Entre remakes e reboots, a fantasia volta aos holofotes e reacende lembranças de infância e curiosidade sobre o que vem aí.
Enquanto Harry Potter ganha série e Nárnia se reinventa na Netflix, a Disney dá um passo calculado para fisgar fãs de magia e criaturas falantes. A aposta atende por Criaturas Impossíveis, fenômeno literário recente da britânica Katherine Rundell, que aciona memórias afetivas e promete uma mitologia própria.
O que está acontecendo
Segundo apuração do mercado, a Disney comprou os direitos de adaptação da série Criaturas Impossíveis após uma disputa que envolveu Netflix e Warner. O pacote inclui um acordo de preferência com a autora, garantindo ao estúdio prioridade em projetos futuros ambientados no mesmo mundo. O movimento sinaliza pressa: a empresa quer transformar a onda de leitores em público pagante nas salas.
A Disney venceu a corrida por Criaturas Impossíveis e fechou um acordo de preferência com Katherine Rundell.
Publicado em 2023, o primeiro livro arrebatou jovens leitores com um trunfo conhecido do público brasileiro: a jornada de um protagonista comum que atravessa um portal para um mundo secreto e precisa tomar decisões grandes demais para a própria idade. O material nasce planejado para cinco livros, com espaço declarado para prelúdios e histórias derivadas.
A saga prevê cinco volumes, além de spin-offs e prelúdios que alimentam adaptações por muitos anos.
De que falam os livros
No centro da trama está Christoph, um garoto que passa as férias com o avô e descobre uma passagem para um reino repleto de animais falantes e criaturas míticas. A descoberta cobra um preço: a estabilidade daquele mundo depende de uma missão que só ele pode cumprir. A premissa conversa com clássicos que você conhece, mas investe em novas regras mágicas, fauna fantástica própria e dilemas familiares atuais.
Quem é Katherine Rundell
Katherine Rundell construiu carreira sólida na literatura juvenil britânica. No Brasil, leitores já conhecem títulos como A Exploradora e Rooftoppers, obras premiadas que combinam aventura, humor e sensibilidade. Criaturas Impossíveis marca sua entrada no terreno da fantasia épica, com ambição de escala cinematográfica.
Por que isso importa para você
O público brasileiro consome fantasia em peso e frequenta salas para grandes marcas. Ao investir em uma saga inédita, a Disney tenta abrir outra frente de apelo familiar, mais uma opção entre relançamentos e continuações. Quem cansou de revisitar o mesmo mundo mágico enxerga aqui uma porta para um novo ciclo de filmes com identidade visual, bestiário e folclore diferentes.
O que muda no mercado
- Concorrência direta: a disputa com Netflix e Warner indica que estúdios querem novos catálogos, não só reboots.
- Calendário estratégico: a janela de lançamento deve mirar férias escolares e feriados, quando a fantasia rende mais.
- Licenciamento: se o filme decolar, espere linha de brinquedos, livros-relacionados e produtos de papelaria.
- Portas para talentos: roteiristas e diretoras com experiência em fantasia juvenil ganham espaço nas negociações.
Como pode ser a adaptação
O primeiro longa tende a atuar como carta de apresentação do mundo fictício e das regras mágicas, sem queimar todas as cartas. É razoável imaginar:
- Roteiro com foco em Christoph e no vínculo com o avô, para ancorar emoção e humor.
- Uso combinado de efeitos práticos e CGI para dar vida a animais falantes sem estranheza.
- Classificação indicativa amistosa, mirando famílias e pré-adolescentes, sem perder tensão.
- Trilha orquestral marcante para estabilizar a assinatura da franquia já no primeiro filme.
Riscos e vantagens
Comparações com Harry Potter e Nárnia virão, e o estúdio precisa administrar expectativas. O risco mora na saturação do gênero e na dependência de efeitos digitais de qualidade. A vantagem está no frescor: personagens novos, mitologia própria e uma linha de cinco livros que permite planejar arcos longos sem improviso a cada sequência.
Como fica a disputa entre gigantes
| Propriedade | Status de adaptação | Casa | Formato | Janela |
|---|---|---|---|---|
| Harry Potter | Série em desenvolvimento | Warner/Max | Série | A definir |
| As Crônicas de Nárnia | Filmes em desenvolvimento | Netflix | Longas | A definir |
| Criaturas Impossíveis | Direitos adquiridos; acordo de preferência | Disney | Longa(s) | A definir |
Quando você pode esperar novidades
Não há data de estreia, mas grandes marcos costumam aparecer em sequência quando um estúdio acelera um projeto. Fique atento a cinco sinais: contratação de roteirista, nome do diretor, escalação do protagonista, equipe de efeitos e cronograma de filmagens. Esses anúncios indicam o ritmo de produção e ajudam a projetar o lançamento.
Como esse tipo de acordo funciona
Ao firmar preferência com a autora, a Disney ganha prioridade para negociar adaptações de histórias conectadas à série principal. Isso facilita a criação de uma linha contínua de lançamentos e reduz o risco de concorrentes avançarem sobre prelúdios e derivados. Para o público, essa estabilidade aumenta a chance de ver a saga completa nas telas.
Dicas para quem pretende acompanhar
Leitores curiosos podem começar pelo primeiro volume e observar os elementos que pedem tradução visual: o desenho das criaturas, os portais e a geografia mágica. Essa leitura ajuda a criar expectativas sobre design de produção, figurinos e fotografia. Em paralelo, vale acompanhar calendários de convenções e painéis de estúdio, onde títulos de fantasia costumam revelar artes conceituais e elenco.
Se você curte magia com animais falantes, amizade e dilemas sobre coragem, a proposta conversa com seu repertório e abre espaço para debates em família. Pais encontram uma porta de entrada para temas como responsabilidade, luto e ética, com linguagem acessível e humor leve. Professores podem usar o livro para atividades de leitura orientada, comparando a construção do mundo de Rundell com mitos clássicos estudados em sala.
Para quem gosta de números, a estratégia aponta para ciclos de três a quatro anos entre filmes, caso o primeiro performe bem. Esse intervalo dá tempo de maturar roteiros, manter consistência visual e ajustar a curva de público à medida que os leitores crescem. A chave está em transformar o encantamento da página na mesma sensação quando as luzes da sala se apagam.


