Moradores acordaram com sirenes na madrugada e fumaça densa encobrindo a via. Equipes chegaram rápido e controlaram o risco.
Um incêndio atingiu um açougue em Santos por volta de 0h30 desta segunda-feira (3). O fogo começou em um equipamento de refrigeração e não deixou feridos. O atendimento mobilizou quatro viaturas e 12 bombeiros.
O que aconteceu na madrugada
O incêndio ocorreu na Casa de Carnes Trabulsi, na Rua Bassim Nagib Trabulsi, bairro Ponta da Praia, em Santos (SP). Equipes do Corpo de Bombeiros avistaram a fumaça saindo do interior do imóvel e fizeram entrada forçada para conter o foco. Ao acessar a área de produção, os bombeiros localizaram as chamas em um refrigerador do estabelecimento e iniciaram o combate.
Foco localizado em um refrigerador; quatro viaturas e 12 profissionais responderam à ocorrência por volta de 0h30. Não houve feridos e o local foi deixado em segurança.
Após o rescaldo, a corporação vistoriou o espaço e eliminou riscos de reignição. O gerente do açougue, Edmílson Matos, informou que o prejuízo material ficou concentrado no freezer atingido. O comércio manteve atendimento normal nesta manhã de segunda-feira.
Linha do tempo e dados da ocorrência
- Horário do acionamento: por volta de 0h30.
- Local: Rua Bassim Nagib Trabulsi, Ponta da Praia, Santos (SP).
- Estrutura mobilizada: 4 viaturas e 12 bombeiros.
- Foco: equipamento de refrigeração na parte interna do açougue.
- Vítimas: não houve feridos.
- Situação do comércio: funcionamento normal na manhã de hoje.
Como os bombeiros atuaram
As equipes priorizaram a ventilação tática para dissipar a fumaça, a interrupção da energia e o acesso rápido ao foco. O ataque direto sobre o equipamento reduziu o tempo de chama. O controle da temperatura e a verificação de pontos quentes evitaram que a combustão se espalhasse para estoques, câmaras frias e área de atendimento.
Entrada forçada, isolamento da área, corte de energia e combate dirigido ao equipamento reduziram danos e tempo de resposta.
Por que um refrigerador pode pegar fogo
Peritos ainda vão apontar a causa específica. Em equipamentos de refrigeração comercial, fatores comuns elevam o risco de incêndio:
- Falhas elétricas em cabos, plugues ou termostatos aquecendo componentes.
- Acúmulo de pó e gordura no compressor e no condensador, que piora a ventilação.
- Extensão de tomadas e benjamins sobrecarregando o circuito.
- Instalação sem aterramento e sem proteção por disjuntores diferenciais.
- Vazamentos de fluido refrigerante inflamável em modelos específicos.
- Armazenamento de embalagens plásticas e papelão encostados no motor.
Boas práticas para açougues e mercados
- Fazer manutenção preventiva semestral dos sistemas de refrigeração e limpar serpentinas.
- Checar cabos, plugues e tomadas; substituir peças aquecidas, ressecadas ou com folga.
- Evitar réguas improvisadas; usar circuito dedicado com disjuntor adequado.
- Manter 30 cm de respiro ao redor do compressor para dissipação de calor.
- Instalar detectores de fumaça em áreas de produção e depósito.
- Treinar equipe para uso de extintores classe ABC e CO₂ em equipamentos energizados.
Impacto no bairro e rotina do comércio
Moradores da Ponta da Praia notaram o cheiro de fumaça e a movimentação dos veículos de emergência no início da madrugada. Não houve bloqueio prolongado de via, e a estrutura do imóvel permaneceu estável. O estabelecimento abriu pela manhã, após a vistoria de segurança.
Para quem vive e trabalha na região, a ocorrência acende um alerta para cuidados com instalações elétricas, sobretudo em áreas com equipamentos que operam 24 horas, como freezers e câmaras frias. A prevenção reduz perdas, evita paralisações e protege clientes e vizinhos.
O que fazer se você notar fumaça de madrugada
- Ligue 193 imediatamente e descreva endereço, ponto de referência e características do imóvel.
- Evite forçar portas ou janelas; o ar pode alimentar as chamas.
- Avise vizinhos e síndico quando houver risco de propagação.
- Mantenha distância segura; respire longe da fumaça e do vento a favor das chamas.
- Se estiver no interior, desligue a energia do quadro geral, se isso não oferecer risco.
- Use extintor apenas se o foco estiver pequeno e a rota de fuga, livre.
O que a perícia ainda vai esclarecer
A avaliação técnica deve verificar origem exata do fogo, integridade da rede elétrica e a condição do equipamento atingido. O laudo costuma analisar padrões de carbonização, disjuntores, aterramento e possíveis pontos de arco elétrico. Essa análise orienta ajustes na rotina de manutenção e pode apoiar tratativas com o seguro.
Riscos secundários avaliados
- Reignição por aquecimento residual de painéis e isolamento térmico.
- Contaminação de alimentos expostos à fumaça.
- Danos em tubulações de gás próximas, quando existirem.
Serviço e prevenção para comerciantes e síndicos
- Emergência: Corpo de Bombeiros — 193.
- Documento obrigatório: manter o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) atualizado.
- Plano de emergência: treinar rotas de fuga, ponto de encontro e plano de chamadas.
- Extintores: dimensionar por classe de risco e realizar manutenção anual.
- Elétrica: fazer termografia e testes de isolação em painéis e quadros a cada 12 meses.
- Seguros: conferir cobertura para danos elétricos, perda de mercadoria e interrupção de negócios.
Perguntas que ajudam a reduzir riscos agora
- Os freezers têm circuito dedicado e aterramento correto?
- A ventilação dos motores está livre de poeira e gordura?
- Os disjuntores e DRs estão dimensionados para a carga real?
- A equipe sabe manusear extintores e acionar o 193 sem hesitar?
Manter uma rotina de inspeções e registrar cada manutenção cria rastreabilidade e facilita laudos. Em operações com refrigeração contínua, vale escalonar paradas curtas para limpeza e checagem de motores, com termômetro infravermelho e check-list simples. Essa disciplina reduz consumo de energia, evita falhas por aquecimento e diminui a chance de incêndio.
Para condomínios e comércios vizinhos, um combinado de vizinhança com contatos de emergência e procedimentos durante a madrugada acelera respostas. Simulações curtas, de quinze minutos, testam rotas, melhoram comunicação e revelam pontos de melhoria, como iluminação de saída e sinalização fotoluminescente.


