Prepare-se para mudanças no seu roteiro de praia: o litoral norte de São Paulo ajusta regras e custos de acesso em plena temporada.
Quem atravessa a balsa para Ilhabela terá novas despesas e rotinas de pagamento. A cidade confirmou a cobrança da Taxa de Preservação Ambiental (TPA) por veículo a partir da segunda quinzena de dezembro, com operação desenhada para o pico do verão e promessa de transparência no uso dos recursos.
O que muda para quem vai a Ilhabela
A TPA passará a ser cobrada a cada entrada do veículo na ilha. Não existe diária de permanência. O valor depende da categoria do veículo e incide sempre que o motorista cruza do continente para a ilha.
É por entrada: atravessou a balsa e entrou em Ilhabela, paga. Ficou na ilha sem voltar ao continente, não paga outra vez.
| Categoria do veículo | Valor por entrada |
|---|---|
| Motocicletas | R$ 10 |
| Carros de passeio, utilitários e kombis | R$ 48 |
| Vans e caminhões | R$ 70 |
| Micro-ônibus | R$ 100 |
| Ônibus | R$ 140 |
Quando começa e como vai funcionar
A cobrança entra no ar na segunda quinzena de dezembro, já contemplando o período de maior movimento turístico. O município prepara cabines de apoio e sinalização para orientar motoristas, com reforço de pessoal em horários de pico.
Cobrança por entrada, não por diária
O modelo segue legislação municipal e prioriza o controle de acesso. O pagamento será exigido sempre que o veículo ingressar na ilha. Quem se hospedar e evitar retornos ao continente paga apenas uma vez.
Relatórios e destino do dinheiro
A prefeitura promete relatórios trimestrais à Câmara Municipal detalhando quanto entrou, para onde foi e quais projetos foram financiados. As frentes já definidas incluem limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e conservação de áreas naturais.
Limpeza, resíduos e conservação: o dinheiro da TPA será concentrado em serviços ambientais e na manutenção da cidade turística.
Quem paga e quem fica isento
A TPA alcança veículos que não têm registro em Ilhabela. Placas de São Sebastião, cidade vizinha, estarão isentas no acesso à ilha. Moradores de Ilhabela com veículos licenciados em outros municípios precisam atualizar o registro para evitar a taxa.
- Paga a TPA: veículos não emplacados em Ilhabela.
- Isento: placas de São Sebastião.
- Orientação: moradores com placa de fora devem regularizar o licenciamento.
- Pendências: a lista completa de isenções adicionais será divulgada antes do início da cobrança.
Como pagar: Pix, cartão, dinheiro e tag
O sistema aceitará Pix, cartões de crédito e débito, dinheiro em espécie e tags eletrônicas de pedágio. Haverá atendimento presencial para tirar dúvidas e agilizar a passagem. Segundo a administração, a operação foi desenhada para reduzir filas no verão, quando a demanda dispara.
Leve o celular com Pix habilitado, cartão ou dinheiro. O objetivo é não parar a fila por falta de meio de pagamento.
Quanto isso pode custar na prática
O peso no bolso vai variar conforme o tipo de veículo e o número de entradas. Para quem se hospeda por alguns dias e não deixa a ilha, a cobrança ocorre uma única vez. Já o turista que entra e sai repetidamente paga a cada travessia de volta à ilha.
Simulação rápida:
- Carro de passeio com uma entrada (chegada e permanência na ilha): R$ 48.
- Carro de passeio com duas entradas (foi ao continente e voltou de novo): R$ 96.
- Moto com três entradas ao longo do feriado: R$ 30.
- Van de excursão que entra na sexta e retorna no domingo sem reentrar: R$ 70.
- Ônibus de turismo que entra, sai para passeio no continente e volta no dia seguinte: R$ 280.
Quem pretende fazer passeios bate-volta ao continente deve reorganizar a agenda para reduzir idas e vindas. A taxa não se acumula por dia de permanência, mas repete a cada reentrada.
Comparações com Ubatuba e São Sebastião
Ubatuba: cobrança por diária e leitura de placas
Ubatuba adotou a TPA em 8 de fevereiro de 2023 com leitura automática de placas e pagamento digital antecipado ou na saída. Lá, a lógica é por diária: o visitante paga pelo número de dias de permanência, diferente do modelo de Ilhabela, que cobra por entrada. A arrecadação também foca conservação, manejo de resíduos e manutenção de áreas públicas.
São Sebastião: consulta pública em andamento
São Sebastião ainda discute sua própria taxa. A prefeitura abriu consulta para receber sugestões de moradores e do trade turístico. O processo, iniciado em outubro de 2025, não tem data definida para implementação. A meta é chegar a um desenho “participativo e equilibrado”, com atenção ao impacto econômico e ao retorno ambiental.
Dicas para reduzir gastos e tempo de travessia
Planeje as saídas do hotel para concentrar atividades no mesmo lado da balsa. Se puder, programe compras e passeios no continente para o dia da chegada ou da saída. Combine grupos e transfira objetos em uma única viagem para evitar reentradas.
Mantenha o pagamento à mão. Pix e cartão aceleram a passagem; dinheiro vivo resolve imprevistos. Se usar tag eletrônica de pedágio, confira se o saldo está em dia. Veículos emplacados em Ilhabela terão filas exclusivas para agilizar a travessia.
O que esperar do impacto ambiental e do turismo
Especialistas em gestão ambiental ouvidos pela prefeitura consideram a taxa um instrumento para equilibrar pressão turística e conservação, desde que os relatórios sejam claros e os projetos tenham métricas de resultado. Áreas de mata e costões rochosos sofrem em alta temporada com aumento de lixo e sobrecarga de serviços. Com a TPA, a cidade busca reforçar limpeza, coleta e manutenção sem repassar tudo ao orçamento regular.
Transparência trimestral e foco em serviços ambientais tendem a dar previsibilidade para o destino e segurança para o visitante.
Informações complementares para o seu planejamento
Se você viaja em grupo, faça as contas antes de decidir entre vans e múltiplos carros. Uma van paga R$ 70 por entrada; dois carros pagam R$ 96 no total. Em excursões, verifique se a agência já inclui a TPA no pacote e como será feito o pagamento na chegada.
Quem tem vínculo com Ilhabela e placa de outro município deve acompanhar a divulgação das isenções adicionais e, se for o caso, atualizar o registro do veículo. Regras específicas para prestadores de serviços e casos especiais serão publicadas antes do início da cobrança.
Durante a temporada, horários de pico na balsa pedem margem de tempo. Antecipe-se e leve um plano B para pagamento. O bolso agradece quando a viagem entra e sai menos vezes — e a ilha também, quando a visita gera recursos para cuidar das praias e das trilhas que você quer curtir.


