Luzes vermelhas cruzaram o céu e estrondos interromperam a rotina noturna, gerando corrida às janelas, vídeos e muitas perguntas.
Moradores de várias cidades goianas relataram fogos disparados ao mesmo tempo, por volta das 22h de terça-feira (4). As imagens circularam rápido e levantaram suspeitas sobre quem organizou a ação e por quê.
O que ocorreu às 22h
Moradores registraram um foguetório sincronizado em diferentes pontos da Região Metropolitana de Goiânia. Em vários vídeos, clarões — muitos em vermelho — aparecem em sequência, com estampidos longos. A movimentação durou alguns minutos e se repetiu em bairros distintos.
Disparos foram relatados em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Trindade, entre outras cidades, por volta das 22h.
Relatos mencionam que a ação teria sido combinada. Vizinhos trocaram mensagens em grupos locais e perguntaram se havia operação policial em curso. Outros buscaram abrigo para crianças, idosos e animais, sensíveis ao barulho intenso.
Motivação ainda não confirmada
Até o momento, a assessoria do Governo de Goiás afirma não haver confirmação oficial sobre a motivação do foguetório. Polícia Militar e Polícia Civil não divulgaram posicionamento público até a última atualização deste texto.
Sem confirmação das autoridades, as versões que circulam seguem no campo das hipóteses e demandam cautela.
Vídeos sugerem “homenagem” a mortos no RJ
Em uma gravação obtida pela TV local, um homem afirma ter comprado fogos para soltar em “homenagem” a mortos em uma megaoperação no Rio de Janeiro. A fala menciona ter recebido um “salve”, termo usado em contextos de convocação. A autenticidade e a abrangência dessa orientação, porém, não foram verificadas por órgãos de segurança.
Associação ao CV circula nas redes
Comentários em perfis públicos apontaram suposta relação com o Comando Vermelho (CV) e disseram que a hora do foguetório estava marcada. A cor predominante dos fogos — vermelho — também foi citada por usuários como “indício”. Nenhum desses elementos foi confirmado por autoridades.
- Horário citado em publicações: 22h, com disparos simultâneos.
- Cidades atingidas: Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Trindade e outras.
- Suposto motivo ventilado nas redes: tributo a mortos em ação policial no RJ.
- Ligação com facção: atribuída por internautas, sem validação oficial.
Rumores ganham força em momentos de tensão. Antes de compartilhar, verifique a origem e aguarde confirmações.
Quem são os goianos citados entre mortos no RJ
O Governo de Goiás informou que quatro goianos estão entre os mais de 100 mortos em uma megaoperação no Rio de Janeiro realizada no mês passado. Segundo apurado por veículos locais, os quatro tinham passagens por tráfico de drogas e outros crimes.
| Nome | Informação conhecida |
|---|---|
| Eder Alves de Souza | Apurações apontam passagens por tráfico e outros crimes |
| Marcos Vinicius da Silva Lima | Apurações apontam passagens por tráfico e outros crimes |
| Adan Pablo Alves de Oliveira | Apurações apontam passagens por tráfico e outros crimes |
| Rafael Resende Ferreira | Apurações apontam passagens por tráfico e outros crimes |
O episódio no RJ segue gerando reações políticas e pressões por definições sobre o uso da força do Estado. Em Goiás, a repercussão bateu às portas das cidades com o foguetório sincronizado.
Como episódios assim afetam a população
Ruídos intensos à noite alteram a sensação de segurança e atrapalham o descanso. Famílias relatam sobressaltos, crianças acordadas e animais em pânico. Pessoas com Transtorno do Espectro Autista, idosos e hospitalizados costumam reagir de modo ainda mais sensível a estampidos.
Barulho repentino pode provocar crises de ansiedade, taquicardia e desorientação, especialmente em grupos vulneráveis.
Além do impacto emocional, fogos lançados em áreas densas elevam o risco de acidentes, como queimaduras, incêndios em vegetação ou em telhados, e panes elétricas quando artefatos caem sobre fiações.
O que fazer se houver novo foguetório
- Priorize a segurança: mantenha distância dos pontos de disparo e evite confrontos.
- Registre com cuidado: se for filmar, faça de local protegido, sem se expor.
- Proteja quem é vulnerável: use abafadores de ruído, feche janelas e ofereça abrigo a animais.
- Anote horário e local exatos: essas informações ajudam a orientar o patrulhamento.
- Acione o 190 em situações de risco imediato e o 197 para repassar informações investigativas.
- Não espalhe boatos: aguarde confirmação oficial antes de compartilhar mensagens virais.
Fogos de artifício: regras e cuidados
As normas para uso de fogos variam por município. Em muitos lugares, artefatos com alto estampido sofrem restrições, especialmente próximos a hospitais, escolas, abrigos e áreas residenciais. O uso irregular pode se enquadrar em perturbação do sossego e gerar sanções administrativas.
Para quem insiste em soltar fogos, a recomendação básica é nunca improvisar. Acondicione o artefato em base firme, longe de fiação, árvores e telhados. Não aponte em direção a pessoas ou edificações. Tenha água por perto e descarte resíduos após o resfriamento completo. Crianças não devem manusear.
Perturbação do sossego e risco à integridade física podem caracterizar infrações. Na dúvida, procure a guarda municipal ou a polícia.
Termos e contexto: o que significa “salve” e por que a cor importa
Em gírias criminais, “salve” pode designar uma ordem ou um aviso disseminado em rede. Em eventos coordenados, a combinação de horário e local serve para dar visibilidade e produzir sensação de controle do território. A cor dos fogos, por sua vez, costuma carregar simbologia — o vermelho, por exemplo, foi associado nas redes a uma facção específica. Sem confirmação, tais sinais não passam de elementos de narrativa e exigem verificação técnica.
Informações complementares para o leitor
Quer estimar o alcance acústico de um foguetório no seu bairro? Uma regra prática considera que cada 6 decibéis representam o dobro da pressão sonora percebida. Em áreas com prédios altos, o som reverbera e parece mais forte. Fechar janelas de vidro e usar cortinas pesadas pode reduzir parte do impacto.
Se você participa de conselhos comunitários ou grupos de rua, vale criar um protocolo simples: manter uma planilha com datas, horários, pontos exatos de disparo e direção do vento; registrar placas de veículos quando houver segurança; e encaminhar o material a canais oficiais. Essas ações ajudam a mapear padrões e facilitam investigações.


