença.
SQ2: limite do equipamento
Marcar o tempo cedo tem prós e contras. Ajuda a tirar o peso das costas, mas expõe o piloto à melhora natural do traçado para os adversários. Foi o que se viu. Na Sauber, o acerto buscou estabilidade em curvas de média, o que cobra um preço na subida da Junção e na Reta Oposta. A combinação deixou Bortoleto fora do SQ3 por margem curta.
O que esperar da sprint
A Sprint costuma premiar quem acerta a largada e protege o ritmo nas primeiras voltas. O DRS abre a caçada a partir da segunda passagem, e a S do Senna vira palco de defesa dura. Saindo em 14º, Bortoleto precisa ganhar terreno rápido e entrar no trem do DRS para mirar a parte final do top-10.
Segurança em largada, DRS ativo no tempo certo e pneus no ponto: é assim que a 14ª posição vira oportunidade real.
- Primeira volta decisiva: manter-se fora de confusões e atacar a Descida do Lago.
- Janelas de DRS: S do Senna e Reta Oposta favorecem quem mantém tração na Junção.
- Pneus: sem pit obrigatório, a gestão de temperatura define quem mantém o ritmo.
- Safety Car virtual ou real não é raro em Interlagos e pode virar o tabuleiro.
Interlagos, detalhes que contam
O circuito de 4,309 km roda no sentido anti-horário, castiga o pescoço e exige carro na mão em mudanças de apoio. As ondulações cobram um acerto que preserve a tração na saída da Junção e estabilidade na freada do S do Senna. O vento em variação lateral afeta a entrada do Laranjinha e mexe na confiança do piloto. Quem lê essas nuances antes costuma colher posições.
Pontos de ultrapassagem que podem ajudar
Os cenários mais promissores para Bortoleto:
- S do Senna: freada forte após vácuo na Reta dos Boxes.
- Descida do Lago: ataque pela Reta Oposta com DRS aberto.
- Junção: erro do rival aqui transforma a subida dos boxes em convite.
Agenda do fim de semana para você se programar
- Sábado, 11h: Sprint (largada com Bortoleto na 14ª posição).
- Sábado, 15h: classificação para o GP.
- Domingo, 14h: GP de São Paulo (71 voltas).
Por que o SQ importa e o que a posição 14 pode virar
O Sprint Shootout divide-se em três segmentos curtos. O tempo de pista é limitado, o que reduz margem para ajustes e eleva o peso de aquecer pneus na janela correta. Um giro perdido no tráfego custa caro. Quem encaixa volta com pista mais engomada e tráfego limpo normalmente decola.
Partir em 14º não é sentença. Em corridas curtas em Interlagos, ganhos de duas a quatro posições são plausíveis para quem larga bem e entra no DRS do grupo à frente. Se o ritmo de corrida da Sauber casar com a temperatura da pista, Bortoleto pode colocar-se próximo do top-10 e sair da Sprint com confiança para a classificação da tarde.
A torcida empurra, o traçado ajuda e a Sprint perdoa pouco. Cada curva vira chance quando o relógio aperta.
Informações complementares para o fã que quer ir além
Gestão de pneus em Sprint é jogo de temperatura, não de desgaste puro. Pressão correta, volta de aquecimento bem desenhada e tráfego previsível valem mais que conservar borracha para o fim. Simulações de equipe costumam apontar que a volta 2 é a primeira oportunidade real com DRS ativo; dali em diante, quem mantém o carro dentro da janela térmica segura o pelotão, e quem sai dela desliza e perde tração.
Olho também no equilíbrio entre asa e velocidade: muita carga ajuda na S do Senna, mas mata a velocidade de reta; pouca carga rende na Reta Oposta, mas complica o miolo. Se a Sauber encontrar o meio-termo na noite de sexta para sábado, Bortoleto terá um carro mais estável para brigar no corpo a corpo.


