Histórias de fãs se cruzam, viagens improváveis e guitarras iniciadas na infância aquecem a noite que promete unir gerações.
O Guns N’ Roses fecha a perna brasileira da turnê “What You Want and What You Get Are Two Completely Different Things” neste domingo (2/11), em Brasília, com show no Mané Garrincha às 20h. Axl Rose, Slash e Duff McKagan chegam com um repertório recheado e promessa de mais de três horas de apresentação, com clássicos que atravessam décadas.
O retorno que mexe com memórias
Formada nos anos 1980, a banda sustenta uma trajetória rara no rock. O trio que lidera a atual formação combina experiência e fôlego para encarar palcos gigantes. A cada passagem pelo país, o grupo soma novos públicos e reativa lembranças de quem cresceu com os riffs de Appetite for Destruction e as baladas de Use Your Illusion.
Domingo, às 20h, o Mané Garrincha vira ponto de encontro entre veteranos de camisa preta e uma garotada que aprendeu a amar o rock em casa.
Uma criança na plateia
Daniel Craide tem 10 anos e virou guitarrista por causa de Slash. O brasiliense dedica tempo ao instrumento e procura solos que o desafiam. November Rain já entrou no repertório de casa. Neste domingo, ele verá seus ídolos pela primeira vez do lado de dentro da arena, ao lado da mãe, Sabrina, que ouvia a banda na adolescência. A experiência dos dois ilustra o elo entre gerações que o grupo ainda provoca.
Trinta capítulos de uma devoção
Para o geólogo Guilherme Henrique, de Natal, o show em Brasília representa a 30ª vez diante do Guns N’ Roses. O primeiro encontro ocorreu em 2001, no Rock in Rio, e abriu uma sequência de viagens pela América do Sul — Peru, Colômbia, Uruguai e Chile entraram no mapa de lembranças. Em uma dessas idas, ele perdeu o voo de volta e precisou se virar para retornar ao Brasil. Em 2016, vendeu o carro para acompanhar a turnê que reunia parte da formação clássica. O plano agora mira Los Angeles, com direito a foto ao lado da banda.
Do Pará ao Centro-Oeste, com a vida tatuada
Thaylon Soares, 30 anos, embarcou do Pará rumo à capital para o terceiro encontro com o grupo. Ele já esteve em um show em São Paulo, em 2016, e em outro em 2022, em Manaus. A primeira chance surgiu graças à ajuda de uma pessoa conhecida pela internet, que o apoiou na compra do ingresso. Para completar a viagem, vendeu objetos de casa e reorganizou a rotina. A relação começou cedo, aos 3 anos, quando as caveiras da capa e Sweet Child O’ Mine chamaram sua atenção. A namorada o acompanha pela primeira vez e, no braço do casal, a canção preferida virou tatuagem.
O que esperar do palco
A banda costuma intercalar pedradas e baladas extensas, com espaço para solos e respiros. O repertório deve passear por sucessos como Welcome to the Jungle, Paradise City, Sweet Child O’ Mine e November Rain, além de surpresas aqui e ali. Com a cozinha afiada e guitarras no centro da cena, a noite tende a privilegiar a energia coletiva.
Três horas de som pedem preparo: chegue cedo, hidrate-se e combine pontos de encontro com o seu grupo.
Serviço, horários e repertório
| Data | Domingo (2/11) |
|---|---|
| Local | Estádio Mané Garrincha, Brasília |
| Início previsto | 20h |
| Duração estimada | Mais de 3 horas |
| Clássicos esperados | Welcome to the Jungle, Paradise City, Sweet Child O’ Mine, November Rain |
Dicas rápidas para quem vai
- Chegue com antecedência para evitar filas e localizar seu setor com calma.
- Prefira transporte coletivo ou apps de mobilidade para reduzir o tempo de saída.
- Leve documento com foto e um cartão ou dinheiro para compras no estádio.
- Hidrate-se antes e durante o show; priorize água entre as músicas.
- Use protetor auricular, especialmente com crianças, para reduzir a exposição ao volume.
- Defina um ponto de reencontro caso o celular perca sinal.
- Verifique itens proibidos pela produção para evitar retenções na entrada.
Por que essa turnê ainda move tanta gente
O nome da turnê — “What You Want and What You Get Are Two Completely Different Things” — resume uma espécie de pacto com os fãs: você imagina um set de clássicos, e sai com uma experiência mais longa, com improvisos e surpresas. A presença de Axl, Slash e Duff mantém acesa a formação que povoou pôsteres e pôs milhões diante de TVs e palcos. O Brasil, tradicionalmente acolhedor para bandas de rock, virou parada obrigatória. Brasília entra nessa rota com uma noite que concentra memórias de juventude e primeiras vezes de quem chegou agora.
Eventos desse porte também irrigam a cidade de formas pouco visíveis. Hotéis operam com alta ocupação, restaurantes alongam turnos, ambulantes ampliam renda, motoristas de aplicativo encontram demanda acima do normal. Para quem acompanha a cena, essa circulação ajuda a manter a agenda local ativa e a atrair novas turnês.
Geração a geração, o Guns N’ Roses segue renovando o público no Brasil e mantendo o rock no topo das conversas.
Como se preparar para um show longo
Corpo e atenção contam. Faça uma refeição leve até duas horas antes do início. Calce tênis confortáveis e evite peças pesadas. Se chover, capas plásticas funcionam melhor que guarda-chuva. Se o setor for de pista, identifique rotas de circulação e saídas com antecedência. Em grupos, distribua responsabilidades: um cuida das águas, outro monitora a hora, um terceiro fica atento a pertences.
Vai com crianças ou idosos
Redobre os cuidados. Protetor auricular, pulseira com telefone de contato e uma combinação clara de onde se encontrar ajudam muito. Prefira áreas com menor pressão de público e evite permanecer perto de caixas de som. Em caso de desconforto, procure os postos de atendimento médico do estádio.
Para além do show: ideias para viver a noite com segurança
Se você mora longe, planeje o retorno. Guarde um valor de transporte previamente, organize carona solidária e acompanhe as mensagens do seu grupo. Se pretende gravar trechos, priorize momentos curtos e aproveite o restante com o celular no bolso. A experiência melhora quando você enxerga o palco sem a tela.
Por fim, trate o show como um encontro raro. Quem se emociona com um solo de guitarra pode inspirar uma criança a pegar o instrumento. Quem volta pela 30ª vez mostra que a música ainda dá rédea para grandes histórias. No Mané Garrincha, domingo, esse encontro ganha forma às 20h e promete atravessar a noite com guitarras, vozes e um coro que, há mais de três décadas, não cansa de crescer.


