São Paulo virou palco de rivalidades improváveis, nocautes tardios e pontuações apertadas que deixaram a torcida dividida até o fim.
Depois de semanas de provocações, o Fight Music Show 7 tomou conta do ginásio do Ibirapuera. Celebridades, medalhistas e criadores de conteúdo se testaram sob as câmeras. O público viu técnica, estratégia e fôlego em uma sequência de 11 combates válidos.
Resultados e números que mexem com o fã
Cinturão brasileiro do meio-pesado fica com Esquiva Falcão: 99-91, 99-91 e 100-90.
| Luta | Resultado | Detalhe |
|---|---|---|
| Esquiva Falcão x Binho de Jesus | Decisão unânime | 99-91, 99-91, 100-90; cinturão brasileiro meio-pesado |
| Sacha Bali x Davi Brito | Decisão unânime | 59-55, 59-55, 59-55 |
| Minotouro x Rey Physique | Nocaute técnico | R6, 1min23s |
| Xamuel x Jhony MC | Decisão unânime | Triplo 60-54 |
| Inaê Barros x Fernanda Mendigata | Decisão dividida | 49-46, 48-49, 49-46 |
| Nego do Borel x Rômulo Deu Cria | Decisão unânime | Triplo 60-54 |
| Pobre Loco e Cláudio Andrade x He-Man e Cabo Pereira | Empate majoritário | 47-47, 47-48, 47-47 |
| Kew x Thomaz Costa | Decisão unânime | Triplo 58-56 |
| Diego Grossi x Victor Ruiz | Empate majoritário | 58-56, 57-57, 57-57 |
| Lucas Mineiro x Bruno Nascimento | Decisão unânime | 58-55, 57-56, 57-56 |
| Gabriel Souza x Leonardo Moraes | Decisão unânime | Triplo 49-46 |
Faixa principal: domínio técnico e controle emocional
Esquiva Falcão impõe ritmo e fica com o título
Esquiva Falcão controlou a distância desde o primeiro minuto. O jab entrou limpo e quebrou o avanço de Binho de Jesus. A variação de golpes ao corpo drenou a resistência do rival. Os juízes viram larga vantagem e premiaram a consistência do medalhista olímpico. O cinturão brasileiro do meio-pesado permanece no país com um nome de alto nível do boxe.
Três placas largas para Esquiva e nenhum susto real durante dez assaltos.
Confronto de realities: Sacha Bali supera Davi Brito
Sacha Bali mostrou leitura de tempo. Ele ganhou o centro do ringue, acelerou quando necessário e travou clinches nos momentos certos. Davi Brito tentou explosões em combinações curtas, mas perdeu assaltos por volume menor e por golpes mais limpos do adversário. O 59-55 triplo retrata a superioridade construída round a round.
Minotouro vence com pressão tardia e mãos pesadas
Rogério Minotouro administrou o gás para crescer no fim. Ele variou direções, abriu brechas e conectou sequência que levou Rey Physique ao limite. O árbitro interrompeu no sexto assalto, aos 1min23s. O público reagiu com entusiasmo ao veterano, que sustentou a guarda e aproveitou cada erro de retorno do oponente.
Duelos de celebridades e influenciadores
Xamuel pontuou com clareza contra Jhony MC. Ele manteve a perna de apoio firme e trabalhou jab e direto sem se expor. A leitura de distância rendeu um 60-54 sem discussão. Nego do Borel apresentou plano parecido diante de Rômulo Deu Cria. O cantor marcou território, ocupou o ringue e evitou trocas abertas.
Entre as mulheres, Inaê Barros saiu na frente com maior volume e alternância de alturas. Fernanda Mendigata reagiu no meio da luta e arrancou um cartão a seu favor. A diferença ficou no ajuste defensivo de Inaê nos últimos minutos. Resultado apertado e com debate nas arquibancadas.
O formato em duplas trouxe caos calculado. Pobre Loco e Cláudio Andrade equilibraram forças com He-Man e Cabo Pereira. A maioria dos juízes apontou igualdade. O público viu momentos de pressão alternada e poucas brechas para golpes limpos em série.
Dois empates mexeram com o ritmo da noite: o duelo de duplas e a batalha entre Diego Grossi e Victor Ruiz.
Kew levou vantagem sobre Thomaz Costa graças ao trabalho ao corpo. Lucas Mineiro derrotou Bruno Nascimento em luta de margens estreitas. Gabriel Souza abriu a programação com mãos velozes e controle dos ângulos diante de Leonardo Moraes. A transmissão ficou com o Combate desde o início e a TV Globo exibiu as últimas lutas.
Três recados do evento para você
- Pontuação conta: rounds limpos e regulares valem mais do que explosões isoladas.
- Fôlego decide: quem respirou melhor cresceu nos assaltos finais e virou lutas.
- Adaptação é chave: ajustes de distância e clinches bem cronometrados mudaram histórias.
Entenda as placas: como os juízes decidem
O boxe usa o sistema 10-point must. O vencedor de cada round recebe 10 pontos, e o perdedor, 9 ou menos. Quedas e domínio ampliam a margem. Decisão unânime ocorre quando os três juízes apontam o mesmo vencedor. Decisão dividida aparece quando dois juízes escolhem um lutador e o terceiro vê vitória do outro. Empate majoritário surge quando um juiz define um vencedor e os outros dois marcam igualdade.
Placas como 60-54 mostram que um atleta venceu todos os seis rounds. Placar 59-55 indica cinco rounds a um. Em lutas de dez assaltos, diferenças como 100-90 revelam controle total. Essa leitura ajuda você a entender por que uma luta pareceu disputada, mas rendeu margem larga no papel.
Peso-meio-pesado e por que isso faz diferença
A divisão meio-pesado no boxe brasileiro vai até 79,4 kg. Atletas nessa faixa combinam potência de nocaute com mobilidade. O corte de peso precisa de planejamento. Quem erra a mão na balança perde rendimento nos rounds finais. Cinturões nacionais exigem exames, tempo de camp e equipe experiente para ajustar carga e recuperação.
Próximos passos e pontos de atenção
O desempenho de Esquiva abre caminho para defesas de cinturão e lutas com maior risco. O nome de Binho segue no radar, já que resistiu e vendeu caro cada round. Sacha Bali tende a ganhar adversários mais rodados. A diferença de leitura de tempo contra Davi Brito sugere evolução rápida do vencedor. Uma revanche pode aquecer o mercado, desde que ambos ajustem volume e movimentação.
Para quem treina boxe por hobby, as lições da noite são práticas. Trabalhe o jab diariamente. Treine mudanças de nível, mesmo sem buscar nocaute. Planeje o gás com rounds simulados e intervalo real. Use protetor bucal de boa qualidade e luvas adequadas ao seu peso. Isso reduz risco de lesão e melhora a experiência no sparring.


